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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

A zoação nossa de cada dia

Faz parte da rotina do torcedor. Se não existisse esse sarro – desde que romântico e bem intencionado – o futebol não teria a graça e a magia de movimentar multidões e milhões de dinheiro por todo o mundo. Nos meus tempos de criança, com valores muito distantes dessa realidade atual, já era alucinante essa brincadeira com parentes, vizinhos e colegas do grupo escolar.

Não esqueço do “diploma de sofredor”, que vinha no Jornal dos Sports, diário carioca, no dia seguinte aos clássicos. Aqui a zoeira era no nosso saudoso DT, com XA – Xico Antunes – Atleticano e Papini com JA Ferrari de Lima dos demais. Mais à frente coube ao grande amigo Márcio Renato (hoje radicado em Barbacena) defender o Galo e Miguel Santiago e Neuber Soares os dois menores de Belo Horizonte.

Com o tempo, sem querer questionar o excesso na valorização de salários dos profissionais e até mesmo essas chatas limitações e mudanças nos regulamentos das partidas e dos torneios, esse romantismo cedeu lugar a arroubos de alguns. Consequência disso, durante algum tempo, foi o afastamento de torcedores que tinham como programa de domingo ir com a família aos jogos do seu time preferido.

Naquela ocasião, cada clube entrava em campo separadamente sob os gritos do seu torcedor e vaias do lado das arquibancadas onde estava a torcida adversária. Repórteres trombavam no meio de campo em busca de alguma entrevista, fios de microfones se embaraçavam e o juiz tinha de esperar para começar a partida. Teve até juiz que começou o jogo sem bola. Que Deus o tenha!

Hoje nem nos CTs jogador pode dar entrevistas, o clube escolhe um único profissional para atender a imprensa. Ficou chato, mas o amor e a paixão – notadamente do Atleticano – não foram afetados por essa chatice ambulante que vem da FIFA, passa pela CBF e atinge as Federações – no nosso caso a FMF – que em nada contribuem para evitar a violência que se instalou no mundo do futebol.

Questiono se não foram essas intervenções de falsa moralidade, as responsáveis pela situação que passamos a viver. Alie-se a isso, como consequência os altos valores de ingressos para uma partida de futebol. Preços proibitivos! Do lado de fora, muitas vezes até mesmo na própria praça de esporte, o pau quebra entre torcedores. Em certos casos, até do mesmo time.

No sábado, voltando do meu Natal em família lá na minha Araxá, minha sobrinha me perguntou sobre essa questão de zoação. Disse a ela que não perco de vista minha clientela, porém, seletivamente. Sei quem posso zoar, são os mesmos que a eles permito também me zombarem nos raros insucessos do meu Galo. Na temporada que se encerra, por exemplo, em 76 jogos, apreciem os números. Foram 52 vitórias, 14 empates e míseras nove derrotas. Três títulos em quatro disputados. No único que escapou, fomos eliminados nas semifinais invictos. Vencemos o Mineiro, Brasileiro e Copa do Brasil.

E para fechar essa prosa de hoje, em meio ao recesso das competições e férias da maioria dos torcedores (até o blogueiro sai de férias, mas o blog não), trago abaixo – mais uma vez – o link do texto postado neste espaço sobre o rebaixamento do antigo rival de Minas Gerais. Pois que, a rivalidade nacional ainda continua com o Flamengo, mas no caso doméstico vem sendo ocupada pelo América. Aliás, os dois então tradicionais que rivalizavam com o Galo, no noticiário de ontem, deixaram seus simpatizantes torcedores apreensivos. Ainda bem que o nosso time vem sendo bem administrado, dentro e fora de campo.

Em tempo: zoação e não provocação. Daqui a pouco entram em cena os infelizes contrapontos do moço que mora no Alto Paranaíba, que torce por time de Minas; com o outro que reside na Grande BH, que se diz íntimo da gestão dos cariocas. Ah! Ainda tem aquele de BH, Atleticano, cujo sonho é assumir a vaga deste que ainda permanece blogueiro. Bom humor faz bem ao coração e, consequentemente, às nossas vidas.

Sigamos!

Fotos: 1) UAI/EM – montagem do blog; 2) Bruno Cantini/Atlético

12 thoughts to “A zoação nossa de cada dia”

    1. JBHGALO, o bom humor e a zoação não podem acabar. O blogueiro é um amigo querido com quem convivi por muitos anos na Assembleia de Minas até eu me aposentar. Estamos em lados opostos na arquibancada; a vida nos deu deu esse presente. Se ele não travar meu comentário, KKKKKKKKKK, segura aí. “FRANGA, CISCA QUE EU JOGO MILHO”

      1. Nosso milho tá graúdo. Já pelas suas bandas, caro Magela, a cada nova auditoria mais sujeira sai debaixo deste imundo tapete. Fruto daquela masmorra que escondia horrores – como comprar juízes segundo disse o Benecy – que foi se juntando até explodir. Estou de cá deste meu lado sadio, resignado e resiliente curtindo nossa definitiva condição de maior de Minas e melhor do Brasil. América, o segundo time dos mineiros, ainda tem muito que percorrer. Já, em termos de Brasil, os times do eixo estão perdendo as tetas da cbf/tv que se rendem à organização – dentro e fora de campo – do nosso Clube Atlético Mineiro.
        Chora M…!!!

  1. Estão querendo acabar com o espetaculo de uma partida. Agora as torcidas tem que perguntar pro mp o que é ofensivo ou não cantar, sob pena de multa pro clube.

  2. Pois é , caro ÁVILA !

    Hoje existe Manual de Torcedor , para uma saudável convivência nas cadeiras e camarotes .

    O “politicamente correto” tomou conta das emoções .

    E dos formadores de opinião – imprensa – vem grande parte dos capítulos desse livreto .

    O criador da famosa frase – caiu no Horto , tá morto – é o mesmo que se quedou estarrecido com a “violência verbal” da torcida que zoava os goleiros em um tiro de meta a ser batido , enquanto os mesmos não punham a bola em jogo .

    Ah ! , o que diria o Raul que , em todo clássico , enquanto se encaminhava para o gol da lagoa, era estrondosamente vaiado pela MASSA aos gritos de Wanderléa .

    E levava tudo na esportiva , numa boa , até mesmo provocava a torcida e ficava tudo por isso mesmo , na diversão .

    Futebol , hoje em dia , ‘tá chato pra cacete !

    É PRACABÁ !!!

    1. Bom dia Barata, hoje em dia tá muidificil…Ver torcedores do Galo , uns apoiando as férias Nutella do Hulck e outros apoiando aa férias Raiz do Diego Souza no interior se Sergipe, mostra exatamente o retrato dos tempos atuais. Poxa que cada um faça o que entender nas férias e pronto. O negócio é dentro das quatro linhas e nesse campo, o Diego Costa não entregou o que tem capacidade para fazer. Espero que o faça em 2022 no Galo ou onde quiser jogar. Agora o Corinthians tem uma sina danada com jogadores que contrata do Galo: Renato, Ramom, Giovanni Augusto, Guilherme, Cazares, nao deram certo por lá. Cuidado Senhor Diego Costa para nao se juntar a essa galera precitada.

  3. Não podemos esquecer das crianças que adentravam o campo antes dos atletas, moda essa difundida pelo próprio Atlético entre as décadas de 1970 e 1990 todas elas chutando diversas bolas pelo gramado sem uma direção definida. Salvo engano o Atlético tinha uma equipe comandada por duas senhoras (escapam-me os nome) apenas para receber as crianças e conduzí-las ao gramado, devolvendo-as sãs e salvas aos seus responsáveis. Essas eram cenas maravilhosas que também foram arrancadas do cotidiano do futebol em nome de uma pasteurização estúpida de comportamento patrocinada pela FIFA.

    1. Dona Terezinha e a miss Sombrinha (Lenir). Aquela que deu uma “sombrinhada” no traseiro do juiz Cleber Abade. Um dos muitos dessa espécie que deu prejuízo ao Galo. Apito amigo do Rio e SP. Ídola!

        1. Poxa como é bom relembrar a entrada das crianças no Gramado!! Que saudades desses bons tempos… Aqui em Nova Lima, o Leão do Bonfim também copiou essa tradicição por muitos anos, pena que a burrocracia dessas Federações e confederações acabaram com tudo, o amor pelo clube que vinham da mais tenra idade vai se esvarrendo dia após dia… LAMENTÁVEL!

  4. Prezados Ávila, atleticanas e atleticanos!
    Sem zoação o futebol perderia a graça! A gozação é que faz do esporte o maior barato. Na família tem atleticanos, americanos e cruzeirense e diariamente mantemos vivas as nossas brincadeiras. Inclusive agora no Natal desejei felicidades aos atleticanos e americanos e compaixão aos cruzeirenses.
    Você tocou no cerne da questão da zoeira, desde naturalmente que não passe dos limites, pois uma amizade pode se transformar em inimizade.
    Zoeira sempre!
    Hoje e sempre, galo!!!

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