“Pelear” para conquistar. Vamos, Galo!

Por José Roberto

Com o Mundial da FIFA se aproximando, a projeção feita pela comissão técnica e diretoria do C.A.M. é de somar o maior número de pontos possíveis até a parada que ocorrerá no período em que a Copa será disputada. 36 pontos ou 12 vitórias, para ser mais preciso. Seria uma grande oportunidade para o Galo emplacar uma bela de uma arrancada, o que traria certa dose de tranquilidade e confiança para todos. Na temporada passada, o Galo deixou a desejar quando atuou em seus domínios. Já o time atual, apesar de apresentar um modelo de futebol diferente daquela bagunça que se viu ano passado, ainda apresenta pequena instabilidade em certos momentos e acaba pagando caro por conta de falhas individuais, coletivas e até por deficiências do elenco, principalmente na armação e no ataque.

Como perde gols o nosso time, incrível! Exemplos desta instabilidade não faltam, haja vista o ocorrido no último sábado. Um jogo de inoperante massacre ao adversário, no qual se pagou muito caro nos minutos finais, deixando de acomodar três pontos fáceis e a liderança isolada na algibeira. Voltando ao pensamento de Larghi e comissão, teríamos dado um passo importantíssimo, não fosse o resultado negativo. Senão, vejamos: 12 rodadas, 24 pontos dos 36 são em BH, ou seja, 66% da pontuação projetada estaria nos jogos dentro de casa. Já que não aconteceu, vamos ter de buscar esses três pontos na partida que faremos fora de nossos domínios e ela será crucial e a mais importante no momento. Hoje, ocupamos o terceiro posto na tabela de classificação, com 13 pontos conquistados (era para ser 21). Porém, graças à instabilidade que vem acometendo o time, assim como também erros individuais, coletivos e calcanhares mal colocados, largamos oito pontos pelo caminho. Se farão falta, em dezembro saberemos.

A realidade que nos salta aos olhos, é de que temos um time bem treinado, com um padrão de jogo definido, solidário (às vezes) e carente de reforços pontuais que cheguem para vestir a camisa. Não precisamos de medalhões, até porque nossa grana é na conta do chá, e nem sempre eles são a solução. Pelo contrário, são problemas e trazem problemas com eles, principalmente para acabar com o bom ambiente conquistado a duras penas. Precisamos de jogadores que venham para somar, não sei dizer quem ou qual, nosso papel é torcer. Para isto, tem profissional muito bem remunerado para ver quais e quantas são as necessidades e carências do elenco. Penso que o Tadeu deva ter em mãos o que deve garimpar, já que em suas duas últimas entrevistas pós-jogo o Larghi externou a necessidade de chegar de três a quatro reforços pontuais para dar ganho técnico ao time. Que o Tadeu não nos venha com uma penca de refugos, já temos o bastante que não acrescentam em nada.

Após a parada para o Mundial da FIFA, saberemos qual será a real ambição desta diretoria e onde ela quer chegar com o C.A.M. nesta temporada. Que se mexam e deem solidez ao trabalho do Larghi. A primeira meta foi atingida, deu padrão ao time e só não está mais firme por conta do material que lhe deram ter chegado ao seu limite, agora é a vez de quem tem a caneta em mãos fazer a deles.

O Galo vai ao Recife e às 19h30 estará pisando no gramado da Ilha do Retiro para cumprir o compromisso frente ao Sport pela oitava rodada do Brasileirão. O adversário é uma das incômodas pedras em nosso sapato. No Recife, foram 25 confrontos: três vitórias, 12 empates e dez derrotas. O primeiro foi em 1971 e o resultado foi 1 x 1 (nosso treinador também era um calouro, o mestre Telê Santana). Os ares de lá não são muito favoráveis ao Galo, foram 38 anos (17 jogos) para vencermos o Sport em seus domínios. A vitória aconteceu em 2009, após abrirmos o placar em 3 x 0 ainda no primeiro tempo. Na volta do intervalo, com o Galo cochilando, o time diminuiu o placar para 3 x 2, mas conseguimos a suada vitória. Em 2010, pela Copa do Brasil vencemos por 2 x 0; e em 2012, pelo Brasileirão, 4 x 1.

O Galo vem de dois empates dolorosos contra o Sport em sua casa. Em 2016, poderíamos até ter saído de campo com os três pontos, abrimos 4 x 2 no placar, veio aquela cochilada básica e a partida terminou em 4 x 4. 2017 não foi diferente, saímos atrás no placar (1 x 0) e foi neste jogo que o Cone desencantou, foi dele o gol de empate; tempos a serem esquecidos, mas ao mesmo tempo, que tenham servido de lição. Quando o assunto é futebol, Galo e Recife não se misturam, e o Sport é um adversário duro para o nosso time quando atua em seus domínios. Os números estão aí e apontam para isto, um verdadeiro tabu!

No fim de semana passado, este mesmo Sport aprontou para cima do time da Crefisa dentro do Allianz Parque, vencendo de virada após ter saído atrás no placar. Todo cuidado ainda é pouco, viu, Galo?! O que se espera logo mais à noite é que o Galo faça um jogo seguro, de preferência sem dar as bobeiras individuais e coletivas que têm sido nossas companheiras nas horas mais incertas possíveis e que este tabu seja quebrado e revertido em três pontos importantíssimos para as nossas pretensões. Que o time traga para a Capital Mundial do Galo não só a vitória, mas a certeza de que este time quer mais e pode mais. Por isso, é preciso “pelear” para conquistar. Vamos, Galo!