Evaristo Magalhães – Psicanalista
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O primeiro pai não foi capaz de controlar a sua prole: não havia pai suficiente para vigiar todos os filhos. Na falta do pai, os filhos descobriram a perversão.
Daí, para conter a perversão foi necessário criar um pai espiritual, onisciente e onipresente: um deus-pai.
Ocorre que ficou inevitável não perguntar pelo criador desse deus-pai. Não houve resposta porque – uma vez criado – ele se perderia em uma lógica infinita de quem criou quem.
Foi preciso instituir um deus-pai criador de si mesmo. Como alguém pode se dar à própria criação? Como alguém pode nascer de si mesmo? Isto não fazia o menor sentido. Morre deus.
Como conter a perversão sem o pai físico e sem o pai espiritual? Tudo passou a ser permitido? Não. Qual é o critério? A violência.
Entra em jogo a filosofia. O indivíduo conquistou a liberdade com a condição de que esse direito fosse estendido a todos. O indivíduo podia fazer o que quisesse com a condição de que agisse sem colocar em risco o direito do outro de – também – agir livremente.
Isto impediu a perversão? Não. Muitos passaram a praticar a violência sem serem punidos porque se blindaram com a força do Estado. Tomaram a lei para si.
Agora – e acima do bem e do mal – estão ilesos de responder por seus atos.
Esses senhores se sustentam na violência como um direito. O poder ganhou a prerrogativa da perversão.
Não há mais o poder do poder: ele personificou-se.
Estamos a um passo da barbárie!
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