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Jornalista, formado pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, em 1983. Colunista do Jornal Estado de Minas e Rádio Tupi. Cobre a Seleção Brasileira há 32 anos, com 73 países visitados, e 265 coberturas internacionais. Vencedor dos Prêmios Imprensa Embratel e Ayrton Senna de Jornalismo, com a Matéria, Meninos do Brasil.

POR QUE FUTEBOL TÁO POBRE?

GALO NÃO FOI O QUE DELE SE ESPERAVA

 

Não gostei e tenho a certeza de que nenhum atleticano gostou do que viu do Galo na estreia na Libertadores. Um time apático, sem inspiração, sem vontade, sem criatividade. Um meio-campo ineficiente, com um ataque inoperante, já que a bola não chegou. Cazares e Otero ficaram devendo nessa partida, e na maioria em que estiveram em campo. São duas promessas, que não vingam.

Eu já disse que o fato de o futebol brasileiro recorrer a jogadores dos países vizinhos, que jamais tiveram chance aqui, é preocupante. Otero é venezuelano. Cazares, equatoriano. Não vejo bola em ambos para dividirem espaço no time titular do Galo. Até aqui, são duas decepções.

Claro que deve sempre se dar um desconto na estreia. Nervosismo, estádio acanhado, campo ruim, e por aí afora. Mas o Godoy Cruz, com todo o respeito, é apenas organizado em campo, nada mais. Em tempos normais, o galo teria feito dois ou três gola. Hoje, com o futebol nivelado, por baixo, tudo pode acontecer.

Roger Machado disse que a estreia foi de regular para boa. Acho que ele viu outro jogo. Foram mais de 40 dias de treinos, treinos e mais treinos, alguns, de luxo, como os jogos contra equipes pequenas do futebol do interior mineiro. Será que nesse tempo, Roger não foi capaz de organizar o time, com qualidade e criatividade? Não é possível que a pré-temporada tenha servido para mostrar futebol tão pobre.

Claro que o Atlético vai evoluir, e, aqui em BH, deverá golear o Godoy Cruz-, pelo menos é o que todos esperamos-, mas, confesso que esperava mais do time alvinegro. Citei na minha coluna no Estado de Minas, sete jogadores do mais alto nível no Galo: Victor, Marcos Rocha, Leo Silva, Fábio Santos, Elias, Robinho e Fred. É muito mais que a metade de um time, todos com currículo e história. Isso torna um time muito forte.

Sempre digo que avalio um time depois de 10 jogos, contra equipes do seu tamanho. Por isso mesmo, fiquei preocupado, pois o Godoy Cruz não tem e jamais terá o tamanho do Atlético. É aí que digo que os jovens de hoje não sabem o que é futebol. Fosse o time de Reinaldo, Eder, Cerezo e cia, e o adversário teria tomado uma goleada histórica. Mas, os tempos são outros. Empatar contra desconhecidos, virou rotina para os times brasileiros.

Fosse uma estreia contra River, Boca, Independiente ou San Lorenzo, eu admitiria um empate e até mesmo um derrota. Porém, contra o Godoy Cruz, acho demais. Que Roger e seus atletas revejam o jogo, corrijam tudo o que fizeram de errado e deem uma satisfação ao torcedor, já na próxima partida pela Libertadores. Essa competição é traiçoeira e um mau começo pode significar uma eliminação precoce.

Fiquei muito preocupado pela falta de futebol. Não é possível que uma equipe da grandeza e tradição do Galo, campeão da Libertadores em 2013, tenha futebol tão pobre, com jogadores de alto nível. Não e possível que os mais de 40 dias de treinos e aprendizados, não tenha surtido o efeito desejado, pelo menos para os torcedores, pois Roger achou tudo lindo.

E você, torcedor alvinegro, o que achou de estreia tão apagada e tão sem qualidade?

 

ARBITRAGEM

Os erros dos árbitros, mundo afora, classificam times, eliminam outros, dão títulos a quem não merece. Não há dúvida de que o Paris Saint-Germain, foi covarde, teve medo de ganhar e acabou levando de 6 a 1 do Barcelona, ficando fora da próxima fase da Liga dos Campeões da Europa. Mas a ajuda do árbitro alemão, foi fundamental para que isso acontecesse. Ele inventou dois pênaltis e favor do time catalão, e deixou de marcar um, legítimo, de Mascherano em Di Maria, confessado pelo zagueiro do Barça. Com certeza a Uefa tem seus interesses em manter o Barça vivo na competição, mas eu duvido que sejam árbitros comprados ou venais. Prefiro acreditar que são ruins mesmo.

Duro é perceber que árbitros que decidiram título a favor de times brasileiros, e que erraram de forma vergonhosa, critiquem os árbitro alemão. Sabemos que a arbitragem erra porque é humana e tem centésimos de segundos para decidir u m lance, mas aqui no Brasil o que vemos é muita gente venal, decidindo jogos pela camisa dos times. Isso é vergonhoso.

Como eu disse na minha coluna de quinta-feira, se eu fosse o dono do PSG, o príncipe catariano, mandaria o técnico embora, ainda no vestiário. Como não sou dono do PSG, e muito menos príncipe, nada posso fazer. Êta técnico medroso e ruim. “O medo de perder, tira a vontade de ganhar”.

 

ESTÁDIO

É uma vergonha um time brasileiro jogar num estádio tão acanhado, se é que podemos chamar o campo do Murici, de Alagoas, de estádio, com três degraus de arquibancadas. Não entendo que critérios levam a CBF a convidar equipes sem a menor condição de disputar um jogo de futebol profissional. Aquilo não é estádio. Alguns colégios brasileiros, têm até estádios melhores. Acho muito bacana dar oportunidade a times menores, de disputar a Copa do Brasil, mas é preciso o mínimo de exigência. Acho que estádios com capacidade mínima para 20 mil torcedores, seria o ideal. Não tenho dúvidas de que no Mineirão, o Cruzeiro, que pode até perder por um gol de diferença, vai golear o Murici. Na Europa, times da quarta divisão, disputam as Copas, mas cada um tem seu belo estádio, com capacidade mínima para 40 mil torcedores. É outro mundo!

E vocês, o que pensam sobre isso?