Um bando de borra-botas

A política nacional é feita de muitos aproveitadores e um bando de puxa-sacos a lhes defender

borrabotas
Enxerguem-se, capachos

Funciona assim:

Fernando Pimentel, esta aberração que se mantém governador, busca o pimpolho numa festinha de réveillon usando o helicóptero do estado. Publico um post a respeito, descendo o pau, claro, e sua legião de empregadinhos aparece histérica: “Quem te paga para escrever isso”? “E o helicóptero do Perrella”? “E o aeroporto do Aécio”? “Você é do PSDB, coxinha nojento”.

Pimenta da Veiga, político em franco ocaso, cacique do PSDB mineiro emplaca o filhote num cargo público qualquer na Assembleia Legislativa de Minas. O rapaz tem 22 anos e é estudante. Experiência profissional? Zero ou quase nada. Salário? R$ 5 mil por quatro horas diárias de trabalho. Quanta gente mais qualificada e desempregada poderia assumir tal função? Milhares. Por que não assumem? Porque o papai não é o Pimenta da Veiga. Ou um deputado ou senador qualquer. Eles só trocam os nomes; nunca as práticas. Pois bem.

Publico um post descendo a lenha. O que acontece? “Petista safado”. “Baba-ovo do Kalil”. “Você está a serviço de quem, para perseguir a família Pimenta da Veiga”? “Quem está te pagando pra escrever essas coisas”?

Para essa gente quadrúpede, que come alfafa, é sempre assim: Não importa a mensagem; a culpa é do mensageiro. Um político assalta o estado, você noticia e critica, é você o assunto do comentário, não a notícia ou o vagabundo. Mas por quê é assim? Explico:

Há uma turma de profissionais neste “ramo” de comentários na internet. Profissionais no sentido exato, pois pagos para isso. Partidos e políticos pagam gente para defendê-los ou atacar inimigos. Com nosso dinheiro, claro! Ou empregam diretamente nos próprios gabinetes ou usam verbas partidárias e terceirizam a função. Mas há também uma outra turma. São os puxa-sacos de plantão:

Empregadinhos sem remuneração, gentinha que não consegue ganhar a vida trabalhando e logo dependuram-se nos bolsos de políticos ou candidatos em potencial. Passam a vida carregando-lhes as pastas à espera de um carguinho público qualquer, que, inclusive, raramente aparece, hehe. Quando se dão conta da enrascada, anos se passaram. Daí abandonam o antigo feitor e saem em busca de outro, não obviamente sem atacar o antigo senhor.

Durante todo este tempo de “amigo íntimo” dos políticos que lhes usam, frequentam suas casas, participam de suas festas, andam nos helicópteros e aviões particulares, sentem-se importantes e realmente partes de um projeto. Perdem a juventude nessa, sempre esperando, esperando, esperando…

Às vezes o patrão vence uma eleição, e daí são agraciados com algum cargo de baixo escalão. Mas na eleição seguinte, são despejados como sem-tetos quaisquer pelo novo ocupante do poder. Que vidinha triste, meu Deus.

Por que este texto?

Apenas para lembrar a um destes Zé Ninguém, um em especial, que deu para defender o Pimentinha me atacando, que a vida passa e as amarguras ficam. Que quando chegar aos 50 e realizar que não é nada, além de penduricalho de político, o espelho irá lhe cobrar a fatura. E cara! Além, claro, da Cemig, da Vivo, do Condomínio, do Senhorio, do Consórcio, etc. Todos irão lhe cobrar também, rapaz. Só que um outro tipo de fatura. Um que não dará para desviar com o olhar.

E aí? Irá pagar como?  

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7 thoughts to “Um bando de borra-botas”

  1. Esse tipinho vai mesmo é definhar numa periferia qualquer – o Brasil sempre produziu muita gente assim e as periferias estão cheias deles. Uns até contam vantagem pra vizinhança do carguinho público temporário que já tiveram no passado!

  2. Sem capachice… Meus sinceros agradecimentos! Você tem a coragem de mostrar a cara e expor suas opiniões, bem diferente da maioria dos políticos que se escondem da população por diversos motivos durante o mandato e só aparecem com aquela “cara de santinho” no período eleitoral. Por mais que eu não concorde com todas suas opiniões, seu espaço merece todo meu respeito!

  3. Olá Distinto; minha percepção, se incorreta gentileza corrigi-la, é de que tens posição francamente partidarizada. Qual é minha leitura? A crítica a Pimenta da Veiga foi endereçada, como dito, a um político em fim de carreira o que alguns chamariam de chute em cachorro morto, porquanto, ainda não li nenhuma crítica aos graúdos atuais do PSDB e olha que quanto a eles existe muitas acusações de ilicitudes e trapaças (SIVAN, BANESTADO, CEMIG, PRÉ SAL, CARF ETC) ao tempo que o poder judiciário os protege e a mídia tudo faz para protege-los e desviar a atenção como no caso do depoimento do Arroz de Festa que foi marcada para uma semana atípica (entre natal e ano novo) e não foi divulgada. Lembre-se que todos aqueles que obtém a benção de chegar aos cinquenta terão de zóio abertos, da alma ou da face, encarar o espelho seja os zé povinho que vive da mão para boca, seja os poderosos e até os pretenciosos. Vale aqui a advertência de Epicuro: A consciência da fragilidade e finitude da vida bastam para tornar o homem sóbrio e moderado. Grato.

  4. Quanta bossalidade num único individuo, o problema é que este câncer, neste caso esse sujeito ai a quem o texto se refere, irá continuar carcomendo o nosso dinheiro e a sua perpetuidade é que nos assombra. Parasita. Mas o que é pior de tudo é que nós que sustentamos essa gente ainda tem que aguentar o elemento, que se acha gente.

  5. Você tem toda a razão Ricardo, tem que botar pra f… com esses caras de pau. O vagabundo quer dar o filé mignon para o filho comer, que dê mas que seja do bolso dele, da condição dele. Temos de dar destaque ao seu blog pois se tivéssemos uns 2000 blogs atrevidos como o seu talvez a coisa não estivesse tão podre. Parabéns e continue metendo a porrada e futucando a ferida com a unha por comprida.

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