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Jornalista, formado pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, em 1983. Colunista do Jornal Estado de Minas e Rádio Tupi. Cobre a Seleção Brasileira há 32 anos, com 73 países visitados, e 265 coberturas internacionais. Vencedor dos Prêmios Imprensa Embratel e Ayrton Senna de Jornalismo, com a Matéria, Meninos do Brasil.

COMPARAÇÕES ABSURDAS

Neymar chegou aos 51 gols pela Seleção Brasileira, e já andam dizendo que poderá bater a marca de Pelé, que fez 95 gols com a camisa canarinho. Uma comparação absolutamente ridícula, levando-se em conta a quantidade de jogos que a Seleção faz nos tempos modernos, e que fazia na época do rei do futebol. Além disso, Pelé atuava, na maioria das vezes, contra adversários altamente qualificados, ao passo que hoje o escrete brasileiro joga contra seleções de quinta categoria, raras as exceções.

Não podemos tirar o mérito de Neymar, que tornou-se um grande jogador, craque de verdade. Porém, vale lembrar que ele não é protagonista onde atua, já que vive à sombra de Lionel Messi. É coadjuvante de luxo, e deveria sair para outro time de ponta da Europa, para se tornar o dono da equipe. Messi e Cristiano Ronaldo são protagonistas onde atuam, e Neymar, se quiser mesmo ser o número 1 do mundo, terá que disputar com eles, em condições de igualdade.

Acredito que cada jogador que tenha vestido a camisa 10 da Seleção Brasileira, casos de Pelé, Zico, Rivelino, e agora Neymar, tenha seu valor reconhecido, mas essas comparações, feitas por analistas de números ou estatísticos, me deixa furioso. Não dá para comparar épocas diferentes e jogos desqualificados. Se Pelé e Neymar enfrentassem somente seleções de alto nível, como acontecia, realmente, na época do Rei, a história seria outra. Mas não é assim que contabilizam os gols. E cá pra nós, futebol não é ciência exata, não é matemática. O que vale é a arte, o drible e o gol, de preferência, contra equipes qualificadas.

Outra coisa que avalio como discrepância, é Tite dar a faixa de capitão da Seleção a Neymar. Ele é o nosso único craque, tem jogado coletivamente, e amadurecido. Mas não precisava disso. Deixa a faixa com Miranda ou Casemiro, dois líderes natos. Deixa Neymar jogar livre, sem responsabilidade de discutir com o árbitro ou questiona-lo. Ele já tem fama de “cai, cai”, e acho que expô-lo com a faixa de capitão é uma atitude desnecessária.

 

CLÁSSICO

No dia da mentira, 1 de abril, sábado, Cruzeiro e Atlético farão o clássico no Mineirão, pelo estadual. Um clássico esvaziado, que valerá somente pela rivalidade, pois já está definido que o Atlético é o líder geral, e que não ais poderá ser alcançado pelo rival, levando a vantagem de jogar por dois resultados iguais, na próxima fase. Como o dinheiro anda escasso, pois o Brasil está quebrado pela recessão histórica e pela roubalheira do PT, não acredito em público recorde. O torcedor vai guardar seu suado dinheiro, para ver o Galo na Libertadores e o Cruzeiro na Copa do Brasil. Porém, espero que as duas torcidas, que foram aprovadas no último clássico, estejam na paz, provando, mais uma vez, que civilidade e educação ainda fazem parte da vida do ser humano.