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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Hegemonia histórica – anos 70 e 80

Enquanto o treinador Marcelo Oliveira prepara o time para a partida do próximo domingo, o blog, com a intenção de aproveitar a pausa, faz uma pequena viagem à nossa rica e invejável história. Os americanos, com suas razões, festejam até hoje os dez títulos seguidos nos primórdios do século passado, já o Galo se regozija de – na era do profissionalismo – ter a maior sequência de títulos do Campeonato Mineiro. Convém registrar que o Coelho tem ao todo 16 títulos, ou seja, os seis demais foram quase que um a cada 15 anos.

Recordista de títulos regionais entre os mineiros, o Galo, que acumula 43 conquistas, teve a maior sequência nos tempos modernos chegando em primeiro lugar por seis vezes consecutivas. Foi entre os anos de 1978 até 1983. A geração de Cerezzo, Reinaldo, Marcelo, Paulo Isidoro, Éder, Luizinho, Heleno e João Leite, entre tantos outros, encantaram os mineiros e o Brasil. Nessa ocasião, precisamente nos anos de 1977 e 1981, só não levantou o título nacional por razões – sabidamente – extracampo.

Reinaldo anos 70-80

Entre esses nomes mencionados acima, Reinaldo – seguramente – se transformou no maior ídolo de todos os tempos do Galo. Além dele, Cerezo, Éder, Marcelo, Luizinho e Paulo Isidoro eram sistematicamente convocados para a Seleção Brasileira. Registre-se que quando Éder foi contratado, Paulo Isidoro foi embora, numa troca com o Grêmio. Nas Copas do Mundo de 1978 e 1982, entre os jogadores brasileiros, a maioria era de Atleticanos.

João Leite e Heleno foram os atletas que mais vezes atuaram com a camisa Atleticana, com 684 e 379 partidas, respectivamente. Foi uma geração inesquecível e quem, como o blogueiro, teve o privilégio de acompanhar essa turma jamais a esquecerá. Fossem naquela ocasião os campeonatos por ponto corrido, o Galo teria – seguramente – mais de cinco títulos nacionais. Mas, desde aquela ocasião, as manobras decidiam a conveniência do regulamento e definiam títulos. Alguns deles em nome da “segurança nacional”.

João Leite anos 70-80
Fotos: UAI/Superesportes

Na campanha do primeiro título do hexacampeonato a que me referi, o Galo foi praticamente o mesmo do ano anterior, temporada traumática com a perda dos títulos estadual e nacional. Ambos sob forte desconfiança de manipulação fora de campo. Já em 1979, o time foi reforçado pelo zagueiro Luizinho, contratado junto ao Villa Nova. No mesmo ano, veio o zagueiro Osmar Guarnelli, trocado com o Botafogo por Marcelo.

Na temporada seguinte, foram contratados Chicão, junto ao São Paulo; Palhinha, do Corinthians, e efetivada a troca mencionada acima para a vinda de Éder. Os títulos, em sua maioria, diga-se, eram conquistados por antecipação. Em 1982, desdenhado pelo seu clube, o lateral direito Nelinho voltou a brilhar e foi decisivo para a quinta conquista. Em 1983, como de rotina, mais um titulo por antecipação, fechando a invejável e insuperável sequência de campeonatos.

Para registro da história, alguns dados dessas conquistas:

1978 – 28 jogos, 19 vitória, 6 empates e 3 derrotas – 46 gols a favor e apenas 12 contrários

1979 – 43 jogos, 27 vitórias, 10 empates e 6 derrotas – 82 gols marcados e 22 sofridos

1980 – 20 jogos, 18 vitórias, um empate e uma derrota –  55 gols a favor e 9 contra

1981 – 32 jogos, 19 vitórias, 8 empates e 5 derrotas – 50 gols marcados e 20 sofridos

1982 – 36 jogos, 23 vitórias, 5 empates e 8 derrotas – 59 gols assinalados contra 24 sofridos

1983 – 39 jogos, 25 vitórias, 9 empates e 5 derrotas – marcou 62 gols e 25 contra

O nome disso é hegemonia!

14 thoughts to “Hegemonia histórica – anos 70 e 80”

  1. Em 1983 Toninho Cerezo era negociado com o Roma da Itália por 1 milhão de dólares. Fim de um ciclo extraordinário, foi a alma do time.

  2. Nessa época eu com 10 anos, ouvia os jogos pela Radio Inconfidência. O narrador era Luis Otávio Pena. Até os narradores eram melhores nessa época. João Leite; Nelinho; Osmar; Luizinho e Valença. Cerezo;Heleno e Renato. Catatu; Reinaldo e Eder.

  3. Hegemonia sem título de expressão. O Galo de 2013 /2014 sim, fez história e conquistou títulos de expressão. Reinaldo e Cia. nunca ganharam nada pelo Atlético. Ronaldinho Gaucho e Tardelli deveriam ser os personagens desta reportagem.

    1. Não ganharam porque não “deixaram” meu amigo! Nunca esquecerei da mão grande de José Assis Aragão em 80 e José Roberto Wright em 1981… Ano de Libertadores e Mundial Interclubes muito fáceis!

  4. Havia postado no tópico anterior mas é aqui, nesse, que melhor se apresenta …
    Eu tenho criticas (sempre) severas ao Marketing do Galo … se me permitem. Nossas cores são um imenso material de consumo … nosso símbolo e “apelido” são invejavelmente poderosos no imaginário do povo mineiro. Tudo isso à disposição e nossa história de glorias é muito pouco aproveitada (praticamente nada) pela Diretoria Atleticana. Cadê as flamulas lindas e tudo mais que cerca o desejo do torcedor de se identificar com o clube? … Que acordem os responsáveis e registrem tudo isso em forma e conteúdo, com nossa cores (roupas sociais, medalhas, coleções de taças, etc) e que isso tudo seja “Galo em verso e prosa” e não direcionado a um atleta ou outro .. mas direcionado (como ocorre com a industria do Futebol Americano e beisebol ) para a marca do GALO … hoje e sempre. Temos as cores básicas de qualquer vestuário, temos o mais lindo mascote do futebol mundial e praticamente nada fazemos para revisitar e associar nossa história a esses materiais. Espero que em nossa futura casa, se pense em algo igual ou melhor do que o que se vê no estadio do Barcelona e Real, gerando renda com o turismo, inclusive.
    Que saiam do “mimimi” criado em torno do slogan “time do povo” … SOMOS MUITO MAIS QUE ISSO … P&$$@ !!!
    Vai Galo, com força e atitude sempre … ao alto e avante !!!

  5. Caro rabino Ávila! Muito bem lembrado, os anos 70 e 80 na história do Galo. Você deve mandar este texto para o Marcelo Oliveira, para ele refletir e cair na real, pois mesmo fazendo parte desse time, ao que parece, ele está traindo tempos vitoriosos dos quais participou.
    Lembre, Marcelo, de Osmar Guarnelli e Luizinho, zagueiros rápidos, que antecipavam, e hoje você mantém no time uma tartaruga chamada Leonardo Silva, que só chega atrasado;
    Lembre, Marcelo, do grande Cerezo (não é possível alguém jogar como ele), jogador rápido, que fazia lançamentos de 40, 50, 60 metros. Hoje você mantém no time um tartaruga que faz jogo de espera polícia, chamado Rafael Carioca, que é o maior acertador de passes (segundo estatísticas), mas seus passes não passam de 1 metro, só para o companheiro que está a seu lado, ou para as laterais, o que qualquer menino de 5 anos faz.
    Lembre, Marcelo, do ataque com você, Reinaldo, Paulo Isidoro, etc, e hoje você insiste (burramente, estupidamente) em escalar o PATRIC de atacante.
    Lembre, Marcelo, domingo é o Dia D: uma derrota acachapante e a queda para o décimo primeiro lugar, com PATRIC no time, será sua derradeira partida.

  6. Times que faziam brilhar os olhos da torcida, recheados de craques, como não se faz mais hoje. Não ganharam títulos nacionais por causa da mão grande. Esta geração é tida por alguns como maldita; eu a tenho como fantástica, brilhante. Hoje me ressinto um pouco de sua falta de títulos nacionais, mas em minhas memórias isto não diminui o encanto que me causou tantas vezes no velho Mineirão, e que seguramente sedimentou minha paixão atleticana. Vários destes jogadores são para mim, imortais. Tem horas que da saudades…

    1. A partir de 1993, começou uma era de dirigentes corruptos e que não fizeram o clube crescer. Isso foi mudar com Kalil.

  7. Este sim era um time que sonhamos, hoje temos que contentar em ouvir nome de jogadores medíocres, como Cleiton, e outros mais meu Deus.

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