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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Recorrendo ao inesquecível Roberto Drummond

_Promo USA 300x250Nossa trajetória de Torcedor é marcada por profundas e marcantes desilusões, que nunca abalaram a nossa fé Atleticana. Em meu mais de meio século, já presenciei de tudo. Perder título ganho, terminar em segundo lugar com dez pontos à frente do campeão, juiz e bandeirinha “garfarem” escandalosamente jogos e títulos, CBF mudar regulamento ao longo da competição, fazer ajustes a interesses do eixo e tanto mais.

Assisti ao lado do saudoso amigo Roberto Drummond muitos desses acontecimentos. E hoje recorro a ele, para usar duas pérolas de seu legado Atleticano. Tenho quase tudo que ele publicou, e sempre, especialmente nos momentos difíceis do relacionamento com o Galo, apelo aos seus saborosos textos. E neste momento, no qual a nossa bipolaridade está exposta, divido com os amigos dessa paixão o que Roberto nos deixou.

“Já vi os atleticanos agirem diante do clube da sua mais ardente devoção com o desespero e a fúria dos apaixonados.

Já vi, por exemplo, os atleticanos rasgarem a carteira de sócios do clube e jurarem: ‘Nunca mais torço pelo Atlético.’

É verdade, eu os vi falar assim, mas, logo em seguida, como acontece com os amantes do mundo, eu os vi catar os pedaços da carteira rasgada, como os amantes fazem com o retrato da amada.”

Roberto Drummond 02
Fotos: UAI/EM

Nestes dias tenho percebido muitos de nós, como este personagem citado pelo Roberto, quase que rasgando sua paixão pelo clube. Um amigo, que dias atrás projetava o título com rodadas de antecedência, ontem falava mal, xingava e dizia desacreditar na temporada. Eu mesmo confesso, quando saio de um jogo como o de quarta-feira, tenho vontade de nunca mais voltar ao estádio. Só não anuncio, pois sei que não sustento essa ameaça.

Pois bem, para os pessimistas do momento e com a intenção de prepará-los para a volta, ai vai outra bela oração do saudoso cronista e Torcedor do Galo.

“O Ser Atleticano

O Atleticano é diferente de qualquer outro torcedor

É diferente, pois não se restringe a ser

Somente torcedor

Ser atleticano é como casamento

Na saúde e na doença

Nas alegrias e nas tristezas

Mesmo quando a doença parece não ir

E as tristezas teimam em permanecer

O atleticano é capaz de

Após uma derrota humilhante

Pegar a camisa no armário

E sair às ruas

Mesmo sendo alvo de piadas

Isso por que o atleticano não torce por um time

Torce por uma nação

E tal qual em uma guerra

Um cidadão não renega um país

Mesmo que a derrota seja grande

O atleticano apóia seu time na derrota

Pois os obstáculos engrandecem

Seu sentimento de nacionalismo

E que me perdoem os que têm apenas títulos

Claro que são importantes

Mas o atleticano tem algo que os outros nunca terão

Tem paixão!”

Imaginem se Roberto estivesse ainda vivo, assistindo o Galo dos últimos tempos quanta coisa linda iria nos brindar.

Em homenagem à sua memória e ao próprio Roberto Drummond, sugiro uma corrente e energias positivas para superar nossos obstáculos e ir em busca de outras grandes conquistas.

Aqui é Galo, p….!

13 thoughts to “Recorrendo ao inesquecível Roberto Drummond”

  1. Com todos esses problemas que vivemos no departamento médico , eu continuo otimista .Contratações foram feitas e o nosso elenco hoje é bem mais vasto do que no início do primeiro turno . É claro que as ausências ,mas o grupo está muito forte e vai superar tudo isso . Dá para chegar lá !

  2. Adorava ler o Roberto Drumond no EM quando era menino, de manhã cedo, indo de carro com meu pai para o colégio, ou voltando depois da aula. Era uma daquelas coisas que fazia parte da construção do atleticanismo. Hoje o Fred Melo ocupa o mesmo panteão, com uma verve diferente, mas de igual talento. Também faz parte da construção do atleticanismo.
    Palmas, palmas, palma…?????

  3. Concordo com vocês Marcelo e Barros. Da nossa parte tudo bem. Mas é preciso que os jogadores façam o mesmo dentro de campo; que a diretoria cobre e exija luta incessante e respeito à camisa alvinegra; e que o Marcelo Oliveira tenha pulso e comando sobre o plantel. Pois não basta a paixão da torcida, se os demais envolvidos, principalmente jogadores, estejam sem foco, sem motivação, sem alma, como disse o nosso rabino Ávila.

  4. Eduardo de Ávila, assim como Roberto Drummond, resolvi eternizar o nobre sentimento de ” O Ser Atleticano”. Não que tivesse a pretensão de questioná-lo, pelo contrário, admiro seus textos, mas como escritor também, quis apenas homenagear o CAM e complementar o que um dia já fora dito. Assim já ficou registrado em outra matéria neste blog, onde novamente lhe agradeço pelo feito. Cordialmente….

  5. Grande lembrança! Roberto Drummond foi em seu tempo o maior e melhor na arte de escrever sobre o GALO. Hoje temos Fred Melo Paiva, que em nada perde para o antigo mestre, tendo inclusive, vantagem perante Drummond pois não tem cerimônia ao esculhambar o time da enseada das garças, coisa que RD não fazia. Quanto à bipolaridade da Massa, argumento que existem coisas diferentes, que sem análise mais aprofundada, ao olhar menos atento, tornam-se a mesma coisa. Pessimismo, derrotismo, “terra arrasada”, são características de quem tem a derrota em seu sangue, esses realmente fazem muito mal para o coletivo. Criticar (jamais dentro do campo, vaiar jogador do GALO é papel de adversário, não admito e se alguém fizer do meu lado, toma esporro), apontar pontos que precisam ser corrigidos, enfim, críticas semelhantes as que um pai faz para um filho, com o intuito de vê-lo melhorar, isso é válido e necessário, desde que feitas nos locais corretos (jamais, nunca durante uma partida). Percebo que alguns não entendem essa diferença e criticam quem não concorda com algo que venha sendo feito no âmbito do nosso GALO. Colocar os dois grupos no mesmo balaio é falta de inteligência (não é o que vc faz, meu caro Eduardo, a crítica é direcionada a quem não entende essa diferença). No mais é isso, acho que temos um treinador ruim, que não evoluímos nada taticamente, mas acredito que é possível conquistar Brasileiro e Libertadores, pois temos um ótimo elenco e um treinador que mesmo sendo ruim, já teve conquistas na mesma situação de hoje, em virtude de ter à disposição um bom elenco. Farei minha parte, apoiando incondicionalmente durante as partidas e criticando o que acho errado nos locais e no momento certo. Pra cima da gauchada! SAN

    1. Boa Barros ! Assim como você qdo estou na arquibancada , não admito nego escrachar com o meu CAM . Em meus anos de arquibancada e acompanhando o GALO seja lá onde for ,NUNCA vaiei , jamais proferi uma crítica sequer ao time – olhe que já tivemos motivos para isto – e quem o fizer toma ‘um tá ligado’ na hora .CAMpo é lugar de apoiar,cantar e carregar o time nas costas . Tenho este espaço aqui – e outros muitos da GALOsfera – como sendo um boteco,um encontro de amigos para falar do GALO , acho que seja o lugar certo para criticar o que se vê ,o que se sente e apontar o que de errado tu vês.No CAMpo jamais , já em roda de amigos -como acho que este espaço seja – falo o que sinto até o dia em que o Dudu me pautar. Critico muito o Marcelo , porém caso ele leve o GALO a um título , vou comemorar como sempre o fiz , porém meu pensamento de acha – lo fraco tecnicamente, irá continuar sem sombras de dúvidas . Amanhã nas primeiras horas, estou partindo junto com meus amigos de sempre rumo a POA para apoiar nosso GALO, como sempre faço e na volta caso o Dudu continue aprovando meus comments ,e veja falhas técnicas do nosso treinador, irei falar delas como sempre venho fazendo. Isto não é torcer contra – muito menos ser pessimista -, é enxergar o óbvio .Abraço, SAN e GALO Sempre

  6. O ser Atleticano já foi bem mais diferente , hoje infelizmente percebo que estamos nos tornando iguais aos torcedores de outros clubes, isso é muito triste, certamente Drummond reprovaria o comportamento da atual nação, prefiro acreditar que estamos contaminados pelo vírus do consumismo e do direito de reclamar de tudo e de todos que não nos seja ideal. Mas como qualquer outro vírus este também haverá de existir um antídoto, e o gene atleticano permanecerá intacto. Aos que acreditam e que são otimistas quanto ao desfecho do Galo esse ano exalem e propaguem esse sentimento, aos que não acreditam mas que são verdadeiramente atleticanos que façam suas criticas e roguem suas premonições desastrosas e arruinadoras, mas tenham a convicção que a palavra proferida tem poder, portanto, por mais pessimista que você seja tente exalar coisas positivas. E vamos, vamos Gaaalôôôôõôô, ganhar o brasileiro!!!!!

    1. Perfeito Dison. Está acontecendo o que eu posso chamar de “encruzeiração” da massa atleticana, eis que o que nós vemos são certos atleticanos (minoria, penso eu) criticando e esculhambando tudo, com a maior impaciência e implicância gratuita em relação ao time, aos jogadores, à comissão técnica e à diretoria do Clube. Poxa, temos um plantel fortíssimo, um treinador excelente, um presidente que fez das tripas coração para montar uma equipe em condições de ganhar títulos! Estamos em segundo lugar no Brasileirão, a apenas 2 pontos do líder, havendo ainda 17 rodadas para ultrapassá-los, e parece que estamos lutando pra sair do Z-4, tal como uns e outros por aí. Estamos no páreo na Copa do Brasil, pois eu duvido que o Galo perca a classificação lá em Campinas. E o que a gente lê é que está tudo péssimo, que não ganharemos nada, que o time é fraco, que o técnico é burro, que o presidente só fez contratações erradas, sem que ninhguém indique qual teria sido o correto a se fazer. Poxa, desde 2012 ganhamos uma Libertadores, uma Copa do Brasil, dois vice-campeonatos brasileiros e dois mineiros e parece que estamos vivendo os tempos do Afonso Paulino, do Ziza, do Bilu, do Catanha, do Nílson Sergipanos e de outros paturebas que infelicitaram a nossa vida. Vamos voltar a apoiar um pouquinho mais, a fazer a diferença como sempre fizemos, a acreditar mais, enfim, a ser novamente a massa atleticana que nós somos, a torcida mais argentina e vibrante do Brasil, pois o time do Galo merece!

    2. Tomara que esta fase nebulosa da elitização do nosso futebol se encerre o quanto antes . Sem querer ser sectário, ir ao estádio com um público predominantemente como este , não me dá prazer algum . É bem diferente do que eu estou acostumado e acredito ser a conduta de um torcedor , ainda mais de um atleticano . Já estou até fazendo promessa para tal !

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