Cinco comédias para o Dia dos Namorados

por Marcelo Seabra

Para você que quer aproveitar o clima de romance do Dia dos Namorados e assistir a um bom filme, seguem cinco sugestões!

Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill, 1999)

Acaba virando lugar comum colocar Richard Curtis em listas de melhores romances. Afinal, o roteirista parece ser especialista em histórias que cativam pela simpatia e simplicidade, e quase sempre carrega Hugh Grant com ele. Em Um Lugar Chamado Notting Hill (nome completo nacional), o ator vive um livreiro que, num dia como outro qualquer, recebe uma cliente inusitada: uma das maiores atrizes do Cinema americano. Para dar o peso adequado à personagem, poucas seriam mais acertadas que Julia Roberts, que é de fato uma das maiores atrizes do Cinema americano. A história que se desenrola entre os dois é deliciosa de se acompanhar, e ainda tem o bônus de Rhys Ifans, o louco colega de apartamento de Grant. O filme mostra como uma celebridade milionária pode chegar a se relacionar com um ninguém (por assim dizer), e não deixa de ser outra defesa do amor romântico.

Alta Fidelidade (High Fidelity, 2000)

Um ótimo protagonista criado por Nick Hornby é Rob Gordon, o dono de uma loja de discos que, em meio a muita música boa, resolve relembrar seus cinco piores términos de namoro. É muito interessante acompanhar as reminiscências de Rob, que acaba chegando a conclusões diferentes ao olhar para trás e ver que o que ele lembrava não era exatamente a realidade. Quem nunca teve alguém que, na época, parecia ser o supra sumo da inteligência e estilo, para depois se mostrar apenas uma pessoa pretensiosa e vazia?

Como Rob, John Cusack é uma mistura de bom humor e insegurança que cai como uma luva. E o elenco, que traz um quase desconhecido Jack Black, tem participações de Catherine Zeta-Jones, Joan Cusack, Lili Taylor e um impagável Tim Robbins. O pouco conhecido Todd Louiso completa, com Cusack e Black, o núcleo da loja e, deles, saem diálogos fantásticos. E Black faz uma ótima releitura de Marvin Gaye.

Um Grande Garoto (About a Boy, 2002)

Um dos escritores mais badalados no Cinema, Nick Hornby teve várias histórias adaptadas, além de também escrever roteiros. Um de seus livros de maior sucesso, que virou um ótimo filme, é Um Grande Garoto, a saga de um sujeito que se descreve como uma ilha. Will não precisa de ninguém para tocar sua vidinha metódica, mas cruza o caminho de um garoto que vai invadir seu espaço sem pedir licença. Além de mais um grande papel de Hugh Grant, temos o jovem Nicholas Hoult, que hoje já é um adulto e presença constante na tela grande (como na turma jovem dos X-Men). Cercado por referências pop, de Bon Jovi a Mystikal, passando por uma hilária interpretação de Killing Me Softly, de Roberta Flack, o longa tem uma ótima trilha original de Badly Drawn Boy.

O sucesso de Um Grande Garoto foi tamanho que deu origem a uma série de TV, engraçadinha, mas longe do carisma do filme. Mas a brincadeira com o título se mantém: seria o tal Garoto Marcus, o pequeno intruso, ou Will, um quarentão que se esqueceu de amadurecer?

Simplesmente Amor (Love Actually, 2003)

Quase um clássico, apesar de ser apenas de 2003, Simplesmente Amor é escrito e dirigido por Richard Curtis, lembrado pelo roteiro de Quatro Casamentos e Um Funeral. Comédia romântica das mais leves, ele reúne um elenco britânico brilhante, com pequenas participações de “estrangeiros”, como o nosso Rodrigo Santoro, e conta várias histórias interligadas. Do primeiro ministro da Inglaterra a um simplório ator pornô, passando por um cantor muito irreverente e muita “gente como a gente”, o filme parece ter uma tese a provar: todo mundo precisa de amor, mesmo aqueles que não sabem disso.

O longa fez tanto sucesso e ganhou um lugar cativo na memória de tanta gente que a equipe resolveu se reunir em 2017 e lançar uma espécie de continuação, o Red Nose Day Actually. É um curta de 15 minutos que nos mostra por onde andam aqueles personagens que, em pouco mais de duas horas, aprendemos a gostar.

Questão de Tempo (About Time, 2013)

Misture o consagrado roteirista e diretor Richard Curtis, um casal de atores em perfeita sintonia e viagens no tempo. Pode parecer loucura, mas o resultado dá muito certo. Questão de Tempo não deixa de ser uma comédia romântica, mas vai mais longe ao misturar algumas questões existenciais encontráveis apenas nas melhores ficções científicas. Isso, além de ser mais engraçada que a maioria de seus pares, que geralmente ficam apenas no romance água com açúcar.

Domhnall Gleeson vive um jovem inglês que descobre poder viajar no tempo, dentro de sua própria linha de vida, e alterar o que julgar necessário. Ele só precisa tomar cuidado com o efeito borboleta, já que cada mínima alteração no passado pode ter consequências grandes no futuro. Como todo jovem, ele passa por experiências de crescimento e formação até ir para a cidade grande, Londres, onde vai conhecer a mulher de sua vida – onde entra Rachel McAdams. E ainda temos, de brinde, o grande Bill Nighy, sempre uma ótima figura a se acompanhar.

Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
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