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Parou por quê?

Imagem: Pedro Souza/Atlético

Por Paulo Silva

Não vou gastar o meu tempo e nem ocupar o dos AmiBlogs com lamentações. Essas já foram feitas durante essa semana em quantidade suficiente para esgotar qualquer paciência ou, dentro do espírito em que estou imbuído, para encher qualquer saco. Entendo que também não tem muito o que ser dito sobre a situação do nosso Atlético neste Campeonato Brasileiro. Como acompanho o Galo há décadas, posso com alguma autoridade refletir sobre o que acontece com o time dentro de campo, principalmente em momentos decisivos.

Observo que desde aquela decisão perdida em casa com um time invicto e que cedeu o título para outro que estava dez pontos atrás na tabela, o que falta para as equipes – não só a atual, mas todos os times do nosso Atlético – é equilíbrio emocional em momentos decisivos. Basta-se dizer que o jogo é importante e que tem ares de decisão para o time desandar em campo e fazer um monte de besteiras, menos jogar certo, com consciência e ter equilíbrio nos momentos adversos que ocorrem em qualquer partida. Para se constatar essa instabilidade emocional, basta observar que os times do Atlético já estiveram em cinco decisões do título Brasileiro e não conseguiram vencer uma sequer. É o famoso penta vice-campeão.

Alguns atleticanos preferem, em vez de analisar o time e o jogo friamente, culpar os árbitros, o gramado, o clima e outras situações circunstanciais ao jogo e até mesmo extracampo. Situações que afetam igualmente todos os adversários do Atlético e eles venceram. Porém, o que falta às equipes do nosso Atlético é a capacidade de se envolver com tranquilidade nos momentos decisivos.

Alguém poderá dizer que jogo na sétima rodada não é decisivo, pois há mais 31 para se recuperar. Ocorre que em campeonatos de pontos corridos todos os jogos são decisivos, alguns mais que outros. Ocorre também que o time perde na sétima rodada em casa contra um mais fraco, mas que conhece os seus habituais defeitos – sempre os mesmos – e joga em função deles. A partir daí, o Galo desanda e perde na oitava por puro desequilíbrio em momento de superioridade técnica e no placar; e empata na nona (dentro de casa) depois de superar um placar adverso e estar com um jogador a mais só porque não consegue ter equilíbrio emocional para controlar o jogo. Perde pontos por tropeçar nas próprias pernas.

Imagem: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Em vez de procurar meios de preparar o time para jogos decisivos com palestras motivacionais, trabalho psicológico voltado para as especificidades do futebol, orientar os jogadores jogo a jogo sobre as características de seus adversários e de alguns jogadores que contra o Atlético fazem o jogo de suas vidas, ficam, diretores e treinadores, arranjando desculpas e culpados externos para os fracassos do time. Também não contratam jogadores que, além de bons tecnicamente sejam capacitados para orientar os colegas dentro de campo, como fazia, por exemplo, o Oldair, que foi campeão Brasileiro com um time bem inferior aos demais que o Atlético teve posteriormente, mas que tinha um equilíbrio emocional capaz de fazê-lo superar as dificuldades.

Não era um grande time tecnicamente, mas era bem organizado e orientado fora do campo por um treinador que sabia treinar e motivar, e dentro de campo era liderado por um jogador que sabia exercer autoridade e comando. Atualmente, o que temos? Quando não temos um time desorganizado e bagunçado dentro de campo, temos uma equipe com organização tática e técnica, mas que não sabe se impor e jogar como quem quer obter uma liderança. Jogadores apáticos, desinteressados e incapazes de fazer prevalecer a sua maior capacidade técnica. 

O time do Atlético alcançou a liderança, mas como uma tartaruga no topo da árvore, não teve equilíbrio para se segurar. Voltará novamente assim que não tiver que ter responsabilidades de liderança e não se sentir ameaçado com uma decisão, e cairá novamente até aprender que o topo é lugar dos fortes. Então, parou por quê? Porque o time é um bando de desorientados que não sabem conviver com o sucesso.

Paulo Silva

View Comments

  • Ô pai, falta um jogador de respeito, um comandante dentro de campo ou um craque no ataque para que os outros possam se espelhar e manter a calma. Como o Ronaldinho Gaúcho na Libertadores de 2013.
    Um cara assim eleva em muito a confiança do time dentro de campo.

  • Excelente comentário, infelizmente é o retrato fiel dos últimos aos do nosso Atlético.
    Seguindo esta linha do emocional, gostaria de escrever sobre o que acontece a cada clássico ganho, ano após ano: me parece uma coisa de perda da humildade ou simplesmente de passar a se achar o melhor do mundo, mas, ganhar o clássico é de fato muito normal para o Atlético, mas, o que vem após as vitórias é algo de profundo estudo, a cada clássico ganho a vitória sempre nos faz mal com relação a continuidade do campeonato, e o pior,sempre a reação do outro lado é o oposto, a derrota parece que fortalece nosso freguês, enquanto nos enfraquece. Vejo isto um caso daquele do emocional, mas é fato e é todos os anos no campeonato de pontos corridos.
    Outro fato verificado é com relação ao Galo doido, com esta defesa é impossível a volta deste estilo, porque ela sempre ganha dos atacantes, tomando gols de todas as formas e de todas as falhas possíveis, por falar nisso alguém aí viu o Vítor.... nem nas fotos.
    Acho que tem completa razão quando fala sobre um programa de tratamento emocional para os jogadores e comissão técnica, porque o que acontece é a total falta de sincronismo quando estão diante de uma suposta superioridade ou diante de uma decisão. Inclui a comissão técnica devido a este último jogo ao qual o nosso treinador se perdeu primeiro do que o próprio time e o levou para o buraco. Veja bem em outras épocas de glória os treinadores Cuca e Levi não permitiam que jogadores falassem de arbitragem, deixando este assunto para a diretoria, é isto, a diretoria precisa saber o porque da escalação de dois árbitros cariocas em sequencia, logo após ao Flamengo reclamar da escalação do árbitro mineiro. E ambos com arbitragem polêmica. Por isto digo que nossa diretoria esta devendo, pela falta de representatividade junto a comissão de arbitragem da CBF.

  • Brilhante análise. Sou um dos atleticanos que sofreram com a superlotação do Mineirão e com a perda do título para o São Paulo. Até hoje não entendi porque o Galo contratou o Chicão, depois daquela deslealdade em cima do Ângelo. Infelizmente são memórias impagáveis. Abraço.

    • Meu caro Saulo, este fato posso dizer que nestes anos todos foi para mim o mais decepcionante, talvez mais do que ver o Galo jogar a série "B".
      Quem viveu junto com o Galo aquele jogo não tem como esquecer.

  • Ficamos com o Arouca, Erick, Juninho e Guedes vai para as Arabias e o outro Alexandre fica com o Marcos Rocha, esse Alexandre do Sette e bom de negocio hehehe

  • Vai acontecer com o Tiago L igual aconteceu com o Marcelo Oliveira vai sair do galo para ser campeao em outro clube .e outra esquece o independencia o independência so serve para o galo se ele for estilo galo doido .

  • Tem um time do outro lado da lagoa onde talvez você seja mais feliz.... eles aceitam simpatizantes.... Ser atleticano não é pra qualquer um.... tenho certeza que aqui você não fara nenhuma falta... não precisamos de modinhas....

  • Bom dia amigos do Galo. Pelas informações do Super, o NOSSO GALO fez uma proposta ao Palmeiras para adquirir o Roger Guedes, mas como o jogador se valorizou depois que veio para o CAM o Palmeiras não aceitou a proposta. Ao que tudo indica este jogador vai embora e o Gallo, que contratou o jogador sem que o preço dos direitos federativos fosse fixados, vai continuar como Diretor de Futebol do NOSSO GALO. Estão apequenando NOSSO GALO.

  • Sou atleticano, Galo Doido, Contra o Vento desde 1983. Cheguei a triste conclusão no alto dos meus 44 anos: não temos DNA vencedor. Conquistas pra nós são exceção e não regra. Pode montar timaço, time mediano, ter treinador renomado, analista de desempenho, presidente macho e presidente cagão, não adianta, não temos sangue vencedor. Temos raça , uma torcida única e apaixonada e um CT fantástico. Somos o time da resistência, da inclusão, do Eu Acredito, mas que a vitória não é exalada pelos poros. Desculpem-me mas desisto.

  • Assim como se diz que "à mulher de Cezar não basta ser honesta, tem que parecer honesta", digo que números não bastam, se na hora de competir por eles, os caras arregam e não se impõem aos adversários. Falta um ou dois caras que queiram ser "vencedores" dentro de campo ... aí ... o resto vai no vácuo. Estamos sem lideres e ... não seremos "lider" sem liderança e obstinação pela vitória!

  • Olá amigos da bola!

    Está explicado porque o galo perde tanta ação na justiça!.....

    Como são ruins de serviço esse, esses nossos advogados!......... Os caras parece não saber trabalhar! São pouco inteligentes!......

    Repito, está explicado porque o galo perde praticamente todas as ações na justiça!.....

    É preciso dizer, que time perdedor não ganha receita, perde receita!...

    E A VITRINE GALO CONTINUA!......

    Vão inflacionar ainda mais o nosso clube, vai ficar sem receita e com uma barca de jogadores ruins trazidos por empresários...... Parceria estranha essa, entre presida, diretor e empresários.....
    Quem ganha????? Sei quem não ganha! O nosso clube.

    É preciso protestar galera! Não comparecer aos jogos é uma ótima forma de protesto!.... Só assim, esses caras verão a importância de nossa torcida!

    Precisamos acordar, ser exigentes!........ Nossos rivais nos deixaram pra traz, se continuarmos passivos, aceitando tudo, a tendência é piorar!..... Nosso principal rival, que antes tinha uma torcida ínfima em relação a nossa, hoje, nos passou, vejam, comparem os títulos que temos e os que eles tem! É difícil!.... Mas, é a dura realidade, e é preciso ser realista!... E é preciso mudar!......
    Acorde massa!....

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