Mais uma vítima daquilo que nos tornamos

Talvez um dia, o país pare de se preocupar com a cor, o gênero, ideologia, classe social e profissão das suas vítimas assassinadas. Talvez um dia, nos lembraremos  de punir os criminosos,  e não de dar-lhes  cada vez mais  e mais direitos. Talvez um dia, por fim, entenderemos que apoiar a polícia é melhor que demonizá-la, e que não há bandido bom. Ainda que morto

Em alguns dias, será mera estatística

Alguém se lembra de um garotinho chamado João Hélio? Uma figurinha que, com apenas seis anos de idade — hoje estaria com quase dezoito — foi arrastado por um carro, por seis quilômetros, até cair morto, desfigurado?

Marielle Franco, sinto muito em dizer isso, será apenas mais um João Hélio. Aguardem alguns dias, talvez meses e pronto. A comoção de hoje estará devidamente arquivada, ao lado de tantas outras, no vasto armário das tragédias brasileiras.

Ao ver juízes do Supremo com carinhas de choro, clamando por menos violência — os mesmos que em breve decidirão que ninguém poderá ser preso, após condenação de segunda instância, apenas para poder livrar o ex-presidente Lula da cadeia; os mesmos que decidiram não prender ninguém por furto de celular; os mesmos que acabaram de colocar 5 mil criminosas presas, nas ruas, pois mães ou com filhos menores em casa, como a esposa de Sérgio Cabral; os mesmos que concederam, meses atrás, liberdade provisória ao ex-goleiro Bruno…

Ao ver absolutamente todos os políticos e partidos de esquerda fazendo proselitismo político sobre o cadáver da vereadora — os mesmos que são contra prisões; que são sistematicamente contra o recrudescimento da lei; que são amplamente a favor de menores criminosos, por mais hediondos que sejam; que berram todos os dias contra a polícia; que demonizam as Forças Armadas…

Ao ver os artistas globais pregando a repugnante divisão da sociedade entre homens e mulheres, pretos e brancos, pobres e ricos — os mesmos que querem a legalização das drogas; que insurgem-se contra a polícia a cada morte de traficante; que soltam pombinhas brancas na praia, enquanto financiam o tráfico com o consumo desenfreado de drogas…

Ao ver o “de sempre” William Bonner, editor do Jornal Nacional, da Rede Globo, preocupar-se mais com os gritos de “Fora, Temer” que com a vítima — o mesmo que apoiou Lula e o governo mais corrupto do mundo; o mesmo que apoiou Sérgio Cabral e o governador mais corrupto do mundo; o mesmo que tentou apear Michel Temer da presidência, em conluio com Rodrigo Janot…

Ao ver, como de costume, a suspeita recair sobre a Polícia, sobre o Exército e nunca, jamais, sequer minimamente sobre traficantes e milicianos do tráfico…

Ao ver, também como de costume, ou melhor, ao não ver, absolutamente ninguém culpar os assassinos, os traficantes, os sequestradores, os estupradores e afins…

Ao ver uma mãe — isso, sim, é um rótulo que mereceria destaque! — ser reduzida ou a mulher, ou a negra, ou a favelada, ou a homossexual, ou a militante (como se outros mortos homens, brancos, ricos, heteros e não-militantes merecessem menos viver)…

Ao ver um motorista, pai de uma criança de um ano, igualmente executado tornar-se mero coadjuvante, já que um não-militante de esquerda…

Ao ver tudo isso, meus amigos, é o que me dá a certeza de que Marielle Franco tornar-se-á, em breve, mais um João Hélio.

E após ela, um outro, um outro e um outro… até que a morte nos separe e a ladainha hipócrita recomece outra vez.

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76 thoughts to “Mais uma vítima daquilo que nos tornamos”

  1. Lamento a morte da mulher,mas o que me deixa irritado é um monte de gente aproveitando esse triste momento para aparecer na mídia, pessoas que nunca ouviram falar dela e agora aparecem como grandes amigos dela.
    O que me chamou a atenção foi o tanto de protestos que ocorreram,mas somente porque ela era uma vereadora,não aconteceu isso quando crianças inocentes foram mortas nessa mesma cidade.
    Me pergunto porque não temos esses mesmos protestos para mudarem as leis penais para que as penas sejam duríssimas contra bandidos,estupradores etc…
    Se ela fosse uma mulher normal do dia a dia seria apenas mais um numero para aumentar o numero de mulheres mortas,e grupos idiotas fazerem seus protestos de sempre.
    Como disse o Ricardo o que vai mudar com a morte dessa moça eu digo nadinha,mas com certeza vai aparecer pessoas tentando ganhar popularidade e votos com a morte dela.

  2. A maioria dos pontos que o blogueiro escreve aqui procede. Alguns outros não, pelo fato de se aterem à superfície do fenômeno e se negligenciarem – por algum motivo – quanto ao que está no subsolo dos eventos que se nos aparecem agora.

    É preciso saber, antes de tudo, que uma pessoa para saber se portar como ser humano e não como bicho, tem que passar pelo processo de civilização de maneira adequada. Do contrário, fica preso ao instinto, ao bárbaro, ao rude, ao inconsciente, ao peso do desalmado e da selvageria.

    O que ocorre com o Brasil e com o Rio de Janeiro de maneira mais acentuada – historicamente – é que apenas uma parte da socieadade (por uma série de motivos) teve condição de passar pelo processo civilizatório. Apenas um segmento pode aprender a comunicar e pensar propriamente, compreender a necessidade de se usar melhor a linguagem e o vocabulário, a ter melhor noções de higiene e estética, a se expressar de maneira polida e não gutural. Apenas uma porção pode estudar, desenvolver habilidades psicológicas, formar-se enquanto gente,
    aprender ofícios, trabalhar, enfim, tornar-se cortês, urbano, polido, bem-educado, e não o contrário disso.

    Mas o Rio de Janeiro, junto com Salvador, foi uma cidade no Brasil das que mais empurrou gente para os pés-de-morro, para as encostas, para os sem-fim da cidade. Ali, em condições super-super-super precárias, sem escola, sem saneamento básico, sem o processo civilizatório ocorrer, estavam aquelas tantas e tantas almas que tiveram que permanecer na sua existência rude, normalmente negra, privadas do acesso a estes bens civilizatórios, alimentando um monstro social que iria explodir – da maneira mais terrível do que nunca – na segunda década dos anos 2000.

    Como resultado desse processo de privilégios por um lado, e restrição e afastamento de outro, aliado a uma série de outras questões, criou-se no Rio de Janeiro uma cultura de deturpação, desvirtuamento, de sedução, de compra e aliciação, que se avolumou e tomou um corpo muito forte.

    Olhando a coisa sem paixão e sem forçar a barra, temos que admitir que a própria polícia é agora vítima de processo e historicamente có-criadora dele. Qualquer um que tenha ido ao Rio de Janeiro e conversado com quem é de lá, sabe que historicamente é uma polícia que tortura, alicia, intimida e mata. Isso é fato. Não há como omitir. O ódio da população à polícia não é um fenômeno que caiu do céu de uma hora para outra. Algo aconteceu através dos tempos e acontece.

    Eu sou branco, alto, decendente de Italiano, nasci e cresci na capital, estudei na PUC no Coração Eucarístico, moro hoje na Polônia depois de ter morado em Dublin, na Irlanda, por alguns anos. Então, o que vou dizer aqui não é algo de um ‘gente recalcada como a própria cor e condição social’ como certa vez ouvi numa discussão sobre um tema. Tampouco sou de partido esquerda. Mas uma coisa que é fato sim para mim: é que o comportamento da classe média e alta no Brasil, quer que os bens sociais fiquem só com eles. Ponto. Não querem repartir a coisa. É de que o próximo se foda. É de tratar a empregada doméstica como a escravinha da casa sim. É a mentalidade do ‘só tinha gente bonita na festa’ para dizer implicitamente que não tinha negros.

    Um dia conversando com uma estudante, ela me dizia – na época do segundo mandato do Lula quando a coisa andava boa para a economia brasileira – que o país ia bem mas não aprovava aquele governo porque este não governava para a classe dela. Meu Deus, que tipo de mentalidade é essa!

    Sou muito cético quanto a esta moçada que levanta muita bandeira, mas algo que eu notava quando eu subia e descia a cidade – em ônibus sempre lotados – para dar aulas de inglês em tudo quanto é bairro de BH: os estudantes de zona sul eram os últimos a me pagarem: sempre! Comportavam-se muitas vezes como se estivessem fazendo um favor para mim em ter as minhas aulas. Era revoltante! Sorriam na hora de ter as aulas. Na hora de pagar era um drama com os da ‘gente de bem’. Então, naquele tempo comecei a ver que este tipo de comportamento repetido, revelava uma mentalidade e uma estrutura. Isso em Belo Horizonte. Agora, potencialize este tipo de mentalidade numa cidade como o Rio de Janeiro que recebeu ‘Belle Époque’ e milhões de escravos africanos. Uns permaneceram recebendo todos os bens culturais e novidades civilizatórias que vinham da Europa. Outros, despejados no morro como mercadoria suja vindo como escravos.

    E o tempo foi passando, as gerações foram passando aos seus filhos o que tinham para passar, de um lado e outro, e neste interim, os ‘nós e eles’ de cada segmento, chega em 2018 na caoticidade.

    1. Daniel, concordo que, como você disse, por uma série de motivos parte da população não é civilizada. Mas um desses motivos, para mim o mais determinante, é a impunidade. Ainda jovens, as pessoas veem na comunidade onde vive os exemplos a seguir; de um lado a opção de uma vida com muito estudo e trabalho de pessoas honestas e que são vítimas dos chefões do tráfico versus a vida dos bandidos e marginais, que ostentam luxos e prazeres e quando, bem dificilmente, são presos, são soltos em pouco tempo pelas leis flácidas brasileiras. E até quando na cadeia permanecem poderosos. Fica bem difícil a primeira opção dessa forma.

    2. Amigo, vc chegou à raiz do problema. Meus parabéns. Não que a maioria das pessoas já não soubesse. Toda vez que aparece esse assunto nós lemos essa mesma história, mas enfim…
      Agora me diz, a solução para os problemas gerados pelos erros cometidos no passado no nosso pais é simplesmente tratá-los como coitadinhos vítimas da nossa sociedade? É justo com o restante da população? Como foi resultado de um processo discriminatório, não devemos resolver?
      O problema está formado. Se nada for feito, vai perpetuar.

      1. Boa pergunta, mas não precisa voltar muito no passado, é só tomar como referencia os governos do PT, foram treze anos de retrocesso financeiro . Aquilo que diziam que tiraram milhões da pobreza, foi somente um artificio contábil. Nos governos do PT os beneficiários do bolsa eram contabilizados como pessoas com trabalho, apenas isso. A renda familiar de referencia para ser considerado de classe média baixo de cerca de RS 1000 para RS 291, isso não foi melhoria das condições de vida das pessoas, foi uma farsa de marketing do PT. Agora falando da violência, no mesmo dia que a vereadora foi cruelmente assassinada, um pai foi morto a tiros na frente do filho de cinco anos. Pouco tempo atrás uma médica foi assassinada com dois tiros durante um assalto, só que ela não se enquadrava nos critérios das esquerdas, para a sua família ser acolhida. No Rio este ano já foram assassinados 26 policiais e no Brasil morrem, anualmente, mais de sessenta mil pessoas assassinadas, essas vitimas invisíveis não contam?

    3. Vc indiretamente repete o surradíssimo clichê de que a “classe média e alta no Brasil, quer que os bens sociais fiquem só com ele”, ou o maniqueísmo simplista de dividir o mundo entre os anjos que lutam pelos pobres e os que diabinhos que querem que os pobres se fodam.
      Quem gosta de pobre inserido no na economia ( comprando geladeiras, automóveis, casas, passagem de aviões etc.) são os ricos (capitalistas, acionistas, comerciantes etc) e a classe média (engenheiros, administradores, médicos, economistas…) que teraõ mais lucros/dividendos e mais empregos. Quem gosta de pobre empobrecido, dependente e clientela fiel são os “país dos pobres”- que ficaram 13 anos no poder e entregaram um país mais com mais miséria, diferenças sociais e instabilidade econômica e social.
      Colocar nos ombros das classes médias a responsabilidade pelas mazelas sociais de um país cujo gigantismo estatal e anti-empreendedorismo arraigados (tão defendidos pelo dogmatismo esquerdiota) serve como um vetor de concentração de renda e de privilégios, é praticar o raciocínio binário, simplista do “nós e eles” : é enxergar o um mundo reduzido a A ou B: ou se é demônio ou santo, herege ou crente…)

      Inclusão social, meu caro, não se faz dividindo migalhas, dando esmolas; se faz, de um lado, investindo em infraestrutura e incentivando a empreendedorismo, o desenvolvimento econômico, a criação de empregos/riquezas e, de outro, promovendo as condições sociais que limitem privilégios estatais e permitam aos menos favorecidos gozar de oportunidades iguais (investimentos em educação, saúde, saneamento etc).

      1. Robes, assino em baixo. Quem quer que os pobres continuem assim é a esquerda. A esquerda precisa dos pobres. É o oxigenio deles. O dia que os pobres (sejam negros ou brancos) se tornarem ricos (e com mais informação e poder de crítica) a esquerda murcha e acaba. O discurso barato e falso deles para de ter eco.

      2. Não discordo de você robes: “investindo em infraestrutura e incentivando a empreendedorismo, o desenvolvimento econômico, a criação de empregos/riquezas e, de outro, promovendo as condições sociais que limitem privilégios estatais e permitam aos menos favorecidos gozar de oportunidades iguais (investimentos em educação, saúde, saneamento etc).”. Acho ainda que, deveríamos privatizar, elaborar leis boas, fiscalizar e fazer dinheiro com isso para investir no país e nas pessoas.

        Contudo, atentei para alguns aspectos que são reais, ainda que pareçam clichês. Gostaria de repetir que não sou petista, nem ‘esquerdista enrustido’ mas é muito claro para mim que não foi o PT ou o partido de Marielle que criou o “nós x eles”. A favela em si é um “nós x eles”, o “só tinha gente bonita não festa” dos meus alunos é um nós x eles; a miséria, o atraso, a concentração de renda na mão de meia dúzia em detrimento do resto é um nós x eles, a novela da tv só com gente branca é um nós x eles. Justiça é dar a cada um o que lhe cabe. Este linchamento moral dado a este partido que dirigia até recentemente o país, e por outro lado, o indulto, a clemência aos outros criminosos que patrocinam a nossa desgraça há muito tempo, é uma injustiça, me parece um disparate, é algo que às vezes chega a ser surreal. A morte de Marielle Franco, vereadora do partido no Rio de Janeiro, é só a expressão de um problema histórico. O motivo pela qual ela morreu causa agora maior repercussão do que outros pelo fato dela estar, até há pouco, batendo de frente justamente contra esta gente que patrocina este estado de caos no Rio. É muito difícil de se ver isto? Eu penso que não.

        O blogueiro aqui não se cansa de repetir de que lugar de bandido é na cadeia. Okay, é mesmo. Mas, porém, contudo, todavia, se prendermos todo mundo que tem que ser preso no Rio, por exemplo, precisaríamos de mais 200.000 vagas HOJE, exatamente agora. E por que? Pelo fato de que este estado que aí está, tornou-se uma fábrica diária de bandidos e gente da pior espécie. E onde isso se baseia: numa mentalidade que não quer largar o osso do poder, que não quer dividir, que não quer enxergar parte do problema, que não se preocupa sobre como o processo civilizatório é construído (e não quer nem saber, apenas fruir benesses), que teima em não investir, que pensa que é mais gente que a outra, que não entende que a civilidade, o belo, o limpo, é algo construído. Curioso, é que ao mesmo tempo cobra resultados de civilidade deste medo povo segregado historicamente.

        A seguirmos esta lógica míope de que ‘temos é um problema de segurança no país” e não se investir MASSIVAMENTE onde tem que ser investido, a coisa vai só piorar e piorar e piorar.

        A coisa das cotas, por exemplo, surgiu no Canadá, por que eles reconheceram lá que diante de uma realidade histórica, absolutamente ridícula e desumana, é muito mais difícil, a alguém com um background fodido, conseguir se promover. O estado canadense pensou então: vamos promover estas pessoas com esta medida transitória. E funcionou e funciona.
        Mas aqui como é a coisa: é o estado dando vida boa para estes vagabundos com o meu dinheiro. Esta é a mentalidade que temos.

        1. Nunca vi um comentarista nesa coluna desse “blogueiro” tão sensato. Parabéns, Daniel. Pena que sua escolha foi viver fora ( e a entendo perfeitamente): precisamos de mais gente como você nesse país de linchadores morais e superficiais.

        2. Daniel,
          Para investir em educação, saúde, saneamento, assistência social, moradia e infraestrutura, etc, é preciso haver recursos públicos para tal. Vamos ver então como estão as finanças públicas deixadas pelo PT, depois de 13 anos (quase uma década e meia!) de governo:
          1) Dívida pública de 4 trilhões (quando assumiu era de menos de 1 trilhão); e
          2) Déficit nas contas públicas de mais de 150 bilhões/ano.
          Faço 2 perguntas: 1) Como investir no social, como promover esses investimentos fundamentais sem ter recursos e, ainda, estar com as finanças em situação de descalabro, com a receita comprometida e até mesmo p/ cobrir os gastos correntes para as próximas décadas 2) O que fez o gov PT com o dinheiro público, nestes 13 anos no poder, para nos deixar nesta situação?
          (não estamos falando de migalhas, mas de bilhões e trilhões!)
          Vc fala muito em “dividir”. Dividir o quê? As faraônicas, superfaturadas e inúteis obras da Copa e da Olimpíada (as milionárias propinas delas já foram divididas hehehe)? Os 30 milhões que o Lula recebeu de propina da Odebrecht? Os milhões que enriqueceram a família Lula e aos Cabrals, Cunhas da vida? É muita grana, mas não chegam nem aos pés dos bilhões, trilhões. O que os govs PT deixam é a conta a pagar de bilhões, trilhões da dívida pública e da roubalheira da Petrobras, Eletrobras, o desemprego, a insegurança, a falta de saneamento básico, o sistema de saúde pública matando pobres aos montes, etc.
          Bom, e o que fez os govs do povo nestes 13 longos anos? O Bolsa-Família, que nada mais é juntar e dar outro nome ao Bolsa-Escola, Vale Gás, Vale Alimentação (criados no gov FHC) ?. As inúteis obras faraônicas da Copa/Olimpíada, feitas para iludir o povão e criar a imagem de um grande Brasil ? Reforma Fiscal, previdenciária, trabalhista, política? NADA,NENHUMINHA: apenas muita propaganda marqueteira (alimentada com propinas milionárias), muito discurso e bravatas de palanque, né?
          Os pobres tirados da miséria pela propaganda marqueteira e pela falsificação de dados ( transforma pobres em classe média mediante a alteração nos critérios de classificação de renda: o pobre dormiu pobre e acordou pobre no outro dia, mas pelos novos critérios passou a ser considerado classe média!). veja o levantamento do IBGE.
          E o Rio de Janeiro, que continuou ainda mais pobre, corrompido e violento, com governos supercorruptos, eleitos pelo apoio do superpopular Lula à época? E as UPPS, aqueles bibelôs que sem prender bandidos queria promover a “pacificação” deles? Tipo assim: os traficantes/milicianos militarmente armados fariam uma reunião:
          -Pô, mano, vamo pacificar, vamo colaborá, vamo procurá emprego, vamo ina missa nus domingu, purqui tô morrenu de medo dessas up sei lá o que!
          Deu no que deu, né? Medidas de fachada, inauguradas com muita fanfarra, muito discurso de palanque, e sem investimentos concretos, deu no desastre que está aí. Deu no aumento das chacinas dos pobres-que, agora, que produziu uma vítima da esquerda caviar/Ipanema, provocou uma ira como “nunca antes neste país “ se viu em relação às dezenas de zés-ninguém vitimados pela absoluta falta de segurança neste Brasil-Síria.

    4. A violencia no Rio (inclusive da polícia) piorou e muito a partir da coligação entre o PMDB carioca e o PT de Lula. O populismo ganhou força escondendo a pilhagem que se fez do estado. O PMDB pilhando o Rio e o PT a Petrobrás, Eletrobrás, BNDS, CAIXA, enfim, o pais todo. O Rio está destruído financeiramente e principalmente moralmente. Não se pode condenar uma parte somente Daniel, no caso a polícia. Tudo está ligado e olha que a esquerda tem muita representatividade neste estado. Esta intervenção é a ultima chance a curto prazo.

    5. Desculpe mas não concordo, a classe média é formada por trabalhadores como qualquer outro, acordam cedo para trabalhar, ganhar o nosso pão de cada dia. Você é tão preconceituoso como qualquer um, o brasileiro atualmente vive de criar tipos, branco, preto, homo, hetero, pobre, rico, amarelo, vermelho, o que for polarizar e ser dono da verdade. Nossa sociedade esta doente, e a muito tempo, precisamos de principios, honestidade, igualdade, o valor do trabalho, justiça dura com leis duras, mérito a quer se esforça, racionalidade. Nossos valores estão todos deturpados, por isto colhemos o que plantamos. Por esta vivência internacional, morar fora, deveria já ter aprendido por que estas sociedade europeias funcionam, tem ricos sim, tem podres, negros, brancos, refugiados, sim, mas vivem em harmonia. Polonia foi destruida duas vezes em duas guerras mundiais, e hoje é um pais digno, quais o valores levaram a sociedade poloneza a se reerguer? Irlanda também foi destruida por uma guerra civil interna, hoje é um dos paises mais prosperos da europa, quais os valores a sociedade irlandesa valoriza para ser tornar pacificada prospera, aposto que estão entre eles, o trabalho duro, o valor da familia, sacrificio, dignidade, harmonia, igualdade, Você da deveria ter aprendido isto ao invés de destilar seu odio por aqui.

      1. Só mais uma coisinha, nos tornamos uma sociedade hipócrita, a hipocrisia é uma das piores pragas de uma sociedade, ela esconde o que tem de ruim. Somos invejosos, descrentes. Isto tudo é bom para quem? Quem se beneficia com esta guerrinha de rede social, textões, etc? Estamos proximos à barbárie, o Rio de Janeiro vive isto hoje. Pagando preço por tanto desmando, por tanta falta de bom senso, tanta roubalheira e corrupção. E quem elegeu os corruptos? Defensores dos bandidos? SOMOS HIPÓCRITAS.

    6. Não existe País que seja civilizado e próspero que não cuide de suas crianças em escolas de Ensino FUNDAMENTAL PÚBLICAS de Excelência,isentas de partidarismo político e com professores realmente competentes.Policia e soldado são só paliativos,buchas de canhão de poderosos,aliviam mas não curam.Criança educada transforma e propicia à sociedade uma justa e seletiva competitividade natural.
      Cidadão exigente e competente é que faz um país realmente seguro em todos os aspectos.

  3. Absolutamente nada acrescentar… extremamente bem pontuado a opinião. Não que sejamos indiferentes ao ocorrido, não mesmo. Mas a proporção em que a mídia foi levantada, fiquei a pensar em sua fala (como se outros mortos homens, brancos, ricos, heteros e não-militantes merecessem menos viver)… complexo né?? Toda e qualquer forma de crime é abominável, desprezível e transgride totalmente o valor de qualquer pessoa. A minha dúvida é, qual o foco querem mudar neste momento? Mediante um cenário de tamanha corrupção, decadência na saúde, educação? Chegou a ser patético a cara do plenário de tamanha “consternação”… Que País é Este??

  4. Ricardo, parabéns pela opinião sem medo, chega de hipocrisia nesse pais. Marielle Franco não é de longe, diferente, de tantos outros que tombaram pelo caminho.

  5. Lamentável, no auge dos noticiários apenas a vereadora Marielle Franco havia sido assassinada, só depois se deram conta que o motorista também tinha sido vítima.

  6. É mais ou menos o que o Ricardo publicou somado ao que o Daniel Barros respondeu. A teoria é fantástica! Teorizar sobre qualquer coisa é de uma elucidação sem igual. Mas alguém vai ter que colocar em prática o contrário – para os bons entendedores – de tudo aquilo que foi teorizado desde então.

  7. O menino João Hélio virou mera estatística porque não tinha “pedigree”, porque era apenas mais um dos 60 mil que são assassinados por ano no Brasil, porque era apenas mais um pobre ou classe média caçado como animal pelos criminosos.
    Os João Hélio que morrem todos dos dias não interessam às marias do rosário da vida, não interessam à esquerda caviar, aos chicos buarques e caetano velosos da vida.
    Marielle Franco, João Hélio e as outras dezenas de milhares são assassinados pelos mesmos criminosos: a impunidade, a leniência com o crime e a ausência do Estado no cumprimento de sua função precípua de dar um minimo de segurança aos cidadãos.
    Mas há uma enorme diferença: o pedigree do cadáver de M. Franco é de grande serventia às bandeiras ideológicas e ao uso político-eleitoreiro para aqueles mesmos que tampam os seus narizes para os de outros 60 mil de zés-ninguém produzidos anualmente.

  8. Tentar diminuir o assassinato de uma mulher negra, nesse aspecto concordamos que é só mais um caso. Mas ela era vereadora e responsável por denunciar a intervenção militar eleitoreira no RJ. Tá mais pra um Franz Ferdinand do que Joao Helio ao meu ver.

    1. Luiz, o Temer pode até ter tirado proveito eleitoreiro da intervenção, mas que era necessária, isto é fato e tdos estão de acordo, inclusive a maioria dos esquerdistas e a maioria esmagadora da população do Rio. Só mesmo as viuvas da Dilma e ainda rancorosas estão contra.

    1. Patricia, o texto de Daniel é bonito esteticamente e bem escrito. É impecável em sua construção. Mas deixa brechas para interpretar posições e convicções ideológicas. Nada contra o direito dele ter estas convicções, mas uma bela construção pode esconder terrenos contaminados que levam ou distorcem compreensões. Não ajuda muito pois acirra divisões que se tornam cada dia mais radicias e até violentas. Muitas correntes ideológicas querem resgatar o ódio nascido na época da escravatura para os dias de hoje, misturando com nossos problemas atuais numa sopa muito perigosa. Temos que ficar atentos. Se você observar ele utilizou muitos e velhos clichês que a esquerda sempre usou em todo o mundo.

  9. Marielle. era muito conhecida no Rio de Janeiro e ficou conhecida nacionalmente e mundialmente após ser executada covardemente. Agora todos nós sabemos quem era ela e qual bandeira ela empunhava. Não é porque não a conhecemos antes que vamos deixar de solidarizar com a família e amigos dela. Sua morte não pode ser em vão. Deve ser um símbolo contra a violência, intolerância, preconceito, arrogância, concentração de renda, desrespeito aos direitos humanos de todas as pessoas e injustiça! Infelizmente muita gente vai debochar da morte dela e da solidariedade e comoção nacional que isso provocou. Fazem esses deboches de maneira escancarada ou de maneira sutil. Basta ver o que escreve Ricardo e alguns comentários de seus leitores. Esse é o mundo cão que precisa ser derrotado!

  10. BEM VINDO AO CAPITALISMO, NÃO O QUE APRECIO, MAS SIM AO CAPITALISMO SELVAGEM ONDE O QUE PREVALECE É A FALTA DE DECÊNCIA, AFINAL OS FINS, O PODER, A GRANA, JUSTIFICAM…
    O ZEITGEIST DO SÉCULO XXI SERÁ REFLEXO DA HIPOCRISIA DOS SÉCULOS PASSADOS, SOBREMANEIRA DO SÉC XX

    1. Cadê o capitalismo aqui? No Brasil vigora um forte estatismo que submete o empreendedorismo aos interesses e aos privilégios das classes políticas e da “nomenclatura” estatal. O que falta ao Brasil é exatamente o contrário: capitalismo e meritocracia!

  11. Caro Ricardo, parabéns pelo texto e sua brilhante exposição de ideias.
    Expôs tudo de forma correta, deixou claro a divisão que estão querendo implantar no Brasil, a de negros x brancos, ricos x pobres, homos x heteros, mulheres x homens…. E o principal, não deixou de abordar o assunto da total inversão de valores hoje existente, onde se culpa as polícias por tudo e se omitem sobre os bandidos, traficantes, assassinos…
    Ah, e também, brilhantemente, você não deixou passar batido a “turminha da globo”, que se julgam os maiores seres pensantes do universo, e se comportam como os donos da verdade absoluta.

    Parabéns pelo excelente texto. Muito bom mesmo. Aliás, perfeito!!!

  12. Vendo “internautas” te considerarem “brlhante” é de chorar. Talvez você não tenha tido coragem de critica-lá como “defensor de bandido” pela repercussão do caso e pela personalidade política que era. Mas a sua “visão de segurança pública” é amplamente reducionista e fascista. O Brasil é o país onde mais se assassina homossexuais por homofobia, os que mais morrem por morte violenta são negros homens e jovens, a violência contra a mulher é dramática. Isso não é “mimimi”, “invenção de esquerdopatas”. Se não conhece os dados, creio que seja melhor se informar. Não se utilize de uma aparente empatia com Marielle dar continuidade a esse palanque fascista. Provavelmente, se ela conhecesse seus “textos”. Te combateria, não oportunista… para os “comentaristas desavisados”, antes de se encantarem com seu “brilhantismo” recomenda-se a ampliação de suas fontes de informação…

  13. Não da pra comparar essa moça com Joao Helio. Um foi vitima de bandidos, alguns menores DEFENDIDOS depois do episodio por integrantes do PSOL e dos direitos humanos. Ha suspeita de que essa vereadora foi eleita para defender não so cidadãos da periferia mas tambem traficantes, atacava cosntantemente as açoes policiais nos morros, homens que defendem a ordem a a justiça e são mortos nessa guerra do trafico no Rio, entregue a politicos corruptos a anos. Nas redes sociais não vi NENHUM comentario a favor dessa comoção social pela morte dessa vereadora, lamentamos a barbarie mas a população não apoia o trabalho populista desenvolvido por esse partido.

  14. Não acho que está havendo uma comoção “nacional”. Comoção mesmo é com os familiares e amigos. O resto é puro oportunismo. Acho que estão esquecendo do seres humanos que morreram, da violencia em si, para engrandecer uma ideologia equivocada. Querem fazer desta moça uma mártir, uma bandeira, atitude muito parecida com a que os xiitas muçulmanos fazem quando um líder deles morre assassinado. Só falta ficarem gritando “Fora Temer” ou “Lulalá2018” no enterro. As milhares de pessoas que saíram as ruas pelo Brasil afora, não foram pelo ser humano Marielli. Foram “convocadas” pelos “políticos” esquerdistas em mídias sociais, que viram nesta tragédia um ótimo argumento e uma ótima oportunidade para um eventual engrandecimento e divulgação das suas ” ideologias” e quem sabe até ajudar Lula. A verdade é que ela foi assassinada pelas milícias que dominam territórios em favelas no Rio e elas não estão interessadas nem um pouco em esquerda, centro ou direita. Não foi crime político e nem de estado, por mais que os esquerdistas queiram acreditar. Não precisa de ONU, OEA, direitos humanos e países virem aqui dar pitaços. Com relação ao que esta vereadora assassinada pregava é outra história e na verdade não ajudava nada pois estava mais captando votos e causando ainda mais odio entre as partes citadas por ela (genero, classe social etc). Não falava diretamente, mas nas entre linhas todo cidadão genero masculino, branco e classe média (principalmente) é suspeito e demonizado. Nas suas pregações parece que este estereotipo de homem branco e classe média é um serial killer que sai todos os dias fortemente armado para matar uma mulher negra ou um trabalhador negro. Ela falava : “Parem de nos matar”. Como assim vereadora? Vc conseguiu mais votos, mais ódio e mais revolta. Mas ela sabia que no Brasil se consegue votos fácil desta forma. Lamento pela dor e me indigno pela tragédia dela e de sua família, mas não mais do que sinto por todo cidadão de bem que morre por violência todos os dias por este país afora.

  15. Não, caro Ricardo. A vereadora não será esquecida tão rápido quanto foi o João Hélio. O PSOL não permitirá isto. Ela é hoje a mártir que eles precisavam, sobretudo neste ano eleitoral. Será transformada em bandeira agitada aos quatro ventos e estampada em camisetas tipo abadá, sem contar em nome a ser bradado em todos os palanques. A propósito, transcrevo aqui texto que recebe ontem através do Whats App. Nós cá das Minas Gerais não temos tantos detalhes. Vejam:

    “Sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.
    “A vereadora carioca Marielle Franco, assassinada ontem à noite no Rio de Janeiro, era uma ultra esquerdista, com ideias nefastas e totalmente tortas, uma eterna defensora de bandidos, defendia liberação das drogas, era contra a intervenção federal na segurança do estado, defendia a doutrinação de esquerda nas universidades e escolas, pregava o ódio em tempo integral, pregava a divisão entre as pessoas – fosse entre brancos e negros, entre homens e mulheres, entre ricos e pobres.
    Sua última acusação foi através de uma postagem onde acusava a PM – como somente a esquerda e principalmente os psolistas sabem fazer -, mas nunca, em momento algum, se incomodou com a ocupação dos morros pelos traficantes, nunca questionou o absurdo da venda de drogas em mercado aberto nos morros, jamais se escandalizou com o total domínio dos traficantes, que andavam e ainda andam armados com armas de alto calibre pelas ruas de forma petulante, onde as pessoas têm de conviver com isso como se fosse algo natural.
    Não, ela nunca se comoveu quando traficantes invadiam as casas de moradores pobres e os obrigavam a esconder drogas e armas, ou quando estes traficantes expulsavam moradores de suas casas e as ocupavam; quando estes criminosos aplicavam “correções” em moradores, que segundo eles seriam “alcaguetes” ou “X9″ na linguagem da malandragem, correções estas onde raspam as cabeças de mulheres, batem nos rostos, queimam com cigarros, espancam, cortam, ou seja, torturam – isso quando não simplesmente matam no micro-ondas (onde a vitima é envolta em pneus, encharcada com gasolina e queimada viva.)
    Não, ela não virou santa porque morreu, e muito me decepciona ver pessoas que eu respeito no meio jornalístico louvando-a, se dobrando às patrulhas, demonstrando não terem personalidade. Que se lamente o assassinato, mas que não se enalteça quem em vida não fez por merecer ser enaltecida.
    Eu não sou jornalista, não sou político, não sou famoso, portanto não tenho nenhuma obrigação de bancar o hipócrita demagogo e dizer que sinto muito pela morte desta pessoa tão nociva, com pensamentos tão perturbados, ideias tortas, visão totalmente distorcida da realidade e sem moral alguma… Mas, nem por isso eu desejava a sua morte. Da mesma forma que não desejo a morte nem mesmo para o Lula, ou Nicolás Maduro, ou Dilma, ou Jean Wyllys. Quero antes que esse pessoal viva – e viva muito – para ver suas ideias psicóticas de esquerda serem varridas sucessivamente da face da terra e sintam a revolta, o desespero e a frustração por novamente ideias tão descabidas e até mesmo criminosas falharem, depois de falharem vez após vez, por mais de 100 anos. Só que desta vez com um diferencial: temos a internet, onde as pessoas têm informações na velocidade da luz, onde a mentira e o obscurantismo não mais prosperam, portanto, a tendência é o esquerdismo ser cada vez mais estigmatizado, anulado e ridicularizado, até mesmo pelas camadas mais desinformadas da população.
    Resumindo: não desejo a morte para essa gente; desejo-lhes uma vida longa para verem a humanidade progredir. E progresso e esquerdismo não combinam, é oximoro, portanto a tendência do segundo é desaparecer para que o primeiro se estabeleça.”
    Sandro Silva”

  16. Quer dizer então que o Temer é um anjo cheio de candura e aquela mala carregada por seu discípulo foi um ilusionismo engendrado pela Globo. Me poupe… Não existe inocentes na política brasileira.

  17. Parabéns Daniel Barros!
    Falou tao bem e com tanta educacao, que o bloqueiro nao conseguiria te responder. Ele parece ser exatamente como essas pessoas da zona sul que voce citou.

  18. O desastre, o caos da segurança pública no Rio de Janeiro tem tudo a ver com a imbecilidade ideológico-dogmática que influenciou a criação das malfadadas UPPs (Unidade de Polícia PACIFICADORA).
    Há pouca coisa mais idiota que a presunção de que é possível estabelecer paz com bandidos, de que a mera instalação de uma unidade policial, sem a prisão dos criminosos, fosse suficiente para combater a criminalidade. Ora, acordo de paz se faz com partes litigantes legítimas e em condições niveladas: não há paz possível entre criminosos de alta periculosidade armados até os dentes e os cidadãos indefesos e cumpridores da lei. A simples instalação de uma UPP (um ridículo bibelô) não fez com não faria nunca com que os traficantes/milícias largassem o superlucrativo crime, procurassem emprego e passasem a frequentar a missa dominical.
    A pacificação de um bandido ( principalmente de alta periculosidade) só é possível de se obter com a sua retirada do convívio social. E ponto final.
    Tratar bandidos como iguais, como “pacificáveis” e com uma legislação extremamente leniente é a melhor receita para produzir a carnificina diária, a montanha de cadáveres de João Hélios, Marielle Francos e de outras dezenas de milhares que colocam o Brasil numa das mais vergonhosas situações perante o resto do mundo.

  19. Daniel Barros, excelente o seu seu texto e o imagino aqui um excelente observador da nossa sociedade e acho também impossível analisar os fatos atuais e a situação que nos encontramos sem tentar termos uma visão mais ampla da nossa evolução histórico cultural.
    A minha pergunta meu caro e que não cala: qual a solução? Como solucionarmos todos estes abismos culturais? Como emergir estas pessoas, comunidades, em um momento que parece que estamos todos contra todos?

  20. Pode ser que o futuro que nos aguarda seja aquele apresentado no link do meu nome, nesse comentário. Nesse caso, em lugar de qualquer ideologia que se queira questionar, o fenômeno de representação política é que se encontra em um momento crítico.

  21. Infelizmente nosso Brasil será sempre um paisinho de quinta categoria do futuro. Se fosse pelo menos uma grande nação do futuro valeria a pena esperar. Mesmo que, como Moisés, não pisasse o chão da pátria. Mas, pelo desenrolar de tudo não posso ver futuro. Tudo dividido entre esquerda e direita. Nenhum escrúpulo, nenhuma piedade, nada que denote sermos humanos. Cada qual pega a sua bandeira e que se exploda o pobre que morre todo dia, nas favelas, nas filas de hospitais, nas estradas, ou de raiva, de uma classe política que só quer locupletar-se às custas do erário. Durante o velório, militantes, ou melhor seria trata-los como “militontos”, já decretavam a culpa pelo assassinato. É da PM e como tal deve ser extinta. Puxaram um coro contra a PM, quando na verdade deveriam puxar um Pai Nosso pelas vítimas e suas famílias. Hoje ao abrir o Facebook deparei com um texto de um tal Beto, que não chamo de Frei nem a pau. Nele, a culpa é da ditadura de 1964, da intervenção, da Polícia Militar, que só prende negro, mesmo tendo a maioria negros em suas fileiras. Por isso não tenho esperança. A culpa no meu modo rasteiro de ver, é do crime organizado que patrocina time de futebol, carnaval e campanhas politicas. Culpa dos governantes presos e condenados que deram o exemplo e afrouxaram as rédeas na condução do Estado. Culpa de toda uma intelectualidade que prega cada vez menos respeito aos deveres e reivindicação de direitos de toda a sorte. Se os autores do assassinato forem traficantes ou meliantes de alguma modalidade organizada quero ver o pedido de desculpas da mídia aos militares. Se tiver participação de algum militar, que ele seja punido de acordo com a lei e não como o Marcelo Freixo almeja para a delinquência geral.

  22. Daniel, concordo com algumas coisas e discordo também de muitas. Com relação a escravidão concordo que foi uma violência e uma desumanidade dos brancos portugueses no inicio de nossa história. Agora falar que os negros foram “despejados” em favelas é uma expressão muito forte e tendenciosa e que leva a idéia que foi outra violencia premeditada e executada pelos brancos. A Lei Aurea libertou os escravos mas não previu nenhum plano social para integração dos negros numa sociedade branca. Ai começa o segundo capítulo da tragédia social dos negros. Ai começam as favelas. Com relação aos “defeitos” dos brancos quero lhe dizer que eles, os negros, também tem estes mesmo defeitos da mesma forma e intensidade. Todos somos humanos e sujeitos ao mesmos defeitos. Não é porque o cidadão é pobre e negro que será um santo. Isto é idéia de Igreja e de politico de esquerda. Com relação a polícia do Rio, concordo que ela é a mais violenta do país, mas também é a que está mais sujeita a violência, devido principalmente ao tráfico de drogas. Esta violencia é das mais altas (relativamente) e a mais alta em termos absolutos. Vá ser policial no Rio, Daniel. Vá sentir o nivel de stress que eles sentem para defender o cidadão de bem. A polícia lá não chega num parque de diversão cheio de crianças e começa a atirar em todos. Existem excessos sim e muita besteira ocorre também mas também, na maioria absoluta das vezes a policia é o que está salvando o Rio de uma tragédia pior. A maioria deles são heróis, ganham pouco, são mal treinados, mal equipados e ainda tem a imprensa contra eles. Você sabe o que é subir nos morros sob chuva de tiros de fuzil saindo de qualquer buraco e a todo momento? Outra idéia equivocada (contaminada pela esquerda) que muita gente tem, é que a polícia carioca é racista como se fosse composta apenas de brancos. São muitos os negros policiais, inclusive em postos de comando. Não sou policial, não tenho parente policial, não faço parte de nenhum partido e nem quero. Na minha adolescência era esquerdista, tinha simpatia pela União Soviética e votei no Lula. Mas que bom que cresci e evolui. Hoje não fico mais preso a ideias fixas, a idolos, a pessoas…Me sinto mais livre de pensamento hoje. Sou mais preso aos fatos reais.
    Não condeno você por ter idéias esquerdistas, apesar de não pertencer a partido de esquerda. Nas entre linhas e nas suas idéias percebe-se claramente sua posição política. Acho útil, normal e natural. Assim é a democracia. Temos que ter argumentos para trocar e crescermos. Não podemos é ser cegos e influenciados por convicções fixas e radicais, principalmente quando vem de fora.

  23. A “salada” de raças que povoam o território brasileiro faz com que o “modus vivendi” das pessoas seja o “cada um por si e Deus por todos”! Em que pese o trabalho da vereadora na seara social, eu vejo a função de vereador como totalmente dispensável e que somente onera o bolso do contribuinte; não trás nenhum benefício para os moradores das 5740 cidades brasileiras. É preciso remodelar o funcionamento político do Brasil, usar com eficiência os tributos recolhidos da população. Para que 513 deputados federais; uma infinidade de deputados estaduais e vereadores? Para que remunerar tanto essas pessoas, que nada produzem, e quando aprovam leis não raramente são prejudiciais à população?

  24. Gostaria muito de ter visto essa comoção nacional (e até internacional) quando do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. Talvez a essa hora não estaríamos tratando de “sítio” e de “tripec”

  25. Daniel Barros,
    Concordo em muito com o seu comentário.
    Contudo, acho difícil explicar como uma figura como Sérgio Cabral, no extremo oposto dessa realidade propícia a “manchar” os sujeitos de tal ambiente, tenha chegado ao nível em que chegou.
    Para os demais, a história da humanidade é feita também de símbolos. Ou Luther King foi o único negro americano a morrer naquele contexto? Ghandi, Mandela, outros tantos.
    Deste modo, o destaque a um personagem é natural e não é inédito aqui ou em outras partes do mundo.

    1. João, o texto de Daniel é bonito esteticamente e bem escrito. É impecável em sua construção. Mas deixa brechas para interpretar posições e convicções ideológicas. Nada contra o direito dele ter estas convicções, mas uma bela construção pode esconder terrenos contaminados que levam ou distorcem compreensões. Não ajuda muito pois acirra divisões que se tornam cada dia mais radicias e até violentas. Muitas correntes ideológicas querem resgatar o ódio nascido na época da escravatura para os dias de hoje, misturando com nossos problemas atuais numa sopa muito perigosa. Temos que ficar atentos. Se você observar ele utilizou muitos e velhos clichês que a esquerda sempre usou em todo o mundo.

      1. E se ele for de esquerda, algum problema? Ou você só quer conviver só com pessoas de bem, da direita? Será que o Daniel Barros quer o mal da sociedade, Gilney? Marielle também não fará falta? Não, pra você, talvez, não

  26. Vc indiretamente repete o surradíssimo clichê de que a “classe média e alta no Brasil, quer que os bens sociais fiquem só com ele”, ou o maniqueísmo simplista de dividir o mundo entre os anjos que lutam pelos pobres e os que diabinhos que querem que os pobres se fodam.
    Quem gosta de pobre inserido no na economia ( comprando geladeiras, automóveis, casas, passagem de aviões etc.) são os ricos (capitalistas, acionistas, comerciantes etc) e a classe média (engenheiros, administradores, médicos, economistas…) que teraõ mais lucros/dividendos e mais empregos. Quem gosta de pobre empobrecido, dependente e clientela fiel são os “país dos pobres”- que ficaram 13 anos no poder e entregaram um país mais com mais miséria, diferenças sociais e instabilidade econômica e social.
    Colocar nos ombros das classes médias a responsabilidade pelas mazelas sociais de um país cujo gigantismo estatal e anti-empreendedorismo arraigados (tão defendidos pelo dogmatismo esquerdiota) serve como um vetor de concentração de renda e de privilégios, é praticar o raciocínio binário, simplista do “nós e eles” : é enxergar o um mundo reduzido a A ou B: ou se é demônio ou santo, herege ou crente…)

    Inclusão social, meu caro, não se faz dividindo migalhas, dando esmolas; se faz, de um lado, investindo em infraestrutura e incentivando a empreendedorismo, o desenvolvimento econômico, a criação de empregos/riquezas e, de outro, promovendo as condições sociais que limitem privilégios estatais e permitam aos menos favorecidos gozar de oportunidades iguais (investimentos em educação, saúde, saneamento etc).

  27. Ótimo comentário!
    Já esta chato ver a mídia explorar este assassinato como se fosse o fim do mundo!
    Todo dia morre gente,mulher,homem,criança,gays,Brancos e pretos….
    É mais uma prova de que proteger bandido não é um bom negócio!

  28. Parabens ao comentario de Daniel Barros. As vítimas cairão no esquecimento sim. E o Brasil sofre de desigualdade desde que nasceu. É doença crônica!!! – Vamos repartir o seu? – Não! O meu não!

    1. Dani, o texto de Daniel é bonito esteticamente e bem escrito. É impecável em sua construção. Mas deixa brechas para interpretar posições e convicções ideológicas. Nada contra o direito dele ter estas convicções, mas uma bela construção pode esconder terrenos contaminados que levam ou distorcem compreensões. Não ajuda muito pois acirra divisões que se tornam cada dia mais radicias e até violentas. Muitas correntes ideológicas querem resgatar o ódio nascido na época da escravatura para os dias de hoje, misturando com nossos problemas atuais numa sopa muito perigosa. Temos que ficar atentos. Se você observar ele utilizou muitos e velhos clichês que a esquerda sempre usou em todo o mundo.

  29. Matar a ativista não pode. E não pode mesmo. Mas matar o cidadão que erra o caminho com o GPS e cai numa quebrada pode. Afinal os assassinos são “vítimas do sistema”. O país morreu e só falta enterrar. A realidade é que o Brasil seria mais unido se essa corja de políticos não corrompesse o berço de uma sociedade, a EDUCAÇÃO neutra e igualitária. Quanto mais ativistas existirem, mais diferenças haverá. Ao passo que quanto mais professores lúcidos existirem, mais a sociedade evoluirá. Mas como o interesse dos políticos é fomentar a discórdia, que nos adaptemos a ela.

    1. Não vi ninguém falando que pode matar outra pessoa. Nao, não pode. Marielle defendia você, amigo. Defendia a todos nós. Direitos humanos tem caráter amplo. Ela defendia o direito das pessoas, principalmente daquelas que não tem voz. Ainda que não concorde, você deveria respeitar.

  30. Acrescento apenas ao excelente artigo do colunista, que tenho muita pena da nova geração que não soube o que era poder andar a pé nas ruas do Brasil,voltar de uma festa a pé nas ruas do Brasil, fazer uma festinha em casa casa na Floresta, na Serra, no Barroca e deixar as portas abertas ,casas sem muros altos, casas sem cercas elétricas,casas sem arames de campo de concentração….Crianças que não sabem o que era andar de ônibus e não serem assaltadas, Crianças que não sabem o que é andar de bicicleta nas calçadas dos bairros sem serem assaltadas! Sim era um BRASIL onde o lema ORDEM E PROGRESSO eram respeitados,as crianças chamavam os professores de senhor ou senhora, as crianças ficavam na fila da escola com as mão para trás, respeitavam os idosos sem ter que ter lei específica para isto…. triste BRASIL !

  31. Rede globo e RJ,uma união satânica para todos os brasileiros.Vendem a idéia que um carioca vale mais que qualquer outro Brasileiro.

  32. toda vez que morre de morte matada um professor, jornalista, mulher ou advogado (as grandes marias do rosário) só consigo pensar no grande paradoxo do maridorosarismo que tomou conta do país:
    1-tese-nenhum criminoso será punido porque ele não é culpado pelo crime que comete e sim a “sociedade” opressora e excludente.
    2-antítese- mas a violência tá um horror, precisamos fazer alguma coisa.
    3-síntese-foodeu…

  33. Todos (sabidos e letrados) dizem que as pessoas tem de ler livros…
    e como são sabidos e letrados que dizem todos acreditam..e quase todos leem.. e muitos leem livros bons, como Crime e Castigo ou Os Miseráveis..existem muitos livros bons sobre condenados injustiçados. E todos acreditam no que leem, claro pq também querem ser sabidos e letrados. E como todos os encarcerados dos livros são nobres almas inocentes, vitimas das injustiças dos poderosos.. eles, os que leem e acreditam, passam a acreditar que todos os presos são Raskolnikovs, Jean Valjeans e Gavroches..Edmond Dantes, O Conde de Monte Cristo..- nobres almas inocentes, injustiçadas pela “sociedade”…os filmes(acabo de rever Papillon..que roteiro magistral do comunista Dalton Trumbo) também ajudam muito nesse trabalho; pronto: está armado o cenário da tragedia da vida real, cotidiana, com legiões de marias do rosário idolatrando os piores malfeitores…

  34. Não é agenda política. Não é “esquerdizar uma morte”. Deixem de ser ignorantes.

    Uma vereadora ( uma das mais votadas na última eleição no RJ) foi executada na democracia.
    Executada. Não assaltada.

    O autor desse crime, pode não ser quem vocês chamam de bandido, mas justamente quem vocês chamam de herói.

    O Brasil é o cúmulo da ironia.
    Um país que tem 86% de sua população cristã, não ter simpatia por Direitos Humanos.
    Surreal.

  35. Não é agenda política. Não é “esquerdizar uma morte”. Deixem de ser ignorantes.

    Uma vereadora ( uma das mais votadas na última eleição no RJ) foi executada na democracia.
    Executada. Não assaltada.

    O autor desse crime, pode não ser quem vocês chamam de bandido, mas justamente quem vocês chamam de herói.

    O Brasil é o cúmulo da ironia.
    Um país que tem 86% de sua população cristã, não ter simpatia por Direitos Humanos.
    Surreal.

    “Cada tiro disparado tem o som da sua panela”

    1. Jornais estão tendo que explicar pros seus leitores o conceito de direitos humanos. Isso é constrangedor.

      O direito do humano está por todos os lados. Aquele que a defende, quer o bem da sociedade.

      Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento, e acesso ao Google, sabe o que os direitos humanos, querem promover.

      Aqueles que se opõe e tripudiam a execução de Marielle pagarão, uma hora ou outra. A fatura chega.

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