Esperando o pico da COVID

Eduardo de Ávila

PQP! Até quando?

Nos primeiros dias, sonhando com uma curta temporada em casa, tentei me acalentar com essa perspectiva. Depois, meio que anestesiado, fui aceitando as prorrogações que sucedem desde meados de março. Agora, depois de quatro meses (quem poderia imaginar isso?), entre os sobressaltos que a situação nos impõe, olho pela janela e não consigo enxergar até onde vamos.

Li mais do que devia naquele início, depois – em função de tanta informação desencontrada, com ou sem boa fé – optei por me orientar pelo básico. Os medicamentos, desde os existentes e com bula até os mais exóticos, me ocupavam apesar da falta de crença para repassar a um infectologista – meu irmão – pedindo opinião (socorro mesmo) para que esse mal tivesse final.

Depois de algumas investidas em busca da cura que ainda não existe, me ajustei e – tentando me convencer de um conformismo – estabeleci uma rotina que facilitou o preenchimento do tempo ocioso. Na verdade, o trabalho em casa tem sido até dinâmico e bastante ágil, mas a falta da rua, de ver pessoas, compartilhar uma prosa e olhares presenciais é o que incomoda.

Bate aquela nostalgia de todos os lugares que a gente, costumeiramente, frequenta ao longo dos tempos. Por felicidade pessoal, na semana que antecedeu meu confinamento, estive na minha Araxá e encontrei com muitas pessoas amigas e queridas. Entre essas pessoas, algumas nos deixaram e aquele foi nosso último encontro. Outras de meu relacionamento, dias antes também nos vimos. Alguns pela COVID e outros noutras situação. Triste!

No último final de semana recebo mais notificações sobre o avanço da doença, cada dia mais perto, o que me sugere retomar a leitura. Sobre casos, entre infectados e curados e até de vítimas, já tinha um bom tempo que não acompanhava. No Brasil já superou 70 mil, no Estado avançando rápido para dois mil, sendo quase trezentos apenas em Belo Horizonte. #fiqueemcasa

Se as autoridades, especialmente aquelas da área de saúde, não conseguem fazer qualquer projeção ou prognóstico, imaginemos nós leigos e vítimas desse tempo. Quando nos trancamos em casa, era para achatar a curva e adiar o pico da epidemia que seria logo ali.

Daí, adia para mais à frente, depois mais um pouco, outro tempo e assim sucessivamente. Atualmente, ultrapassando 120 dias de isolamento, onde o poder público flexibilizou, recuou e endureceu, as informações davam conta de que amanhã – precisamente dia 15 de julho – seria a data do auge e terror do coronavírus em Minas Gerais.

Que nada! A curva, sempre ascendente da COVID agora não sugere afirmar se será ou não o pico da doença no Estado. A cada nova semana, às vezes até mesmo dias, as informações se esbarram. O pior, a nós belorizontinos, mineiros e brasileiros, é assistir os governos municipais, do Estado e da União, tratarem o assunto de maneira isolada.

Vivemos numa cidade que pertence a um estado que faz parte da Federação. O coronavírus atinge a todos nós, indistintamente de raça, crença e religião. Trancados em casa, presenciamos um embate político/eleitoral/ideológico com medo de retomar a vida normal. Quero rua!!! Até quando?

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3 comentários sobre “Esperando o pico da COVID

  1. Com sintomas de demência, o brazil_com z e minúsculo proposital_ vai se transformando num país macabro. Se há idiotas nos “poderes”, é porque os que os qualificaram estão bem representados. O crocitar dos corvos é real; crie-os e eles vazaram teus olhos.

  2. Boa tarde,

    Sei que vivemos num país de confrontos ideológicos, o pior é que deixam pessoas cegas e refratárias a tudo que não faz bem aos ouvidos, ideologicamente falando.
    Estamos caminhando a passos largos para termos que nos “rebaixarmos” e dar razão aquele boquirroto que foi eleito pela maioria do eleitorado deste país.
    Afinal ele jogou na cara do brasileiro a realidade a 4 meses atrás ” 100 mil a 120 mil mortes no Brasil”, animal, sem coração, genocida.
    Pois bem, ele em contra partida disse, é simplesmente uma questão de matemática.
    O Atleticano e o mineiro em especial não deveria ficar melindroso com boquirrotos, afinal tem no prefeito atual seu maior representante, mesmo não sendo rotulado com estes adjetivos do presidente.
    Na política proposta inicialmente, estado por estado, caso a caso e sem confinar inicialmente a população, minas estaria neste momento iniciando o seu confinamento.
    O estado do Amazonas que apesar da sua posição contrária a política do presidente, por obra do destino acabou executando a proposta inicial do presidente, vejamos, depois de ficar por 15 a 20 dias nos noticiários como o pior estado do país, ontem foram 9 mortes e continua diminuindo rapidamente.
    Então, digo,só depois de tudo passado, analisado, sem o viés político e ideológico é que poderemos ter nessa pandemia o exemplo, para evitar assim cometer os mesmos erros no futuro.
    É importante informar que em 2019 até a data atual foram mais de 10 mil mortes a mais do que 2020, no geral.
    Dados oficiais do ministério da saúde disponíveis para qualquer cidadão.
    Se tiverem preguiça ou tiverem acostumados com live, consulte a live do jornalista Alexandre Garcia.
    Pergunto ao Mineiro: – é justo ficar confinado por 100 dias quando número de mortes em minas nestes 100 dias não era o equivalente a um dia em São Paulo.
    Não seria mais justo se inicia-se de a 20 dias atras.
    Assim talvez a população ficou iludida que poderia evitar esse vírus, mas não, o que fez foi apenas adiar o que é quase inevitável.
    Pessoas do grupo de risco são as que devem manter total isolamento, os demais, força de trabalho e desenvolvimento do país devem mantê-lo forte financeiramente para podermos sair desta vislumbrando o futuro.
    Pandemia da incoerência, política vergonhosa que só enxergou na pandemia uma forma de acabar com a abstinência pela corrupção, e quando o presidente anunciou aos governadores que a fonte secou, os mesmos começaram a fazer atrocidades, liberando cidade para abrir comercio no pico da pandemia, voltar com futebol também em pleno pico como no Rio e já falam até em colocar torcidas, isto sim é genocídio, mas, como a fonte da atitude não é o presidente, os politicamente corretos simplesmente se calam, como já é de praxe.
    O difícil é afirmar quem são os piores.

    Boa terça a todos!

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