Foto: TNY-Me-Too-Intro - Illustration by Eleni Kalorkoti

Sobre o 25 de Novembro e a violência contra a mulher: desvendando as “sutilezas” entre o assédio e a cantada

Foto: TNY-Me-Too-Intro - Illustration by Eleni Kalorkoti
Foto: TNY-Me-Too-Intro – Illustration by Eleni Kalorkoti
Daniela Piroli Cabral
contato@danielapiroli.com.br

Na última segunda feira, dia 25 de novembro, celebrou-se o dia Internacional da não violência contra a mulher.

Venho há algum tempo escrevendo sobre a temática do assédio sexual, como foi no caso das denúncias contra João de Deus, e também sobre a dinâmica e os efeitos do machismo na nossa sociedade.

Na verdade, a violência contra a mulher está disseminada em todos os contextos: na rua, no trabalho, no transporte coletivo, no próprio ambiente doméstico, e se materializa de diversas formas: violência moral, física, psicológica, sexual e patrimonial.

São evidentes as inúmeras tentativas de combater o fenômeno: a Lei Maria da Penha de 2006, a Lei do Feminicídio de 2015.

Além das inúmeras campanhas de conscientização, como apitos nos transportes coletivos; aplicativos de transporte e vagões de metrô exclusivos para as mulheres; as comemorações do Dia Internacional da Mulher; e a ação internacional #Meetoo.

A questão ainda é grave e precisa avançar muito, mas hoje eu gostaria de falar sobre as diferenças entre o assédio e a cantada propriamente dita.

Na verdade, pode parecer muito sutil para alguns, especialmente para os homens, mas a disparidade é enorme. A começar pelo respeito ao posicionamento da pessoa.

Se a resposta à investida for negativa, é preciso haver respeito, não insistir, não avançar o sinal, a despeito da cor do batom, do tamanho da saia, ou da quantidade de álcool ingerida.

Sim, ainda existem vários argumentos machistas para justificar o assédio e culpabilizar a mulher pela agressão sofrida.

Também já ouvi por aí o seguinte comentário: “se a mulher é feia, é bullying, se a mulher é bonita é assédio”.

Obviamente, outra tentativa machista e fracassada de diferenciar os comportamentos, colocando o ônus da agressão na característica da pessoa, o que acabam disseminando a lógica de que as mulheres “gostam de ser assediadas”. Não, elas não gostam!

Outro dia escutei um comentário da jornalista Fátima Bernardes, que simplificou a questão: “Engraçado que essa é uma questão masculina, mas não é uma questão feminina. A gente sabe quando é a paquera e quando é o assédio. Muitos homens ainda pensam em qual seria essa diferença. Para as mulheres, é muito mais tranquilo. É quando ela não se sente invadida de alguma maneira. Quando aquilo é algo que a faça sentir enaltecida, não ameaçada”.

Para finalizar, é sempre bom divulgar o telefone 180, número disponível nacionalmente para acolher as denúncias de violência contra a mulher.

Para saber mais:

 

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