Universo Marvel fica mais denso com Capitão América 2

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

Captain America 2

A exemplo das sequências de Homem de Ferro e Thor, a nova incursão do Capitão América nos cinemas, Capitão América 2: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier, 2014), também repercute os eventos acontecidos em Os Vingadores (The Avengers, 2012), mas de maneira menos pungente do que nos longas anteriores. Aqui, o foco é o efeito que a invasão alienígena causou na S.H.I.E.L.D., a agência de espionagem que, supostamente, deveria garantir a segurança mundial e impedir exatamente que esse tipo de coisa acontecesse.

O longa começa com o Capitão (Chris Evans) e Natasha Romanoff, a Viúva Negra (Scarlett Johansson), em uma missão para resgatar reféns em um navio capturado pelo terrorista Batroc (o lutador de MMA Georges St-Pierre), a pedido de Nick Fury (Samuel L. Jackson). Apesar de bem sucedida, a missão tinha alguns aspectos obscuros que guiarão a trama e exporá alguns segredos que provavelmente repercutirão no Universo Marvel como um todo. A coisa ainda ganha um ar extra de complicação quando o Soldado Invernal do título (Sebastian Stan) entra em cena. Além de Cobie Smulders, Toby Jones e Hayley Atwell, que repetem seus papéis da franquia, completam o elenco principal as novidades Robert Redford (de Sem Proteção, 2012), Anthony Mackie (de Sem Dor, Sem Ganho, 2013), Frank Grillo (de Guerreiro, 2011) e Emily VanCamp (da série Revenge).

Captain America 2 Falcon

Quando assumiu o título do Capitão América em 2005, o escritor Ed Brubaker decidiu retomar um aspecto da personagem que há muito não se via nos quadrinhos. Por um breve período na década de 1970, o Sentinela da Liberdade era menos um super-herói e mais um super-agente (quase) secreto, realizando missões para a S.H.I.E.L.D. e ajudando a desbaratar operações de organizações criminosas como a Hidra e a I.M.A., geralmente tendo o apoio de personagens como Nick Fury e Sharon Carter (ou “Agente 13”). O Falcão (acima), outro desses coadjuvantes clássicos, aparece no filme de forma muito bem aproveitada em mais um bom trabalho de Mackie.

Winter Soldier1 2É importante mencionar Brubaker aqui porque The Winter Soldier (“O Soldado Invernal”), história concebida por ele e publicada nas edições 8-9 e 11-14 do gibi do Capitão América (no Brasil: Os Novos Vingadores 33-37, entre 2006-2007), foi a principal fonte de inspiração para o roteiro da dupla Christopher Markus e Stephen McFeely. A estrutura se assemelha muito à de uma aventura de James Bond e ajudou a incorporar um novo aspecto ao Universo Marvel no cinema: as histórias de espionagem, ainda que travestidas de filme de super-herói. Na verdade, todos os elementos de ambos os gêneros estão presentes aqui de uma forma ou outra e isso contribui não só para o longa em si, mas para ampliar o escopo do Universo Marvel no cinema. A exemplo do que acontece nos quadrinhos, cada filme da Marvel Studios funciona bem como elemento que tem a missão de contar uma história fechada, mas que, ao mesmo tempo, serve como ponte para algo maior. Isso é mais uma vez comprovado aqui, especialmente nas cenas pós-créditos. O filme abre o leque do tipo de trama que os Marvel Studios podem explorar no cinema, como com Os Guardiões da Galáxia, contribuindo ao mostrar o aspecto cósmico deste universo.

Com boas críticas e quase 100 milhões de dólares arrecadados em seu fim de semana de estréia, Capitão América 2 é mais um acerto da Marvel Studios e uma prova de que seus executivos têm uma ideia bem clara do que querem fazer ao transportar seus personagens dos quadrinhos para o cinema. Os diretores Anthony e Joe Russo já estão até confirmados para o terceiro. A construção do Universo Marvel cinematográfico vem sendo feita com bastante cuidado e o resultado pode ser observado a cada novo lançamento do estúdio. Quem ganha com isso, obviamente, são os fãs, que vêem seus personagens favoritos bem retratados no cinema, e o público em geral, que é agraciado com bons filmes, mesmo que sejam nada mais do que escapismo puro e simples. Às vezes, é só isso que a gente quer. E, claro, uma pequena e hilária participação de Stan Lee.

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Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
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