A campanha será curta, mas promete bons espetáculos

Foto: UAI | EM

Pelo que sinto, até o final deste processo eleitoral, vamos ter bons motivos para essa prosa neste espaço destinado ao debate de cenas do cotidiano. Assim como foi na Copa do Mundo, este blog traz ao bom debate a proposição de temas, no qual cada um tem uma maneira singular de interpretação. A última semana foi recheada de ingredientes, temperados ou sem gosto, que começam finalmente a sinalizar o processo eleitoral já em andamento.

Mal terminaram as convenções e acordos foram fechados. Dissemos aqui na segunda que muita coisa mudaria e a renuncia da candidatura de Rodrigo Pacheco mostrou que não era simples palpite do blogueiro. Afinal, menos de 24 horas após ser aclamado candidato ao governo, já estava de malas prontas para outra viagem em busca da vaga de Senador.

Soube, e a informação veio de quem esteve na convenção dos Democratas, que ele foi escolhido já com a renúncia negociada. A rapidez sugere credibilidade à fonte. Disse ainda mais, que ao final daquela festa democrática, Pacheco teria se retirado do local com cara de poucos amigos. Ao que parece o “acerto” já lhe havia sido comunicado.

Já na sexta-feira e sábado o assunto no meio era por conta de eventuais indícios de recursos da Odebrecht para a campanha que elegeu Anastásia ao governo de Minas em 2010. Favorito, com chances – segundo dados das pesquisas, numa eventual saída de Lacerda da disputa – a vencer no primeiro turno, o senador e ex-governador pode sofrer baque eleitoral com o andamento dessas informações. Os petistas apostam no sucesso da das denuncias, enquanto naturalmente os tucanos, desprezam.

Interessante. Quando o adversário é denunciado, imediatamente os oponentes pedem cadeia, ao passo que quando é na vida contrária, afirmam serem levianas as informações. Vale para os dois lados.

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Por fim, uma curiosidade na eleição presidencial. Nos últimos pleitos, o embate ficou entre PT e PSDB, que se sucederam no poder. Inicialmente os tucanos com dois mandatos de Fernando Henrique e depois os petistas com Lula e Dilma, duas eleições de cada. Agora, com o quadro totalmente indefinido, ao que parece, as trocas de farpas serão limitadas. Nem críticas se ouviu à chapa chamada de triplex. Lula apoiando Haddad e Manuela.

Isso porque, considerando que a candidatura extremista de Bolsonaro atraiu parte do eleitorado, que acredita que a solução seria pelo discurso do ex-militar, fica evidente que num eventual segundo turno entre ele e qualquer um dos dois outros, o terceiro colocado será fundamental às pretensões de vitória no segundo turno.

Assim, ao que se percebe, se atacam, mas não com aquela fúria dos tempos recentes. Se bem que, tucano nessa de apoiar no segundo turno não é muito chegado a cumprir sua parte. Em 1990, o então candidato ao governo de Minas Gerais, Pimenta da Veiga, deixou assegurado unir se a Hélio Costa em oposição ao então candidato Hélio Garcia, com vaga encaminhada para o segundo turno.

Pego pela falta de votos, Pimenta da Veiga levou duas semanas para declarar que ficaria fora do processo daquela eleição que acabou elegendo Garcia. Fato é que, no quadro de momento, Bolsonaro deve ir ao segundo turno, no qual terá enorme resistência pelo seu modo truculento em relação a temas polêmicos, desde segurança, mulher, homofobia e tantos outros.

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