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O Atlético de amanhã é o resultado do Atlético que está sendo construído hoje

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

Já escrevi neste espaço que dois fantasmas obsidiam o Glorioso. Primeiro, a irregularidade que o time atleticano tem mostrado em jogos contra clubes brasileiros e de camisa menos pesada, o que pode acabar por corromper o ambiente interno, não só em razão das cobranças e pressões decorrentes, como também porque evidenciam uma deficiência de comando que não consegue inspirar no elenco uma postura uniforme que transpareça o tão propalado DNA do Galo forte Vingador. E, segundo, o risco de, como sempre, se fazer maus negócios premiados pelas dívidas, o que pode contribuir para desfigurar o elenco atleticano e adiar, mais uma vez, o sonho da conquista de novos grandes títulos.

Júnior Alonso parece ser a bola da vez. Quem me acompanha sabe da minha aversão em relação às especulações e ao noticiário panfletário. Mas, o disse me disse em relação a uma possível proposta milionária do futebol árabe pelo zagueiro paraguaio me dá a oportunidade de fazer uma reflexão em particular.

É que a sua saída, se se confirmasse, deixaria um setor do time ainda mais carente de reforços. Pelo menos essa é a visão prevalente no seio da massa atleticana, corroborada por segmentos importantes da mídia convencional mineira e reverberada aos quatro ventos pelas redes sociais galistas. A zaga atleticana é, de há muito, o setor que mais preocupa o mundo atleticano. E exatamente à exceção do zagueiro da seleção paraguaia, nenhum outro beque alvinegro inspira plena confiança no torcedor atleticano. E olha que até Alonso, em razão das ultimas atuações pouco convincentes, já está arrancando criticas e desconfianças.

Se alguns nomes já eram especulados como reforços pontuais para a zaga alvinegra, mesmo porque o zagueiro Bueno, de obscura passagem pelo alvinegro, não terá o contrato renovado e nem será adquirido em definitivo, devendo retornar ao seu clube de origem no Japão, mais do que nunca, a saída de Alonso, obrigaria o clube a ir ao mercado na obrigação de buscar uma peça de reposição à altura. Aliás, mais de uma, como se tem dito reiteradamente aqui e ali.

Todo esse imbróglio resultante de possíveis saídas nessa próxima janela internacional de transferências, somadas aos desfalques ocasionados pelas recorrentes e excessivas convocações de jogadores para as diversas seleções de seus países disputarem os inúmeros torneios programados, a maioria deles caça niqueis desnecessários, traz aos dirigentes um desafio que, se não arrostado com competência e tirocínio, pode levar o clube a experimentar um corte irrecuperável em seus projetos, o que significaria um prejuízo de proporções incalculáveis.

Como vender, quem vender, por quanto vender, quantos vender, quando vender e porque e se deve vender são perguntas tradicionalmente indigestas para o Atlético que normalmente conduz suas negociações apenas e tão somente pela expectativa de ver o vil metal tilintar em seus cofres. E, portanto, estas questões quase sempre não são respondidas e nem minimamente consideradas. A expectativa de se atingir uma determinada meta de receita com as vendas tem justificado negócios temerários, alguns até ridículos e, como de praxe, sem explicações convincentes.

O mesmo se aplica aos empréstimos, também mal feitos e desastrosos. Há poucos dias, por exemplo, o canal Galo tube do Ricardo Alencar trouxe uma notícia que, confesso, roubou-me bons momentos de tranquilidade e que me suscitou fazer em minhas redes sociais algumas perguntas e a tecer as seguintes considerações: como é possível perder uma joia de forma tão ridícula? Coisas do Atlético? Incompetência?

O Jovem zagueiro Gustavo Henrique, emprestado pelo Atlético ao Bahia, fez uma excelente campanha no time de transição da equipe baiana que, ao contrário do Galo nem escondeu seus garotos e nem extinguiu a sua equipe intermediária. Ao contrário, o Bahia, a exemplo de vários outros clubes brasileiros de séries diversas, têm disputado regularmente o campeonato brasileiro de aspirantes promovido pela CBF. Graças às suas boas atuações, a jovem promessa atleticana já foi promovida ao elenco principal do tricolaço e deve ser adquirido em definitivo conforme o Bahia já sinalizou.

E, segundo as ridículas condições estabelecidas no contrato de empréstimo, o garoto vai ficar em definitivo no Bahia e não há nada que o Atlético possa fazer para reverter a besteira feita. Quinhentos mil reais, segundo informa o GALO TUBE, é o que o Atlético vai receber por 50% dos direitos do jogador. Repito, quinhentos mil reais por um jogador em formação e de potencial reconhecido. E sabem quem é o dirigente do Bahia que o indicou e levou para lá? Júnior Chávare, ex-diretor da base atleticana. Quem ganhou com esse “negócio”? Certamente não foi o Atlético?

Mais uma vez o Atlético não se pronunciou, nem se explicando, nem oferecendo outros números e, nem tampouco desmentindo esta notícia. Quem cala, consente. E, para quem não sabe quem é Gustavo Henrique, lembro que o garoto que vinha se destacando no sub 20 atleticano foi guindado para o oculto time de transição do Atlético, tendo sido relacionado para o grupo principal por Sampaoli mais de uma vez. O frenético treinador argentino nunca escondeu a sua admiração pela jovem promessa atleticana.

Uma questão que vem sendo debatida nos espaços atleticanos e que constitui uma das criticas mais recorrentes feitas antes a Sampaoli e agora a Cuca é o pouco aproveitamento no time principal dos garotos da base. Para muitos falta boa vontade. Para outros, confiança na garotada. Para outros tantos, o projeto sustentado pelos mecenas de montar um time de ponta com contratações de renome é que inviabiliza o aproveitamento das joias da base. Para mim, uma falha crucial e recorrente de planejamento, indica que é tudo isso, junto e misturado e, talvez, mais alguma coisa.

Ainda este ano, pressionado pela sua delicada situação financeira, o Atlético extinguiu o seu time de transição o que, obviamente, provocou uma significativa descontinuidade no trabalho que era desenvolvido com cerca de 30 a 35 garotos, mais ou menos, de idades de 15 a 20 anos que trabalhavam com o técnico Leandro Zago, então demitido naquela oportunidade. Muitos desses jogadores foram emprestados, outros dispensados e alguns outros reconduzidos ao sub 17 e ao sub 20. Quais os critérios técnicos e esportivos que nortearam os empréstimos ou as dispensas, ninguém sabe. Mas, que a folha de pagamentos foi aliviada, o que era o principal objetivo dessa mudança, não há dúvida nenhuma.

Não há como esconder que o Atlético de hoje, sabidamente em franca transformação organizacional e gerencial, sofre e ainda vai sofrer em razão da falta de um planejamento no futebol que, além de não ter evitado situações de descontinuidade como o foi a extinção do time de transição, não permitiram ao clube utilizar melhor as suas jovens promessas, dando a elas uma transição tranquila, eficiente e equilibrada.

O que esperar, então, do Atlético e de seu comando em relação a tudo o que pode acontecer nessa próxima janela internacional de transferências e qual é a garantia de que o clube não irá ver o seu elenco desfigurado? O que esperar de um comando que, como alguns formadores de opinião já falam e repetem a todo instante de forma jocosa, está rezando aos céus para que as sondagens por qualquer jogador se transformem em propostas concretas, tal a sanha para fazer dinheiro e aliviar os cofres?

E qual é o planejamento para suprir o elenco com peças de reposição que possam, ao menos, manter o nível atual e dar ao treinador condições para montar, jogo a jogo, um time minimamente competitivo para disputar os títulos das competições que o clube está participando? Qual é o planejamento para utilizar os garotos da base de forma parcimoniosa, protetiva e produtiva? O que está sendo feito para reduzir a níveis aceitáveis e minimamente danosos, os picos de irregularidade que têm se verificado? E o que se tem feito para inspirar no elenco uma postura uniforme que transpareça o tão propalado DNA do Galo forte Vingador?

Nunca é demais lembrar que tudo o que acontece dentro de campo é reflexo e consequência direta do que ocorre fora dele. O Atlético de amanhã é o resultado do Atlético que está sendo construído hoje e, espera-se, com a experiência do passado.

Blogueiro

View Comments

  • Falando de base, não há como não se lembrar do Galo de 76/83, da quantidade de craques revelados na base: João Leite, Alves, Márcio, Vantuir, Luizinho, Cerezo, Ãngelo, Marcelo Oliveira, Serginho, Ziza e o grande Rei, Rei, Reinaldo é nosso Rei. Time formado na base pelo Barbatana. Subiu inteiro para o time principal sob o competente comando do Barbatana. De "penetra", apenas o Eder Aleixo, vindo do Grêmio / América, titular absoluto da seleção brasileira de 82. Que sirva de exemplo aos nossos administradores.

  • Falando de base, não há como não se lembrar do Galo de 76/83, da quantidade de craques revelados na base: João Leite, Alves, Márcio, Vantuir, Luizinho, Cerezo, Ãngelo, Marcelo Oliveira, Serginho, Ziza e o grande Rei, Rei, Reinaldo é nosso Rei. Time formado na base pelo Barbatana. Subiu inteiro para o time principal sob o competente comando do Barbatana. De "penetra", apenas o Eder Aleixo, vindo do Grêmio / América, titular absoluto da seleção brasileira. Que sirva de exemplo aos nossos administradores.

  • Boa tarde amigos do Galo. Concordo integralmente com o Max Pereira, a base do NOSSO GALO revela sim jogadores de qualidade, mas por alguma falha eles não são aproveitados. Muitos aliás, são convocados seguidamente para compor a seleção das respectivas categorias. Penso que alguns poderiam estar jogando no time titular, pois a nossa base já mostrou que tem jogadores melhores que Yoran, Allan e Everson. Estou certo ou errado?

  • DIFÍCIL.
    QUEM QUISER ESPERAR QUE SAIA UMA JÓIA DESSA BASE DO GALO , É MELHOR ESPERAR SENTADO.
    TALVEZ DAQUI HÁ 40 ANOS SAIA DE LÁ UM REINALDO , UM TONINHO CEREZO , OU UM PAULO IZIDORO .
    NOSSA BASE HÁ DÉCADAS É COMANDADA SÓ POR IRRESPONSÁVEIS E IMCOMPETENTES.

  • MAX , QUAL É A "JÓIA" DA BASE DO GALO QUE ESTARIAM ESCONDENDO E NÃO COLOCAM PARA JOGAR.??
    EU NÃO CONHEÇO NENHUMA JÓIA NESSA BASE DO GALO.
    HÁ MUITOS E MUITIS ANOS.

    • Caro Paulo Roberto, boa tarde.

      Os diamantes só são realmente preciosos e valem muito depois de lapidados. Assim é com as crias da base e também com as apostas vindas de clubes pequenos e médios que normalmente precisam de um tempo de adaptação. Quem jogou na várzea e tentou a sorte em um time profissional sabe do que eu estou dizendo.
      Um Reinaldo, um Toninho Cerezo, um Lacy, um Lola, não surge todos os dias. Mas, podem ser garimpados e quem sabe aparecerem novamente, se o trabalho certo for executado.
      Paulinho e Ramonzinho são dois exemplos de camisa 10 de raro talento que surgiram na base atleticana e foram porcarmente aproveitados. E não era porque não tinham talento. Ao contrário. O primeiro o Atlético vendeu pela primeira proposta que recebeu. O segundo, o clube não cuidou e não blindou. Se perdeu e a carreira se esvaziou.
      Lembra de Reinaldo Rosa, o Reinaldo Segundo? Foi titular absoluto e artilheiro de todas as categorias de base do Brasil do sub 23 à seleção olímpica. Sabe quem era seu eterno reserva? Um tal de Ronaldo, conhecido como fenômeno.
      E qual foi o futuro dos dois? E por que o ex-cruzeirense se tornou o tal fenômeno e o ex-atleticano se perdeu?
      O que o rival fez de certo e o Atlético de errado?
      Obrigado e saudações atleticanas.

  • Bom dia se galo não aprender a negociar e valorizar os atletas nunca vai equacionar a divida.E essa contra partida da prefeitura que vai custar mais de 150 milhões para galo fazer o estádio,da parte do meio ambiente e perfeitamente compreensível se exigir mas com tantos benefícios que essa arena vai trazer para cidade de Bh e ainda vai fazer obras que seriam de responsabilidade do municipio? Esse Kallil so olha próprio umbigo,so quer se promover na politica as custas do galo.

  • Prezado! Um pergunta honesta aos "inteligência" q morcegam ali no nº 1516 em Lourdes:
    > Tem uma cabeça pensante entre eles q analisa estrategicamente o calendário da temporada minuciosamente antes de tomar decisões sejam elas quais forem?
    Caso se concretize esta transferencia do Alonso e forem trazer outro defensor q ñ atue no país_ ou q já atuou em ambas as competições_ , o dito cujo só poderá jogar a partir de agosto e qdo isto ocorrer DUAS competições já estarão na fase mais aguda em termos da sequência do Clube em ambas.
    4ª de final na LA e 8ª final na CB com o Br_ q ñ ganhamos á ½ século_ tbm em andamento. Eu em minha infinita desobediência em entender o q passa na cabeça desses caras, fico de queixo caído com tanta "inteligência" junta no mesmo tempo e espaço . É impressionante como palavras bonitas são atiradas ao vento com nenhuma análise das consequências q elas trazem,ou não. Impressionante!
    Qto ao aproveitamento dos garotos da base,já desisti de vê-los sendo aproveitados no @Atletico, pelo simples fato de os mesmos "inteligência" não acreditarem neles,e,mais uma vez as palavras atiradas ao vento induzem a isto. Como acreditar? Eu não acredito em ninguém com mais de trinta dinheiros e muito menos em "inteligência" q não acredita naquilo q fala. Com esse carrossel de velhas novidades impregnado no GALO,a fila não anda, irmão!
    Saudações Atleticanas
    #FORÇAFELIPE

  • Bom dia!
    Max! Max!
    Nota 10 pra ti nessas letras!
    Algumas considerações:
    Alonso não é o xerifão que pensávamos que fosse. Muito fraco por sinal.
    Outra coisa, Jemerson, o ultimo bom produto da base, entrou no time por pura necessidade, não por uma oportunidade que estavam dando a um garoto da base.
    Aí fica a pergunta, nossa base não revela porque não tem ninguém que presta lá ou porque nem diretoria nem treinador estão interessados em dar oportunidade pra mulecada, porque tem intere$$es escusos em contratações de merdalhões que só oneram os cofres do clube e enchem os bolsos da orcrim!?

  • Bom dia, todos! Já disse aqui uma vez e repito, Perdi as esperanças com a base do Galo. Por isso acho que deveríamos simplesmente acabar com ela. Vamos formar dois times, o principal com 30 jogadores e um de transição composto por jogadores entre 16 e 22 anos contratados junto a outros clubes do Brasil e da América do Sul. Vai sair muito mais barato.

    • Luís Cláudio, bom dia.

      Por que acabar com qualquer projeto é melhor do que organizá-lo, torná-lo eficiente e bem geri-lo?

      Saudações atleticanas.

  • Bom dia. Eu já vou por outro lado, vários jogadores da base tiveram oportunidades...tem garoto ai completando 20 a 30 jogos pelo profissional...eeee...nada (muito fracos, sem recurso). Jogador com 19, 20 anos já tem que entrar e jogar bola, foi a época que jogador de 19, 20 anos era garoto, tem que mostrar futebol. Entrar e agarrar a oportunidade. Atacante ai com mais de 20 oportunidades...sem gol. Agora também sou contra contratar jogador meia boca (vieram muitos) e tirar o espaço da base. Contratação tem que ser pontual e pra jogar e resolver um problema, não para inchar elenco.
    Saudações.

    • JORGE CHAGAS ,

      jogador de 19/20 anos noutras épocas já era
      considerado veterano ...

      Hoje , com 22/23 , são "promessas" .

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