Maze Runner 2 não engrena e aborrece

por Marcelo Seabra

Maze Runner Scorch Trials

Produzida a toque de caixa, a sequência de Maze Runner: Correr ou Morrer (2014) já está em cartaz no Brasil. Prova de Fogo (The Scorch Trials, 2015) ocupa atualmente a primeira posição nas bilheterias, aqui e nos Estados Unidos, e prepara terreno para a conclusão da trilogia. Bebendo em várias fontes da ficção-científica e até do terror, indo de A Ilha (The Island, 2005) a The Walking Dead, o roteiro é confuso e o resultado não empolga, chegando inclusive a dar sono em algumas passagens.

No primeiro filme, Thomas (Dylan O’Brien) chega a uma clareira onde vivem outros garotos e descobre a existência do labirinto, o obstáculo entre eles e a liberdade. Como eles conseguem fugir, já se esperava que essa segunda aventura começasse nos corredores da maligna empresa que os detinha, a CRUEL (ou WCKD). Mais informações são dadas e entendemos melhor o que está havendo. Thomas, que continua à frente do grupo, agora conta com a ajuda de Aris Jones (Jacob Lofland, de Amor Bandido, 2012), um menino estranho que teve alguns dias a mais para analisar a estrutura onde são mantidos enquanto aguardam uma espécie de sorteio para a terra prometida.

Maze Runner Scorch Trials kids

Thomas, Aris e os demais logo descobrem do que se trata aquilo tudo e dão um jeito de fugir. O encarregado, Mr. Janson (Aidan Gillen, de Game of Thrones), coloca sua tropa na rua e as coisas se tornam bem cansativas a partir daí. Os humanos contaminados lá fora são zumbis velozes mortos de fome. A fuga é bem repetitiva, entram outros personagens na história e, em determinado ponto, já não sabemos quem é quem ou o que está havendo. E nem importa. Rosa Salazar (de A Série Divergente: Insurgente, 2015) e Giancarlo Esposito (de Breaking Bad) vão ajudá-los a chegar na resistência; Alan Tudyk (de Suburgatory) é quem deve dar as direções; e Barry Pepper (de O Cavaleiro Solitário, 2013) e Lili Taylor (de Invocação do Mal, 2013) são os líderes do movimento. Patricia Clarkson continua sendo a grande vilã, a Dra. Ava Paige.

A inventividade do primeiro Maze Runner, com todo o conceito do labirinto e a tensão bem construída, se perde nesse caldeirão de apropriações e repetições. A cópia de A Ilha é clara e óbvia, e olha que nem se trata de uma obra muito original. Se Michael Bay e companhia foram acusados de plagiar outros autores, imagina esse James Dashner, autor da série? O diretor Wes Ball e o roteirista T.S. Nowlin só têm no currículo, nessas funções, as duas adaptações de Dashner, e seguem para a terceira, A Cura Mortal. Vem mais pastiche por aí.

Aiden Gillen é um dos atores de Game of Thrones no filme

Aiden Gillen é um dos atores de Game of Thrones no filme

Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
Esta entrada foi publicada em Adaptação, Estréias, Filmes e marcada com a tag , , , , , , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.

3 respostas para Maze Runner 2 não engrena e aborrece

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *