Foto: Imagem de Andrew Lee por Pixabay

Dia de Cinema

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Tais Civitarese

Programa de sábado à tarde: cinema e lanche – não exatamente nessa ordem. Fomos eu, a avó e duas crianças a caminho da aventura.

Logo ao chegar ao shopping, passamos em frente à loja de sorvetes de iogurte. Crianças modernas que são, quiseram lanchar lá. Lucas pediu o seu, de tamanho pequeno, com cobertura de balas e frutas. João Pedro, como sempre, inovou.

Pediu um iogurte sabor chocolate coberto por confeitos, calda de caramelo e mirtilos. Dado o calor e o grau de açúcar, levei também, para cada um, uma garrafa de água.

JP bebeu quase toda a água antes de começar a comer. Provou quatro colheradas e se disse “satisfeito”. Das quatro, uma foi parar na blusa.

E aí, iniciou-se a novela mexicana que virou nosso passeio rumo ao filme infantil.

João Pedro não queria ficar sujo. Ficou bastante irritado. A situação estava mesmo terrível, pois sua blusa era branca e a mancha tinha 50 tons de marrom.

Na falta de roupa reserva, decidimos comprar uma camiseta para que ele pudesse se trocar. Fomos até à loja de moda infantil mais próxima. Chegando lá, ele rapidamente viu o que queria: uma linda camiseta vermelha com estampa de avião. Pedimos o tamanho 4 e a moça foi buscar.

Porém, logo retornou de mãos vazias:

– Tinha, mas acabou.

– Escolhe outra, filhinho. Essa não tem mais.

– Eu quero aquela.

– Mas não tem do seu tamanho.

– Eu quero aquela.

Não houve blusa vermelha de barquinho ou amarela de aviãozinho que sossegasse a criança. Acabei comprando a que ele gostou, porém no tamanho 6. A hora estava apertada e ele iria crescer, elaborei, num pensamento amarelo… E lá fomos nós e a criança de vestido.

Finalmente, hora de ver o filme! Chegamos bem em cima e a sala já estava cheia. Os meninos queriam sentar com a vovó, mas não havia mais três lugares juntos.

Assim, nos distribuímos dois a dois, a algumas fileiras de distância. Eu com João Pedro e Lucas com a minha mãe.

Dez minutos depois, com filme iniciado e um certo sossego, o pequeno quis fazer xixi. Fomos ao banheiro. Passados mais 10 minutos, resolveu mudar de lugar.

Expliquei que não era possível, não cabia com vovó e ela estava muito longe. Mas aí os decibéis da cena começaram a aumentar. O cinema estava lotado e aquilo não ia acabar bem.

Nessas horas, a gente põe tudo na balança e decide pelo fator com menor potencial para o caos. Perto da birra que estava a caminho, joelhadas e resmungos não seriam nada… Pouco depois, lá estavam os três amontoados, estando o menor, ‘felizão’, sentado no colo da vovó.

Dali a pouco, uma mensagem fez tremer meu celular. Era Lucas quem, agora, queria se aliviar. Como estávamos em “3 contra 1”, seria mais fácil eu ir até lá para levá-lo. Mais algumas joelhadas e grunhidos depois, ‘simbora’ pro banheiro.  Antes do final do filme, levei JP mais uma vez. Desta vez para fazer úmero 2…

Avó amassada, mãe desnorteada, crianças felizes e filme terminado. A energia deles estava a mil. Queriam mais sorvete, picolé, hambúrguer, ir ao fliperama e à loja de brinquedos. Tudo ao mesmo tempo e bem agora, por favor.

Mas, nessas poucas horas tão corriqueiras de passeio, as emoções da maternidade já estavam suficientes para mim e vovó. Corremos muito felizes para o ambiente controlado do lar.

Quer carreira que englobe mais logística, versatilidade, estruturação e diplomacia do que essa? Desconheço…

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