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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

História de Atleticano septuagenário

Entre essa magia de ser Atleticano, uma das situações que mais me encantam, é ouvir casos e histórias de Torcedores da velha guarda. “É um barato, esse Barata!” Sempre trazendo suas observações no nosso blog, hoje ele conta seus primeiros tempos e a consolidação dessa paixão que mata de inveja. Vivi boa parte disso, nem tudo. 

José Eduardo Barata

Foi lá pelo final dos anos 50 que minha memória foi buscar as primeiras lembranças de um sentimento que aguarda explicação até os dias de hoje e que não me atrevo a dizer que um dia a terei.

A imagem é de um moleque agarrado no alambrado do Antônio Carlos, junto de um amigo inseparável, o Zédmar , filho de um abnegado que viria a ser presidente em 1961, Edgard Neves.

E eu vou revendo a minha história, subindo a Manoel Caillaux, depois de descer do bonde, para adentrar as arquibancadas do monumental  Gigante do Horto.

Em dias de clássico ocupávamos dois terços do estádio, indo até o final da ferradura, ficando à nossa frente a “coligação”, que era como nos referíamos à torcida que mesclava azuis e alviverdes contra a Massa.

Ali, os momentos inesquecíveis no Bi de 62/63 só faziam crescer a vontade de que cada domingo chegasse depressa para lá estarmos de novo.

Então aconteceu  o período que nos forjou como a maior e mais espetacular torcida que um time de futebol poderia ter e que é nossa marca indelével .

Depois de um Siderúrgica que tinha um ataque imarcável com Ernani, Silvestre, Noventa e Tião me aparece aquela molecada azul que nos afligia mas que, ao mesmo tempo, revelava a nossa resiliência e o monstruoso crescimento de uma paixão inigualável.

Embalados pela mais fantástica charanga que já tenha se apresentado  em campos de futebol, a do “Júlio, o Mais Amigo”, aquela que criou o mais ensurdecedor e universal dos gritos de torcida, o insuperável GALÔ, que entremeava o refrão  de uma música tornada clássica na voz de Clementina de Jesus, a “pergunte ao João”, embalados, pois, por essa magia, depositávamos a cada ano a nossa esperança em Buião, em Vander, em Ronaldo, em Vaguinho e isso nos tornava cada vez mais fortes e vibrantes.

E as emoções se sucediam.

Veio o gol de Vaguinho, de mão, em um clássico.

Vieram os jogos contra as seleções estrangeiras.

Os dois gols de Dario contra os azuis, prometidos antes da partida.

A apoteótica vitória contra a Seleção Brasileira.

A recuperação do Mineiro em 70.

E um desfilar de verdadeiros craques sendo criados e/ou moldados por Yustrich e Telê.

Eu vi Lacy, Renato, Vander, Vantuir , Vanderle, Lôla, Beto, Bibi, Romeu, Ronaldo, Spencer, Oldair, Humbertos – o Ramos e o Monteiro -, eu vi Grapette e vi Tião, o gringo Cincunegui , o espetacular Dario, eu vi a gloriosa redenção de um time de futebol que desperta em mim, como disse no início, um sentimento que jamais terá explicação.

* fotos: 1) arquivo pessoal; 2) UAI/EM

26 thoughts to “História de Atleticano septuagenário”

  1. Sobre o Patric, em convergência ao q alguns disseram, todo o meu respeito ao profissional. Desejo a ele todo o sucesso em sua carreira. Respeitou nossa camisa o (longo) tempo em que aqui esteve. Leva para o Recife (terra de Josué de castro, de Suassuna e de Chico Science, gigantes da nossa cultura!), o meu respeito. SAN

  2. Boa tarde, Eduardo!
    A história é uma simplificação metódica de algumas passagens do Nosso Galo. Eu que também já passeio dos 70, tenho grande e gloriosa façanha bem vividas com os nossos heroicos jogadores; como quando fomos a Sete Lagoas buscarmos os meios campistas do o Democrata: Diná e Fifi , para tentarmos fazer frente ao Piazza e Dirceu Lopes.
    Ir e voltar a pé do Indenpa era rotina; mas ver o Galo tomar conta do Terreiro era e continua sendo uma maravilha.
    Como diz a famosa letra de uma de nossas gloriosas músicas; ” ,,, ,,, Fica o ano inteiro no palanque do poleiro; mas, quando ele desce, faz barulheiro no terreiro, bate na raposa, no coelhiinho e no leão; o meio Galinho não é sopa não, … …”.
    Essa quarentena está pior; por não podermos assistir aos jogos do nosso Galão; mas, como pessoa que já vou muitas coisas passarem nesta vida; a qualquer hora o Galo volta para nossa eterna alegria.
    Parabéns José Eduardo Barata; seu nome não me soa estranho; morei na Goitacazes esquina com Espírito Santo.
    Muito obrigado Eduardo, pela oportunidade dada ao Barata, para compartilharmos nossas eternas e gloriosas histórias Atleticanas.
    Até breve, abraços à família Atleticana; pois é o que nos tornamos.

  3. boa tarde Eduardo e massa e barata.ótimo post e parabéns pela história. é muito bom ouvir os amigalos aqui no blog contando as histórias dos jogos da década de 60.70.80.muitos teve o privilégio de ver os idolos do passado. reinado. Dadá. Renato. reinado. etc.o primeiro a vazar do galo foi o patrick e espero eu que o acompanhe.fabio Santos. d santo. Ricardo Oliveira. José welison. os gringos. etc.vai galooo.

    1. JOAQUIM-PORTUGAL

      prezo demais o que vivemos .

      Tenho por prática relembrar sempre
      a história da minha vida , tudo aquilo
      que me moldou .

  4. Prezada Lucy.
    Mais do que justa a homenagem ao Patrick. A mão que apedreja é a mesma que afaga! Criticar jogador e enaltecer o caráter do homem, é o que nos torna uma torcida diferenciada. Onde assino?

  5. Contar “causos” é assim mesmo,caro Barata; é o passar e repassar das memórias antigas.
    A minha por exemplo,começa pelo Ricardinho das embaixadinhas petecando a bola por todo o campo do Mineirão durante os intervalos dos jogos,não sem antes me ver sonhando,acordado,adentrando a cancha juntamente com vários e vários pequenos mascotes Alvinegros. Não consegui realizá-lo,mas tenho o privilégio de dizer q o CAM é o melhor amigo de nossas vidas, não existe meio termo.
    Parabéns pelo texto! Um abraço e Saudações Atleticanas

    1. JOSÉ ROBERTO ,

      me lembro dele também .

      O Mineirão era uma festa , tudo tão
      simples , tão humano , inesquecível !

  6. Bom dia, Eduardo e Barata!
    Meus aplausos e minha reverência!
    Se eu já gostava de seus comentários, doravante os lerei com mais atenção e respeito.
    Obrigado pelo belíssimo post que nos remeteu a um passado de glória desse gigante Clube Atlético Mineiro!!!
    SAN!!

  7. Nada tenho contra a pessoa, mas como jogador sim estou dando Graças a Deus que o nosso galão acertou a rescisão de contrato com o Patrick e que ele seja feliz no Sport.

  8. Bom dia Eduardo, atleticanas e atleticanos confinados e alegres com a partida do Patric e desejosos que ele seja muito feliz no Sport.

    Bom dia atleticanas e atleticanos que como eu e o Barata já passamos dos setenta e vivemos dias memoráveis de extrema alegria e também, porque não? De angústia diante da molecada azul.

    José Eduardo Barata, como disse o blogueiro, você é realmente um “barato” ao nos fazer viajar no tempo e revivermos passagens de nossa vida alvinegra com tanta simplicidade e certeza. Vi-me em cada uma de suas lembranças e relatos. Eu, que também pegava o bonde para ir ao gigante do horto e várias vezes voltava a pé, junto com a massa, cantando a nossa alegria por mais uma vitória. E certa vez voltamos carregando o Ubaldo, os outros, é claro.

    Realmente, ser atleticano é tudo de bom, não importa a época ou a ocasião.

    Por isso não me canso de dizer: VIVA GALO, POIS, SEM VOCÊ NÃO TEM VIDA.

  9. Bom dia,

    José Eduardo Barata,
    Parabéns pelo texto, ele só demonstra o quanto estamos bem acompanhados neste blog.
    Para alegria de muitos, a partir do retorno aos jogos não teremos mais o Patric no elenco.
    Jogou pelo Galo tudo que sabia isto ninguém pode negar.
    Mas que seja feliz por outros ares.
    O diretor já conseguiu no seu primeiro ato fazer o que os dois últimos não conseguiram, e sem onerar o clube.
    Que venha mais algumas outras dispensas tão aguardadas.

  10. Caro Eduardo Barata
    Somos privilegiados por termos vivenciado áureos tempos, que jamais sairão das nossas memórias.
    Com a maestria que lhe é peculiar, você nos proporcionou uma volta ao passado , onde somente nós com mais de setenta anos, podemos aquilatar o quanto foi prazerosa aquela época. Bons tempos! Quem viveu, viveu! Quem não viveu, não sabe o que perdeu!
    Obrigado por me fazer voltar no tempo que fomos felizes ! Eternas lembranças !

    1. ÂNGELO ML

      eu me sinto um privilegiado por ter
      sido a mim concedido vivenciar tão
      importante momento na vida do
      Atlético

  11. Bom dia Massa, Barata e Guru!

    Bela postagem meu caro amigo de espaço, mas hoje gostaria de abrir espaço para outro assunto:
    Carta aberta ao Patrick
    Caro Patrick, depois de 10 anos finalmente chegou a hora do adeus. É certo que seu futebol sempre foi contestado por nós torcedores, não enxergando em vc o jogador ideal para ocupar a camisa titular da lateral direita, mas fazer o que, se até Marcos Rocha também foi contestado?
    Porém, se tecnicamente vc não atendeu nossos anseios, moralmente há tempos não temos um jogador tão identificado com a massa. Se em algum momento faltou futebol, com certeza nuca faltou de sua parte vontade, comprometimento e acima de tudo raça, e este foi o seu diferencial.
    Diferencial este reconhecido principalmente pelos vários técnicos que passaram pelo clube que viram em vc este espírito, e sempre o colocavam nos times.
    Mas a torcida não é cega e sabe muito bem separar o joio do trigo, e no seu caso, e sendo sincero ,a torcida não sentirá saudades de vc, mas tenha certeza que vc sai pela porta da frente por sua postura e honestidade e vontade em todos estes anos no clube, bem diferente de vários outros que tecnicamente foram melhores mas moralmente nunca serão lembrados.
    A imagem sua que ficará para a torcida não será a de craque, mas sim de um jogador esforçado, voluntarioso, dedicado e acima de tudo boa praça e bom pai.
    Que vc tenha sucesso para onde for, exceto contra o Galo é claro! E tenha certeza que daqui vc levará nosso muito obrigado pela dedicação nestes 10 anos.
    É o recado da Massa!!!!

  12. Carta aberta ao Patric Cabral Lalau,
    Querido Patric , após 1 década, eis que no inicio da noite de ontem fui pega de surpresa pela notícia de sua rescisão. Eu que quis tanto esse momento, até gaguejei quando soube. Fui tomada por um misto de alegria e tristeza. Alegria por sua saída do elenco; você nunca foi jogador para o Galo. Sampaoli e Mattos foram rápidos. Aplausos.
    Obrigada, Sport. Não vou me estender sobre o jogador limitado, hoje você não merece. Errados foram quem te contratou e te manteve no CAM por tanto tempo.
    Quero lhe falar da minha tristeza pela saída de um grande atleta, um gigante dos bastidores. Atrevo-me a dizer, Patric, que você está no Top 10 dos maiores profissionais que já trabalharam no CAM. Respeitoso com Clube e Torcida, disciplinado, íntegro, grato.
    Imagino que não deve ter sido fácil ser tão xingado, massacrado e até humilhado sem nunca tirar o sorrisão do rosto. Ninguém que passou pelo Galo merecia mais que você ter um pouco mais habilidade e técnica. Onde faltou qualidade, sobrou vontade.
    Lembra quando se embolou com a bola e deu, sem querer, aquele elástico em cima do Samir do Flamengo? Apelidaram esse lance pitoresco de “elástico da vaca”, pois pareceu um drible da vaca. E o golaço no jogo de volta contra as marias na CB do ano passado? Como você vibrou, meu guerreiro…
    E o Aguirre que te colocou de atacante? [risos] E você mandando bem na lateral esquerda? “Lutar, lutar, lutar, com toda nossa raça pra vencer”. Esse é você, gostem ou não, um vencedor na vida. Carismático, admirado por TODOS os seus colegas de trabalho, de Clube.
    Obrigada pelo exemplo de esportista, de Pai, de homem, de ser humano que você me deu. Seja feliz na profissão e na vida. Muita saúde pra sua família, em especial pro Domenic, nosso mascotinho.
    Depois de 187 jogos, 12 gols, ter sido emprestado a outros Clubes por 5 vezes… Depois de 10 longos anos, ADEUS, meu querido Patricão da Massa. Hoje me levanto para te aplaudir de pé, eu sempre amei odiar você.
    Com amor, Lucy S.

  13. Senhor Barata, que alegria ver o seu texto. Aplausos. Saiba que o considero um dos melhores interlocutores que conheci, pela gentileza e respeito. Sobretudo pela capacidade de fazer objeções com colocações construtivas. Aprendi/aprendo muito com o senhor.
    Mas, vem cá, é verdade que o Júlio distribuía pão com salame pra molecada que ia assistir os treinos?
    Um abraço.

    P.S.: Eu também adoro essas histórias, De Ávila. Continue nos brindando.

    1. LUCY ,
      honrado pela deferência .

      Quanto ao Júlio , tudo que for dito sobre
      ele sempre tem um fundo de verdade e
      um tanto de folclore .

      Por exemplo , a maior bandeira que se
      tem notícia em campos de futebol até o
      dia do jogo contra o Brasil foi levada ao
      Mineirão e desfraldada por ele .

      Tem muuuuuita história o Júlio .

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