Depois reclamam quando invadem aquele covil

Jamais houve na história democrática do Brasil, um ajuntamento de parlamentares tão corruptos, tão sórdidos e tão descarados como estes atuais.

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Será este o nosso futuro outra vez?

Um grupo de senhores e senhoras de meia-idade, gente pacífica e de bem, num gesto desesperado invade aquele puteiro travestido de parlamento e pede por uma tal Intervenção Militar Constitucional, que obviamente não existe. O que desejam não é a volta da repressão ou uma ditadura militar, mas, sim, um mínimo de ordem e de justiça, num país destroçado pela bandidagem e pelas quadrilhas políticas que há décadas dominam e sodomizam dezenas de milhões de brasileiros.

A reação dos canalhas foi imediata! Congressistas saíram a clamar por rigor e lei, o mesmo que desdenham diariamente em seu próprio favor. “Cadeia”, gritou Rodrigo Maia, atual Presidente da Câmara, e outros colegas pueris. “Inadmissível”, tuitou o sempre combativo Ronaldo Caiado. “Vândalos criminosos”, proclamou William Bonner, em horário nobre. Pois bem. Eu também não concordo com invasões ou violência, tampouco oro por uma intervenção militar, mas me recuso a não compreender o ato heroico daqueles bravos e gigantes cidadãos, muito menos adjetivá-los pejorativamente. Escrevi sobre isso aqui, num post que rodou o Brasil e teve mais de 200 mil acessos.

Hoje o Congresso Nacional nos cuspiu forte na cara outra vez! A camarilha política golpeou a democracia, a lei e a ordem pública vigentes, tentando até o último segundo anistiar-se a si mesma de crimes seríssimos de corrupção, caixa 2, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica dentre outros.

Redigiram e quase aprovaram uma lei que beneficia apenas a si próprios, em detrimento à todo um país o qual foram eleitos para representar. Usurparam a ordem democrática para solapar a própria democracia. Usaram as canetas ao invés dos canhões. Daí, pergunto aos acusadores dos “invasores”: Qual o nome que dão a isto? Aliás, pergunto ainda: Como combater tal estado de coisas? Recorrendo aos céleres, justos e insuspeitos tribunais superiores?

Em um só dia, esta gente asquerosa:

  1. Tentou anistiar-se por crimes passados;
  2.  Deturparam o projeto de lei popular sobre as 10 medidas de combate à corrupção, abrandando ou retirando do texto tudo aquilo que lhes atingiria;
  3. Possibilitou a inclusão de parentes e cônjuges na lei de repatriação dos recursos ocultos no exterior;
  4. Aprovou “regime de urgência” para a votação de uma lei de 1999, apenas para constranger e pressionar os membros da Operação Lava Jato e futuras outras;
  5. Saiu em apoio ao ministro Geddel, que foi apanhado em tráfico de influência e advocacia administrativa, crimes previstos em lei;
  6. Segurou o rito que trata do fim do Foro Privilegiado.

Renan Calheiros, que responde a doze inquéritos no STF; Romero Jucá, que responde a oito; Geddel Vieira Lima, envolvido no esquema que ficou conhecido como “Anões do Orçamento” estão dentre as principais personagens do dia, ao lado de Rodrigo Maia e do próprio presidente Michel Temer. O primeiro, como líder do movimento que tentou golpear a democracia; o segundo, como um Chefe de Estado ou omisso ou conivente. Além destes, são incontáveis os outros parlamentares já investigados ou processados, que atuaram fortemente nos movimentos sinistros de hoje. Pior! Foi um movimento praticamente apartidário que uniu PT, PMDB, PSDB e PP.

A sociedade brasileira está assustada, indefesa e à deriva. Somos órfãos de justiça, de governo e de representantes. Se a melhor alternativa a esta desolação infinita é uma intervenção militar, sinceramente eu não sei dizer. Até acho que não. Mas preciso urgentemente de uma resposta. Preciso urgentemente que alguém me aponte a solução, o caminho, a saída. Pois está cada vez mais desesperador viver no Brasil. E sei que não sou o único a me sentir assim.

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13 thoughts to “Depois reclamam quando invadem aquele covil”

  1. Isso mesmo , Ricardo! Você transmitiu a nossa sensação de incapacidade e desespero em barrar tanta corrupção! Lembra do Brasil-ame-o ou deixe-o? Que vontade de deixá-lo!!!

  2. Politica está cada dia mais nojenta. Vou fazer uma pergunta, quem souber a resposta, por favor poste-a logo abaixo; E agora, quem poderá nos defender (de nós mesmos) ????

  3. Esses políticos peso-morto sustentados pelo povo, não trabalham pelo País, passam o tempo negociando detalhes e conchavos sobre benécies e próprios cargos.

  4. Prezado Ricardo; o que você quer, está cada vez mais distante da nossa realidade. É doloroso admitir desta forma, porém, não é necessário que sejamos néscios para nos iludirmos com uma fantasia que venha a mascarar/disfarçar a nossa terrível situação. O grande grupo de facínoras que toma conta da vida nacional brasileira é bem maior do que nos atrevamos a imaginar. No entanto, a origem desta situação é bem fácil de perceber. Basta que tenhamos a capacidade de enxergar através, principalmente, das atitudes que são assumidas pelos grupos que se manifestam nos dias de hoje. Agora ao mesmo tempo em que digito este texto, uma manifestação toma conta da principal praça da cidade. Alguns gatos pingados ocupam a Praça 7, se apoderando do direito de ir e vir, travando completamente o trânsito e a cidade. Afora os escolados “militantes profissionais”, se perguntarmos aos agregados ao movimento o por quê da sua presença, é bem provável que o “ativista” não saiba ao menos dizer onde é que está. Temos aí então a realidade da situação cultural brasileira. Estamos e ficaremos por um grande período de tempo, na espera da chegada do MESSIAS que há de nos tirar do atraso, encher-nos de direitos e não nos cobrar deveres. A índole do brasileiro – em grande maioria – é esta e aos que discordarem, faço o desafio de PROVAR o contrário. Falta-nos a consciência de cidadania que deveria ter sido ensinada/incentivada desde a independência. Falta-nos também o orgulho de sermos brasileiros. Falta-nos principalmente a consciência e clarividência, que somente com uma educação de qualidade poderia ter sido alcançada. Não se esqueça meu prezado: estes crápulas que ocupam as cadeiras parlamentares, não estão lá como consequência de um ato de força. Os eleitores os conduziram até lá com o seu voto. Para melhorar a qualidade do Congresso Nacional Brasileiro, temos primeiro que aprimorar e qualificar o cidadão/eleitor. E só há uma maneira de resolvermos a questão – que parece piada quando se menciona, graças ao pouco caso que com que é tratada. VAMOS DAR EDUCAÇÃO AO POVO! PARA ONTEM!

    1. Pode ler tudo, ninguém tem solução para este caos, mas a maioria critica a ocupação ocorrida no congresso. Infelizmente ninguém quer reconhecer que é necessário uma intervenção sim, que seja militar ou outra origem, mas se não ocorrer jamais mudará. Em qualquer lugar do mundo, e aqui também, os políticos tem medo da opinião pública, mas por que neste momento não? Fácil responder, o cara pensa: se for contra as mudanças corro risco de perder votos e meu próximo mandato, se apoiar as mudanças posso ser preso, condenado e sem mandato. Então escolherá ser livre, rico, com ou sem mandato. Então penso que, infelizmente, a intervenção militar é o preço menos amargo que podemos pagar neste momento.

  5. Desesperador é pouco. Essas e outras atitudes dos nossos congressistas faz valer o dito popular – “Nada é tão ruim que não possa piorar”. Quando pensamos que já vimos de tudo naquele covil, eles conseguem nos surpreender novamente. Lamentável.

  6. Caro, reclamam? Reclamamos, se inclua, porque recente você fez um artigo sobre “arruaceiros” Ou me engano? Estes caras são todos PSICOPATAS. Por isso tenho preguiça desta mentalidade tacanha de PT PT PT… não tem decência naquela casa, talvez salve o Suplicy, que de forma incoerente, segue no… PT!!

  7. Está vendo Ricardo, até você quase clama por uma intervenção. Pode pedir ajuda a tudo, sem intervenção não haverá mudança. Todos só querem mudanças no setores dos outros. Ninguém tem solução para este caos, mas a maioria critica a ocupação ocorrida no congresso. Infelizmente ninguém quer reconhecer que é necessário uma intervenção sim, que seja militar ou outra origem, mas se não ocorrer jamais mudará. Em qualquer lugar do mundo, e aqui também, os políticos tem medo da opinião pública, mas por que neste momento não? Fácil responder, o cara pensa: se for contra as mudanças corro risco de perder votos e meu próximo mandato, se apoiar as mudanças posso ser preso, condenado e sem mandato. Então escolherá ser livre, rico, com ou sem mandato. Então penso que, infelizmente, a intervenção militar é o preço menos amargo que podemos pagar neste momento. Se tiverem outra viável me digam, que apoiarei, mas nada ilusório, filosófico, ideológico.

  8. Um Anônimo perguntou:
    Jair Bolsonaro tem chance?
    Resposta do Blog Aluízio Amorim:
    Tem! Para desespero dos vagabundos de todos os matízes sobretudo, para o dito “jornalismo companheiro” que, desesperado, despiu-se dos últimos vestígios de credibilidade.

    Se ele é a tábua de salvação, sou Bolsonaro desde criancinha.

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