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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Atleticanos pelo mundo – 6

Hoje, nosso destino será São Paulo, uma das dez maiores cidades do mundo. Na série sobre os consulados de nosso time, já conhecemos o Galo Jampa, o Galo Pará, o Galoville, o Portugalo e o Galo York. Chegou a vez do GaloSampa. Tenho carinho muito especial por todos que o compõe, apesar dos poucos encontros na capital paulista. Entre seus membros, existem pessoas queridas, como Paulinha Rangel, Janice Castro, Jorge Guima, Ricardo Galuppo e tantas outras. Se eu for mencionar, falta espaço e tempo para o leitor acompanhar o belo texto de Cristiano Avelar.

Antes, porém, preciso reiterar a fundamental participação de meu amigo, primo e conterrâneo Luciano Santos Marques, o Machado, de minha querida Araxá. Ele, um dos membros mais irreverentes e participativos do GaloSampa, ao lado de Todynho e de Fred Newman, encabeçam esta série, prestigiada pelos Torcedores.

GaloSampa: uma paixão sem distância

Por Cristiano Avelar

Inverno de 2001. Os invernos de São Paulo eram congelantes. Sabe aquela vontade danada de ir para debaixo da coberta? 

Nesse tempo, o Galo passava por um período positivo. Em 1999, sagrou-se vice-campeão Brasileiro; em 2000, chegou nas quartas de final da Copa Libertadores. Sucumbiu um ano após, na semifinal do Brasileiro, numa partida com o São Caetano, o ‘jogo do dilúvio’.

No início dos anos 2000, o Galo completava três temporadas de luta nas prateleiras de cima do futebol tupiniquim. Era grande a sede de títulos. Época de Mineirão lotado, de ídolos como Guilherme e Marques.

 Janeiro de 2000. De BH, fui para São Paulo, a fim de me aventurar profissionalmente na Paulicéia. Nesse ano, acompanhei a Libertadores pela TV Bandeirantes. Havia um óbvio desejo de estar junto a outros Atleticanos naquele momento histórico, mas foi somente no gelado inverno paulistano de 2001 (à época, num encontro combinado no site do Atlético, então gerido pela NetGalo) que conseguimos reunir uma pequena turma para acompanhar um jogo do Galo na capital paulista.

Marco Antônio Barbosa, Frederico Leonel, Bolívar de Senna, Luciano Marques, o Muchacho, e eu fomos os pioneiros na construção do GaloSampa. Apenas um pontapé, pois cada novo membro moldou e formou uma verdadeira identidade Atleticana em São Paulo, maior cidade deste continente e Babilônia natural de nosso país.

A primeira e histórica reunião foi no saudoso Valle Sports Bar, no bairro do Itaim Bibi, propriedade do saudoso Luciano do Valle, locutor esportivo, inesquecível lembrança na mente de todos os brasileiros. O Valle, como era carinhosamente conhecido, era pioneiro no Brasil. Como o próprio nome indicava, tratava-se de um local de esportes, com decoração a caráter e transmissão de jogos de todas as modalidades esportivas.

Fotos: Luciano Muchacho

Aconteceu em 16 agosto de 2001, quando Galo e Atlético do Paraná se enfrentavam. Perdemos por 1 x 0. Em campo, um revés. Todavia, iniciava-se ali nossa história, de Atleticanos reunidos fora de Minas Gerais. Algo que transcende nossas fronteiras.

Vindos da capital, do Sul e Norte de Minas, da Zona da Mata, do Triângulo, do Vale do Rio Doce e do Jequitinhonha, dos campos das vertentes. Conosco, um nobre membro paulista da gema e Atleticano até o osso. Éramos muitos, de muitos lugares, mas com duas coisas em comum: a batalha por uma vida melhor, em Sampa, e o incondicional amor pelo Clube Atlético Mineiro.

Os primeiros anos do GaloSampa, os anos dourados da turma, se passaram no Valle Sports Bar. Trocávamos e-mails, víamos qual seria o quórum do dia, ligávamos para o Valle (às vezes para implorar que eles passassem um determinado jogo) e, ao cair da noite (ou à tarde, nos finais de semana), estávamos reunidos, tomando um geladíssimo chope, servido pelo garçom Romário (a cara do baixinho artilheiro), desopilando da dura rotina paulistana e tirando aquele grito de Galo da garganta.

O local, considerado sagrado por mim, fechou suas portas em 2003. Um baque na turma. O grupo rapidamente se reagrupou em outros pontos da cidade. Passamos por bares no Brooklyn, no Jardins, na região da Paulista e, hoje, nossa casa é no Bar do Parque, simpaticíssimo estabelecimento no bairro da Água Branca, zona oeste de São Paulo.

As reuniões costumam agrupar muitas pessoas. Nosso recorde foi na inesquecível final da Libertadores de 2013, quando mais de 600 pessoas estiveram no Bar do Parque, num total de integrantes que já superou 2.000 Atleticanos. O Galo arrasta multidões.

O GaloSampa invadiu, também, o interior do estado. Históricas viagens, carinhosamente chamadas de Expresso Gardenal. Campinas, Santos, São Caetano, Santo André, São Bernardo, Itu, Ribeirão Preto, e tantas outras. Onde o Galo está em território paulista, há, sempre, alguém de nosso consulado para soltar o grito de Galo, aquele que ecoa como um trovão nos gramados de futebol.

Dessas, talvez a viagem mais marcante (mesmo que curta) tenha sido no ano de inauguração de nosso grupo, para a semifinal do Brasileiro de 2001. Uma derrota doída, ainda assim uma verdadeira invasão Atleticana. Um dilúvio digno de episódio bíblico. Alugamos duas vans, outros foram por conta própria; éramos mais de cem. Grande festa. Grande momento.

As alegrias de nossas reuniões, as amizades que formamos e que certamente carregaremos por toda a vida, as viagens, as camisas e faixas, as vitórias, as bebedeiras, as ressacas, os encontros, os reencontros, todas as emoções vividas com intensidade, com amor, e com fé na paixão por um esporte e por um time que amarra todos nós.

O GaloSampa — embrião dos Atleticanos apaixonados espalhados pelo mundo — carrega com orgulho o escudo Alvinegro, no lado esquerdo do peito. Com esperança e alegria, vai atrás do Galo Doido, por toda essa linda terra chamada São Paulo. Crescemos, e muito, e inspiramos projetos parecidos em outras cidades. Agora, transformamo-nos num Consulado do Galo.

São 16 anos de aventuras, de amizades, de emoções e do grito mais famoso dos estádios brasileiros. Nosso clube é eterno; nós somos seus fiéis e apaixonados seguidores aqui da Paulicéia. Bica eles, Galo Doido, nossa paixão sem distância!

21 thoughts to “Atleticanos pelo mundo – 6”

  1. Em 2006, ano da famigerada campanha na Serie B, tive oportunidade de assistir a um dos jogos finais ( acho que contra o Avai) quando já estavamos definindo o retorno para nosso lugar de direito, junto com a GALOSAMPA. Parecia nossa torcida no Independência ou no Mineirão. Recepção fantástica e nunca me esqueço da cara de uns orientais que passavam próximo e, sem entender “nada”, pararam para curtir toda nossa alegria!

  2. A negociação com Marlone somente fará sentido se cleiton entrar no negócio. Aí sim , o desfecho, se positivo, será bom para o Galo. Notem que este Marlone está encostado no curica ,reserva daquele timeco , mesmo assim , se cleiton for , será um negócio da china , pois qualquer treinador terá que colocá-lo para jogar, em algum momento. Este marlone não firma em lugar algum e mesmo assim é obsessão desta diretoria e treinador. Como diz um ex treinador das marias , vamos aguarrrdarrrr.

  3. Saudações Galo Sampa, vamos falar de Galo, especula que o Galo está negociando por empréstimo a troca do Clayton pelo Marlone do Corinthians vocês sabem de algo????
    Se concretizar eu acho válida afinal o Clayton tem muito potencial é patrimônio do clube e a torcida anda pegando no pé dele, acho uma boa um empréstimo a camisa do Galo pesou nele.
    Acho que o Marlone pode ser mais útil que o Clayton e é uma indicação do Roger Machado.
    Tomara que o Clayton se valorize no Corinthians e o Atlético consiga um bom lucro, boa sorte aos dois….

    1. Fala Pablo! Também gostei da idéia da troca, mas preferia o Marquinhos Gabriel que joga mais centralizado e tambémfoi encostado lá. O Marlone pode dar certo no Galo e o Clayton está muito queimado com a torcida. Como o Galo tem um histórico de recuperar jogadores renegados acho que estamos fazendo bom negócio. Quanto ao Clayton valorizar e ser vendido ja fico com um pé atrás. Acho que esse ano o Clayton deveria jogar em um time menor como Vitória, Bahia, Sport… sinto que ele sentiu o peso da camisa do Galo e se for isso no Corinthians vai sentir também. Enfim, vamos torcer pra dar certo pra todos e principalmente ter PACIÊNCIA com o Marlone!! O Clayton é mais um jogador com potencial que a torcida queima. Marques, Mancini, Lincoln, Marcos Rocha, Evandro essa lista está só crescendo.
      Saudações alvinegras!

  4. Thetê, rainha da GaloSampa! Que saudades, amiga… Atleticanos do mundo, muito obrigado pelas palavras, Eduardo, obrigado pelo espaço e por permitir que as vozes dos Consulados do Galo sejam ouvidas por todos esses apaixonados que acompanham o seu blog, tão necessário por todos nós, ávidos por acompanhar nosso querido Galo Doido…

    É isso aí, além de ter uma nova dimensão da Atleticanidade quando residi em São Paulo, aquele sentimento de estar na torcida adversária que só quem foi em jogo fora de casa sabe como é… Aliás, é um vício, porque fora de BH só vão os fanáticos MESMO! Aquele grito de Galo proferido em outras bandas dá uma força interior, faz a gente acreditar no impossível, é legal demais…

    E além da honra de poder acompanhar meu time em outras terras, ganhei amizades queridas, inesquecíveis e eternas. Só o Galo mesmo. Bica eles, Galo!!!

    Abraxxx, galera.

  5. Parabéns ao pessoal da GaloSampa! A torcida mais tradicional fora de Minas! Espero um dia encontrar com esse pessoal quando estiver em São Paulo!
    Saudações alvinegras pra todos!

  6. Boa tade, Eduardo, atleticanas e atleticanos de todos os cantos do mundo. Boa tarde galera da GaloSampa é muito bom saber que vocês estão aí representando a nossa nação. Saudaçãoes e abraço a todos.

  7. Acabei esquecendo de parabenizar nossos craques da seleção brasileira sub-17: o zagueiro Matheus e o atacante Alerrandro, campeões sul americanos. Em tempo: dessa base não dá para peneirar nenhum camisa 10. Se der Eduardo, passe para nós os nomes dessas promessas.

  8. Recordar é viver ! 09/12/2001 o dia em que os ‘deuses’ do futebol cismaram de canalizar as águas das Sete Quedas para um só lugar, justamente no momento em que o Valdo abriu o placar . Putsssss…! já passei muitos perrengues acompanhando o GALO – bate e volta dormindo e/ou tentando dormir em saguões de aeroportos,pneu de carro furado em locais ermos com estepe murcho, moedas,pedras,blocos de cimento sendo arremessados contra,etc etc – mas aquele aguaceiro em São Caetano foi sinistro demais …credo! não digo que molhamos até à alma ,mas doeu no ego, pois o GALO com um timaço mais técnico, foi prejudicado pelo são pedro … pode um ‘trem’ desses?!Pelo são pedroooo!!!! Mas quer saber de um detalhe ; tudo isto valeu a pena e faria/faço tudo de novo …pelo GALO e para o GALO tudo,para os de camisa feiona nada. Já estive em jogos no Valle Sports Bar em companhia da @GaloSampa ,turma bacana – qual Atleticano não o é ? – é como se estivesse em casa ,gente da melhor qualidade … vale a pena estar com eles! Abraço @GaloSampa e #GALOSempre

    1. Muito legal! Mas faltou lembrar também da primeira mulher da Galosampa, nossa querida Maria Thereza, amavelmente conhecida como Thetê. Do Belico, figura histórica da GALOSAMPA e também da nova geração!

      1. Desculpe- me ! É que lembrar de detalhes vividos com o GALO e pelo GALO deixam a gente meio ‘bocó’… Somos uma imensa família com membros espalhados nos quatro cantos, difícil recordar de todos-alguns sim,outros nem tanto. Valeu pela lembrança Karine ,nosso ideal é um só o de estar com o GALO seja lá onde e como for . Forte abraço! ?GALO

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