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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Ninho do Urubu é caso de dolo eventual

Este início de ano brasileiro tem sido apavorante. Deslizamento de barreiras, incêndios em vários lugares – com destaque ao alojamento do Flamengo -, acidentes automobilísticos e aéreos (especialmente ao comum de dois que vitimou o jornalista Ricardo Boechat) e tantas outras tragédias. Nas redes sociais, que felizmente estou em processo de desintoxicação e livre da tanta asneira publicada, uma guerra entre apoiadores de candidaturas – vitoriosas ou derrotadas – aplicando incontinenti sanção e punição aos adversários.

Vou me ater nesta postagem ao caso do Centro de Treinamento, denominado “Ninho do Urubu”, do Flamengo do Rio de Janeiro. Este homicídio doloso do clube carioca contra seus jogadores da base não pode passar impune aos olhos da “cega” justiça brasileira. O fato de ser o time mais popular do Brasil, muito disso pela exposição privilegiada da grande imprensa e a benevolência histórica da CBF, não imuniza o clube dessa responsabilidade. Trata-se de “dolo eventual”, pois embora não houvesse a intenção, assumiu o risco pelas condições de uma acomodação sem alvará e sub-humanas de ser utilizada.

Leio e releio incrédulo com tamanho desleixo da administração flamenguista com suas joias da base e perplexo com a tentativa em vitimizar o clube com aquele famigerado “#forçaflamengo”. Enfiar essas crianças num contêiner, numa área destinada a estacionamento, com uma única saída e ar condicionado funcionando precariamente (gambiarra mesmo), provocando dez mortes carbonizadas, é crime que merece punição exemplar à empresa (no caso o Flamengo) e seus diretores.

A responsabilidade dessa tragédia no “Ninho do Urubu” vem de décadas de proteção e privilégios dados ao clube carioca, por autoridades de todos os poderes – em conluio com a CBF e a grande imprensa brasileira -, que fez vistas grossas ao favorecimento dentro e fora de campo ao time do coração. De juízes (de toga – especialmente aqueles do STJD – ou do apito), presidentes da República, dirigentes da entidade e inescrupulosos interesses financeiros e comerciais.

Fosse essa tragédia em qualquer Centro de Treinamento, fora do eixo Rio/São Paulo, a CBF já teriam condenado e  rebaixado a equipe a última divisão e achincalhado com toda a história da agremiação. A responsabilidade é também dessa entidade, que sempre protegeu e beneficiou cariocas e paulistas, notadamente o Flamengo. Fosse o meu Galo, ou até mesmo outro time mineiro, ou do Rio Grande do Sul, do Paraná, da Bahia, de Pernambuco, Goiás ou de onde quer que seja, não surgiria o “#força…” Era pau neles!

Imagina se esse crime hediondo tivesse ocorrido lá pelo início dos anos 70, com aquela geração que conquistou títulos nacionais e internacionais (ainda que beneficiado por Aragões e Wrights) com Zico, Leandro, Adílio, Andrade, Tita, entre outros. Essa história forjada em erros de arbitragem e benesses da CBF e emissora de televisão não existiria. Seriam passíveis de punição naquela ocasião ou – como agora – teriam o benefício do silêncio das autoridades dos três poderes e nos três entes federados?

Um presidente se convalescendo e a irresponsabilidade das mineradoras não podem justificar o silêncio do Ministério comandado por um paladino da moralidade – ou morosidade – ou de uma ministra que se preocupa mais com o rosa e azul das crianças. Ou de tanta laranja azeda que permeia a administração federal.

Seria o caso, se querem fazer justiça, de uma investigação isenta e punição aos responsáveis, desde a cassação do funcionamento da instituição e até mesmo de títulos conquistados. De maneira ampla, geral e irrestrita, não só daqueles que ganharam graças ao “apito amigo” e às aberrações administrativas e do tribunal de justiça desportiva, que sempre beneficiaram a cariocas e paulistas, especialmente esse time criminoso que ceifou a vida de dez crianças em sua guarda e (ir)responsabilidade.

*Imagem 1) Flickr do Galo; Imagem 2) instagram

 

 

11 thoughts to “Ninho do Urubu é caso de dolo eventual”

  1. Oras, preclario escriba,
    Infelizmente você misturou uma tragédia recente, com títulos conquistados pelo clube e depois veio criticar o governo atual e seus ministros, ou seja, você misturou alhos com bugalhos sem dó nem piedade.
    Citou jogadores do Flamengo que foi uma geração de ouro do clube nos anos 80 e a cereja do bolo de seu post é a eterna mania de vitimização que não larga seu apaixonante clube e sua diferenciada torcida: que fase, hein?
    Fale mais sobre o time, sobre o elenco, sobre Patrick, Elias, Cazares, Luan e agora o Papagaio que acredito vc consiga manda melhor, vai por mim!
    E não deixe de tomar seu remedinho e seu chazinho de erva cidreira.
    Se acalme!

  2. Guardadas as proporções, a matança no Ninho do Urubu equiVALE à de Brumadinho, vez que eivada de irresponsabilidade consciente. Eduardo está correto! Aquele clube sempre protegido e favorecido tem que ser enquadrado na lei e os seus diretores presos, como os da Vale. Mas sabemos que nada disso acontecerá. Enquanto isso, a “nação” libera suas lágrimas de crocodilo. Tudo um grande circo! Mas se a tragédia fosse no Galo, seriamos impiedosamente massacrados.

  3. O Eduardo não falou absolutamente nada que não tenha sido amplamente veiculado anteriormente na imprensa. Afinal, é mentira que o clube não podia utilizar tais instalações como alojamento de garotos, por falta de alvará concedido pelo poder Público? Difícil, um jornalista que vive de sua opinião e da comunicação não poder se expressar. Força, caro Eduardo!

    1. Caro, agradeço vossa manifestação. Estou absolutamente tranqüilo. Sei até onde podemos caminhar. Afinal, não me tornei profissional da área ontem, mas tem alguns anos. Já passei por situação contundente, o que não é o caso. Bola pra frente.

  4. Caro Eduardo, de verdade, não acho que seja o caso do que disse esse cidadão. Quem vai fazer, não ameça. Vai e faz. Simples assim. No entanto, com todo respeito, não entendi o objetivo desse seu post. Ficou sim, para mim, parecendo um desabafo pelas mágoas antigas. No caso deste alojamento, só estamos sabendo em função do que aconteceu (infelizmente). Mas como saber como estão os outros CTs? Aqui mesmo, do lado, temos 2 irregulares. O que podemos dizer de outros centros menos visados. Respeito sua opiniao, até concordo, mas creio que foi meio inoportuno. Vamos falar do time…das dificuldades, da liderança. Um abraço!

    1. Amanhã, como toda terça e sexta, falo de Galo. Excepcionalmente e julgando necessário, noutros dias. Quanto ao tema, CT do Galo está apto, o que quis dizer é que se o fato tivesse sido com o nosso time ou qualquer outro a TV, o MP, a CBF e toda essa gente estaria dando enorme destaque. Como foi no Ninho do Urubu, …

  5. Prepara o bolso e arranja um bom advogado pq vc vai ter que explicar e provar na justiça essas suas acusações levianas e irresponsáveis. Esse texto ridículo já está nas mãos do vice-jurídico do Flamengo. É só você aguardar. O seu lombo vai arder, freguês. Quis “lacrar” pra sua torcida insignificante. Falou só merda….. Agora aguenta as consequências.

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