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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

A garra e a raça das vingadoras

Na quinta e sexta-feira utilizei nosso espaço para relembrar tempos passados. Hoje, sábado, e amanhã, domingo, convido as leitoras e leitores para uma resenha acerca do futebol feminino.

Estive na primeira partida da categoria, no dia 14 do mês passado, inclusive comentei a respeito daquela estreia do Galo no Campeonato Brasileiro de Acesso.

Defendendo essa modalidade, darei meu apoio e presença sempre que possível, relembrando que no Brasil o futebol feminino chegou a ser proibido em determinada ocasião.

No dia desta partida, antes de sair rapidamente para ir à Nova Lima acompanhar Galo e Vila, falei rapidamente com o Domênico e com a Nina Abreu. Diretor de Comunicação e Coordenadora da equipe, respectivamente.

O jogo terminou num, a mim, inesperado empate sem gols. Gostei do que vi, apesar da falta de torcida, num Independência totalmente vazio.

Não porque o Torcedor não compareceu, foi exatamente quando a CBF e FMF determinaram a realização de partidas com portões fechados. Explicando, fui na condição de jornalista.

Sou dos tempos que Atleticano já torcia em jogo de palitinho, numa disputa na mesa de bar, só porque um dos participantes usava a camisa do Galo. Então, creio que a Massa ainda irá abraçar o time das meninas.

Nessa prosa rápida e depois, já no confinamento, buscando algumas informações, soube de detalhes que me motivam ainda mais a apoiar às meninas do Galo.

A opção pelo Independência, feita pela diretoria que tem o vice Lásaro Cunha como o grande entusiasta – com carimbo e assinatura do Sette -, foi exatamente para colocar o time mais perto da Massa.

Ano passado, com o elenco ainda em formação – os outros dois da capital anteciparam ao profissionalismo da categoria -, o Galo faturou a Taça Belo Horizonte. Chegou às semifinais do Mineiro.

Agora, com o apoio fundamental da diretoria, investe na busca de voos mais altos. Mineiro e Divisão Principal do Brasileiro.

Para a atual temporada o time foi totalmente modificado. Chegou o treinador Hoffman Túlio, com passagem nos outros dois clubes mineiros, onde alcançou títulos em temporadas anteriores.

Além dele, em busca de qualificação, o Galo montou uma comissão técnica que conta com uma auxiliar técnica, preparador físico, de goleiros, fisioterapeuta e Departamento Médico.

Tenho absoluta convicção que a Massa vai abraçar esse time feminino, como já fizemos no passado com outras modalidades esportivas, a exemplo do futsal, em que o Galo foi campeão mundial e teve um dos melhores times do planeta de todos os tempos.

É hora, em pleno ano de 2020, de jogar o preconceito para o lado e incentivar a quem veste essa camisa preta e branca.

“Lugar de mulher é onde ela quiser”, é o título do livro de Patrícia Lages – acrescido ainda de – “inclusive no campo de futebol, seja na arquibancada ou no gramado”.

É como penso e sonho em ver a Torcida Atleticana lotando o Independência, assim que a situação se normalizar, levando o Galo feminino aos propósitos da temporada. Muito foi investimento, cabendo agora à Massa dar o indispensável, necessário e fundamental apoio.

Pra cima delas, Galo!

*fotos: Daniela Veiga/Atlético

8 thoughts to “A garra e a raça das vingadoras”

  1. Boa Noite,

    Já na minha época dizia que as meninas que se misturava como os meninos e ainda por cima demonstrava certa habilidade era considerava “mulher macho”.
    Assim elas foram barradas durante muitos anos de demonstrar que aqueles pés delicados que sempre foram alvo de fetiche masculino, também pode tratar bem uma bola, que também a maioria dos homens gostam de ver em campos, quadras ou saibro, seja como quiser, mas, a bola e a mulher durante boa parte da vida do homem é a razão de seu viver.
    Como todas as conquistas adquiridas ao longos dos anos, essa também não foi fácil.
    Mas temos de parabenizar as guerreiras que quebram diariamente este tabu.
    Poderia sim ser melhor aceito se as mulheres fossem mais sutis do que os homens na suas relações intimas.
    Posso falar de cadeira, porque minha esposa trabalhou durante 25 anos na FPFS e muitas destas jogadoras profissionais de fama que vemos hoje no campo (veteranas) passaram pelo futsal e assim foi acompanhada seu desenvolvimento como adolescente, atleta e mulheres, bem de perto por mim, assim mesmo porque acompanhando meu filho tive o prazer e o desprazer de acompanhar e ver o dia a dia destas meninas.
    Poço dizer que diariamente perdemos vários talentos porque os pais que acompanham o ambiente não deixam suas filhas seguirem, a menos que percebam nelas que aquele é o ambiente também dela.
    Não pensem que sou homofóbico ou coisa parecida, não sou, mas, a mulher homossexual é muito mais atirada e contundente nas investidas do que os homens, e as meninas que vão a este ambiente na maioria das vezes viram presas fáceis na mão delas.
    Não vou me prolongar neste assunto, mas, infelizmente não tive uma filha mulher, mas, sou sincero que tentaria evitar este ambiente para ela, apesar de saber que a escolha sempre seria dela, mas, como o início como atleta é numa idade muito jovem, então, tentaria evitar.
    Como este assunto hoje é mais ou menos proibido e polêmico, fico por aqui.
    Boa Noite aos atleticanos e as atleticanas.

  2. Eu não gosto de futebol feminino. Mas que bom que as moças têm conquistado mais espaço e respeito.
    É bom frisar que trata-se do espaço dentro do campo, pois fora dele, na arquibancada, sempre existiu. Desde os primórdios mulheres gostam de futebol. Todo mundo conhece a historinha da origem da palavra “torcedor”, Atleticanos conhecem a história da Dona Alice Neves e da primeira Torcida Organizada do país… então, sem mimimi.
    Saudosista que sou, penso que nasci com uns 50 anos de atraso, nessa CAMrentena tenho “folheado” revistas antigas de Belo Horizonte. Entre outras preciosidades (sobre o apreço das mulheres pelo football) encontrei essa imagem da Senhorinha Nenen Alvioto, então Rainha dos Esportes de Bello Horizonte, nos idos de junho de 1927.
    https://issuu.com/apcbh/docs/c17-h-001?layout=http%252525253A%252525252F%252525252Fskin.issuu.com%252525252Fv%252525252Flight%252525252Flayout.xml&showFlipBtn=true
    Meu reino pela camisa do Galo que ela usa na foto!

  3. Bom dia Eduardo, Lucy, atleticanos e atleticanos,
    confesso que não vejo com bom olhos o futebol feminino…
    Mas, não sei se seria viável, se fosse possível, deveriam colocar os jogos do feminino, pelo menos no começo, nas preliminares dos jogos do masculino para a massa se familiarizar com elas e elas conosco….
    um ótimo fim de semana a todos

  4. Sobre o tema de hoje quero falar de mulheres de um modo geral para homenagear líderes femininas do Brasil e do mundo e claro, o futebol feminino do Galo.
    Ainda me lembro de muitas frases misógenas que ouvia quando criança. “Lugar de mulher é na cozinha”. Essa é a mais branda de todas. Tinha uma terrível: “Mulher molha a barriga no tanque e seca na beira do fogão”. Vou parar por aqui porque já fiquei enojado.
    Quando ouço ou leio hoje que “Lugar de mulher é onde ela quiser” fico especialmente feliz por constatar como essas guerreiras souberam vencer todo tipo de preconceito e animosidade, transpor obstáculos e opressão social e alcançarem uma ascenção que as coloca muitas vezes num plano superior ao dos homens. E a história vem de há muito mostrando como elas são capazes de transformar a vida para melhor. Elisabeth, Vitória, Isabel, Catarina são nomes que transformaram a história de grandes nações.
    E se o CAM pudesse ter um elenco formado por estrelas como: Dandara, Tarsila do Amaral, Maria Quitéria, Leila Diniz, Elizabeth Bishop e Lota Macedo, Chiquinha Gonzaga, Anita Garibaldi, Elza Soares, Leolinda Daltro, Maria Lenk, Marta, Carmem Miranda, Zilda Arns, Nísia Floresta, etc., para ficar só entre brasileiras, teria com certeza um time imbatível.
    Tais guerreiras souberam com garra e talento nos campos da arte, cultura, política e esporte vencer barreiras e erguer a bandeira da força feminina do Brasil pelo mundo.
    Agora com certeza veremos as meninas do Galo vencendo as barreiras impostas pelas adversárias e alcançando triunfos que nos encherão de orgulho.

    VIVA GALO, VIVA. E COM AS MENINAS VOCÊ TERÁ MUITO MAIS VIDA.

  5. Bom dia Eduardo, atleticanas e atleticanos que fazem deste Canto do Galo o lugar mais agradável do mundo. Peço aos AmiGalos vênia para ainda falar do tema de ontem.

    Dizem os invejosos que os atleticanos vivem do passado.

    Mas como ser diferente se temos um passado glorioso e inesquecível?

    Um passado que não só nos remete às glórias do CAM como também mostra que sempre soubemos viver com alegria e aproveitando bem a vida com boas amizades e feitos que nos fazem ter boas recordações.

    O JOSÉ ANTONIO ontem nos brindou com um vídeo que só de ver aquele buzu mercedão já apertou o coração. E a garota de uniforme? A imagem não sendo colorida tornou o uniforme mais lindo ainda por estar em preto e branco. As cores reais nós sabemos quais eram mas, assim ficou melhor. E o vídeo ainda fez um tour pelas fachadas de vários colégios conhecidos e tradicionais de nossa Capital, além de apresentar o Conjunto Sambacana que embalava os bailes da época. Quem lembra das Matinées Dançantes espalhadas por toda a cidade? Grande lembrança, muita saudade.

    Como não viver do passado com tanta coisa boa para lembrar?

    ObriGalo José Antonio.

    1. […] “Lugar de mulher é onde ela quiser”, é o título do livro de Patrícia Lages – acrescido ainda de – “inclusive no campo de futebol, seja na arquibancada ou no gramado”.[…] Permita-me agregar um pouco a vossa letra,meu amigo temporão! Uma matéria de como foi_ainda é_ penoso o começo das pioneiras deste esporte proibido,cheio de preconceitos e tabu: Histórias do início do futebol feminino no Brasil.
      https://observatorioracialfutebol.com.br/pioneiras-do-esporte-proibido-historias-do-inicio-do-futebol-feminino-no-brasil/
      Créditos: Observatório da Discriminação Racial no Futebol
      SAN

      1. Caramba, José Antonio, você tem um talento para descobrir coisas boas. Eu não tinha nem noção dessas pelejas das meninas para exercerem sua vontade em campo.Grande reportagem, bastante esclarecedora. Eu tinha uma prima lá em Contagem que jogava futebol por lá. Não sei se um time organizado ou só “peladas”, sem trocadilho. Sempre que ela vinha à nossa casa ela comentava sobre o futebol e minhas irmãs tinham admiração por ela e suas histórias. Pena que era cruzeirense. O pai dela era filho de italianos. Mas, como eu disse no outro comentário, sempre admirei mulheres “libertadas” como minha mãe dizia. Ela mesma era uma. Meu pai também era liberal nesse aspecto e sempre defendeu as mulheres da família e até vizinhas. Tenho certeza que este mundo será muito melhor quando mais e mais mulheres se envolverem em questões de gestão política.

        1. Caro Paulo,
          o crédito por essa descoberta é do do José Roberto e não meu, é Zé mas é Roberto e não Antonio, ahahhahahahahahahhahahahahahaha…
          Show de bola a foto da meninas com camisa do Galo em 1959!!!!
          E já que estamos falando de mulheres além do seu tempo, que lutaram pra conquistar o seu espaço que era seu pro direito que tal essa foto do Bloco da Pequenas no carnaval de 1935???

          https://estadodeminas.vrum.com.br/app/noticia/nostalgia/2016/02/03/interna_nostalgia,51775/carros-fantasiados-marcam-historia-do-carnaval-em-belo-horizonte.shtml

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