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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Atleticano se emociona ao conhecer o Rei

B01 - 250x250Confesso que estava com muita vontade de ir ao Rio de Janeiro, como agora no final de semana em São Paulo, para o lançamento do livro “Punho Cerrado”, contando a trajetória do Reinaldo no “cenário esportivo mundial”. Entretanto, compromissos profissionais e até mesmo com este blog, impedem minha ausência de Belo Horizonte por período superior a dois ou três dias. Ao tomar conhecimento da presença de um mineiro do interior, daqueles da gema mesmo, fiquei daqui babando de inveja daqueles que tiveram o privilégio de conhecer o senhor Dely Ferreira de Oliveira.

Tão logo mensagens de um seleto grupo de Whatsapp em torno do Galo começaram a chegar fiquei até altas horas me deliciando com o que recebia. Postagens e fotos do Ribas, Lobo Mauro e Todynho, entre tantas outras, emocionaram o blogueiro e me motivaram, na tarde de ontem, a um longo papo com o pecuarista Dely, uma figuraça, daquelas de ordenhar vacas, e sua simpática filha, Tânia Mara de Sá Ferreira, residente no Rio de Janeiro já por mais de uma década. Exatos 13 anos, lembrando que 13 é Galo!

Durante nosso papo, por telefone, e a exemplo do que aconteceu com outros Atleticanos que venho descobrindo e mostrando aqui neste nosso espaço, choramos, ele de lá, e eu de cá. Seu Dely seguiu praticamente a mesma trajetória que o blogueiro. Ele, com um pouco mais de idade – está com 65 anos –, assistiu a uma partida do Galo pela primeira num jogo com o Siderúrgica.

De lá para cá, foram incontáveis as vezes que saiu de jipe ou de rural, percorrendo 80 quilômetros de terra, para vir ao Mineirão. Ele relembra que quando a rural atingia 40 km por hora, o volante vibrava, assim como a massa Atleticana faz o salão de festas balançar. Ressalta que é do tempo de Jota Júnior na Rádio Inconfidência, segundo ele um grande narrador.

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Fotos: arquivo pessoal

Se aquelas viagens, que se tornaram rotina a partir de 1977 duravam cerca de cinco ou mais horas, sua ida ao Rio foi uma verdadeira maratona. Uma hora de Santa Maria de Itabira até a cidade de Itabira e mais 11 horas de lá para a capital carioca, passando e parando por inúmeras cidades do interior de Minas Gerais. “Passei em Ponte Nova, terra do nosso Rei”. Sua presença foi a convite da filha, fisioterapeuta formada lá mesmo, que desde 2013 – na campanha da Libertadores – aderiu à CarioGalo.

Entre as histórias de seu Dely, destaco que certa vez voltando de Belo Horizonte, depois de um jogo do Galo – ele e seu pai – chegaram em casa com a segunda-feira já amanhecendo. Uma sua irmã acendia o fogão de lenha para passar o café, quando ele entrou com uma bandeira do Galo e a lançou sobre ela, que, incontinenti, reagiu com uma “lenhada” nas suas costas. Outra: naquela decisão por penalidades com o São Paulo, dormiu na arquibancada depois do jogo e custou a voltar pra casa. Depois desse jogo recebeu o apelido de “Toninho Cerezzo”, numa alusão de gozação ao erro na cobrança do volante Atleticano.

Lá no Rio de Janeiro, quando se encontrou com o Reinaldo, não se conteve. “Não aguentei, foi muita emoção. Era meu sonho conhecer o Rei.” A foto mostra o encontro do Torcedor e seu (nosso) ídolo, retratando a reação do hoje aposentado produtor rural. Ele viajou acompanhado de sua esposa Maria Zélia e do filho caçula, Túlio, todos – naturalmente – Atleticanos.

Por seu lado, a filha radicada naquela capital conta que a CarioGalo é uma família para ela e todos os Atleticanos que moram no Rio. Tânia contou que cresceu presenciando o pai colado no rádio como se estivesse na arquibancada e se emocionando a cada partida do Galo. O namorado dela, um carioca e torcedor do Vasco da Gama – segundo a própria – já tem um pé no Galo e não perde as partidas com os mineiros naquela cidade. Por fim, Tânia comemorou a oportunidade de proporcionar ao pai este momento mágico que só o Atleticano entende e sabe vivenciar.

24 thoughts to “Atleticano se emociona ao conhecer o Rei”

  1. Ahhhhh, que lindo do Seu Dely!!! Quanta simplicidade, quanta humildade e quanta paixão alvinegra. Esse domingo, de encontro com o Rei, foi de ensinamento pra todos nós atleticanos e de ratificação do nosso amor por esse time que só quem sente consegue perceber. Sou de uma outra geração que, infelizmente, não viu o Rei jogar, mas que se emociona toda vez que lê as crônicas do Roberto Drummond ou quando ouve as histórias como as do Sr. Dely.
    Obrigada, Sr. Dely, por ter nos presenteado com isso. Obrigada, Taninha, por ter tido essa iniciativa e nos proporcionado conhecer a sua família! E obrigada tb ao meu saudoso pai, que me tornou atleticana e responsável por eu participar e viver tudo isso.

    Parabéns pela excelente matéria, Eduardo.

  2. Não cansamos de festejar esse momento emocionante, obrigadooo família #cariogalo, obrigada REInaldo por fazer jus à majestade que lhe foi, é, e será para sempre atribuído. Obrigada Tâninha e sr.Dely por nos presentear com sua emoção e linda família…

    1. Permita-me pegar carona no seu comentário pra dizer que não conheci seu Dely pessoalmente – nossa conversa foi por telefone -, mas tanto ele quanto sua filha Tânia são apaixonantes. O Galo tem essa magia e nos permitir fazer novas e deliciosas amizades, ainda que à distância.

  3. Impossível não se emocionar e me considero previlegiada por ter presenciado esse encontro e sentido na pele a emoção do Sr. Dely. Essa admiração, essa crença … tudo isso simboliza o amor do atleticano nato. Sr.Dely simboliza todos nós que estamos com Galo nessa relação simbiótica, de alegria, raiva, luta, superação e amor ao Galão.
    Parabéns por compartilhar essa história Eduardo. Abraços alvinegros!!!!

  4. Foi realmente emocionante presenciar esta cena. Chorei junto com o Sr. Dely, pensei nas muitas alegrias que o Rei já proporcionou ao Galo e que ele pode vivenciar, pensei tb no meu pai, que me fez atleticana e nos muitos atleticanos que tb já choraram de emoção vendo esse expetacular jogador carregar no peito p escudo do Clube Atlético Mineiro. Foi pura emoção.

  5. Fico muito feliz em ter participado deste momento com essa figuraça que é o senhor Dely e toda sua família. Todos que estavam presentes se emocionaram juntos e puderam compreender um pouco da paixão que é essa coisa louca chamada futebol. É fascinante ver que mesmo com toda as conturbações que passa o futebol brasileiro, é possível ainda observar a existência de uma personalidade representativa e unânime como a do ídolo REInaldo. Por isso digo, aqui não é simpatia, AQUI É GALO!!

  6. Eu nunca vi o rei jogar pra galao da mass – maaas – pelas lagrimas do depy ao abraçar esse jesus que fala, esse rei dos reis, esse luz das luzes … Fui tranportado para varias momentos incriveis e decisivas arraves da sua emoçao. Obrigado eduardo – obrigado rei – e ibrigado dely da massa : por immortalizar esse momento!

  7. Sensacional!!! Meu tio Dely!!! Fiquei muito feliz por ele ter conhecido o Rei!!! Sei muito bem como ele é Galo demais!!! Já até imagino quem seja a irmã de quem ele mencionou!!!rsrs.. Valeu!!! E bica GALO!!!

  8. Eduardo,
    Foi ótimo conversar com você e ver nossa conversa tão bem transcrita no seu blog. Sensacional!
    Ficamos emocionados e muito felizes com a homenagem.
    ObriGALO pelo carinho e um forte abraço dos novos amigos atleticanos!

    1. Caro, esse que você faz referência encontramos todos os dias. Gente, como o seu Dely e sua família e tantos outros, encontram com esse Jesus que fala.

  9. Eduardo,
    Foi ótimo conversar com você e ver nossa conversa tão bem transcrita no seu blog. Sensacional!
    Ficamos emocionados e muito felizes com a homenagem.
    Obrigada pelo carinho e um forte abraço dos novos amigos atleticanos!

  10. Eduardo, imagina o que já vi o Rei 9 fazer…
    Fiz minha estreia no Mineirão, sem ele, infelizmente, na derrota por pênaltis para o São Paulo. Brasileiro de 78. Faltam horas para o jogo de hoje contra a Macaca e o coração já tá batendo descompassado…rsrs
    Imagina o que já passei em momentos mais decisivos. Vamos Galo!

    1. Minha estréia foi bem antes daquela tragédia. Mas nesse dia, eu também estava lá. É bem atrás daquele gol. Em 2013, no mesmo lado, comemoramos.

  11. Olá Eduardo,
    anda meio sumido com as respostas. Mesmo com o pouco tempo disponível (imagino), é sempre mais legal quando você comenta nossos comentários.
    Abraço.

      1. Oi Eduardo, boa noite!
        Galo 0 x 1 P. Preta, são 20h35min, jogo no intervalo.
        Não sei o que irá acontecer no 2º tempo, mas,sinceramente, venho falando aqui há tempos (eu e a maioria da Massa).
        Que time é esse, cara? Cadê um esquema definido de jogo? Cadê a marcação? Cadê o meio de campo? Cadê os contra-ataques? Cadê aproximação, triangulação com os meias e laterais?
        Meu Deus, cadê o meu Galo?
        Ah, e cadê o nosso “treinador”???
        Abraço,

        1. Sãoo 00:13, estou chegando agora em casa. Estava pelas ruas da cidade comemorando a classificação. Vou dormir, pois amanhã levanto cedinho para escrever e postar aqui. No mais, Gaaalooo!

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