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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Galo de todos os Franciscos e da garotada

O período recente do Galo, ao contrário dos anos de sofrimento impostos à minha geração, é de glórias e comemorações. Ser Atleticano, para aqueles que têm hoje entre 20 e 60 anos – ou seja por até quatro décadas –, é prova de resistência e fidelidade. Os que estão na minha faixa de idade, embora também tenham vivido um grande período de vacas magras, pelo menos assistiriam à geração de Reinaldo, Cerezzo, Marcelo, Paulo Isidoro, Éder, Luzinho, João Leite e tantos outros. Em outras, tiveram de gritar Mixirica, Bilu, Carlão, Tobias e outros.

Enfim, passado é passado, e o Atleticano comemora o presente e projeta o futuro. Nossa condição de melhor time brasileiro desta primeira metade de década, alça-nos ao posto de maior Torcida de Minas Gerais e a que mais cresce no Brasil. Em meio a tantos casos curiosos de crianças Atleticanas, destaquei dois Franciscos, cada um morando numa cidade e tendo em comum a paixão – de pai para filho – pelo nosso Clube Atlético Mineiro.IMG-20161220-WA0038

Francisco, além de ser o nome do revolucionário Papa argentino, que vem incomodando muito aos religiosos conservadores – que estacionaram no tempo – curiosamente em matéria de fé e crença é nome que une católicos e espíritas. Na igreja do Papa Francisco tem dois santos, de Assis e de Paula, já no kardecismo o destaque é para Chico Xavier. Não tenho conhecimento de algum entre os evangélicos. Sobre esses, refiro me aos de bons costumes, não aos que usam o nome de Deus para se valerem em seu proveito.

Mas aqui, como o que nos interessa é o Galo, vamos aos nossos amiguinhos Kiko, Kikico ou Chico, sei lá qual o apelido de cada Francisco.

Francisco Scalioni, que é Kiko desde pequenininho, tem hoje cinco anos. E dá um trabalhão danado para os pais, desde a primeira vez em que entrou no Horto, há quase um ano, de mãos dadas com o “vovô Silvão” e com o priminho Felipe. Lá, ele reparou, tão logo os times entraram em campo, que Pratto usava uma chuteira vermelha e Robinho, destoando dos demais, uma preta, tradicional. A partir daquele dia, ele só quis usar camisa do Galo (a mãe tem de se virar para intercalar a lavagem dos quatro uniformes que ele tem), teima em não vestir calça jeans, pois diz que é azul, e ainda exigiu uma chuteira igual à do Robinho.

Um problemão, já que não se encontra nas lojas chuteira preta com o seu número. Ficou inconformado e a situação só foi resolvida quando seus pais compraram dois pares. Um de outra cor para ele usar agora e outro, idêntico ao do Robinho, que fica exposto em seu quarto. Esse ele só vai poder calçar daqui a uns dois anos. Enquanto isso, Kiko vai correndo nas peladas do prédio e do colégio sempre com a camisa preto e branca. Uma delas, claro, tem um nome atrás: ROBINHO.

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Fotos: Arquivo de família

Já em Araxá, minha cidade, tem o meu sobrinho-neto, que, para o “tio Galo” – como todos os sobrinhos sempre me chamaram – é outro Kiko. Segundo filho de sobrinhos, com seus quatro anos de idade, confessou que quando sua mãe estava para receber a primeira visita da cegonha, cedeu o lugar para sua irmã Maria Luíza nascer primeiro. Daí, contou, numa grande viagem, detalhes de seus dias aguardando a sua entrada no mundo.

Segundo Kiko, ele preferiu ficar na “barriga da mamãe”, deitado no sofá, vendo um jogo do Galo. Era um clássico mineiro e vencemos por cem a zero. A emoção com que ele conta e dá detalhes do jogo chega a contagiar em meio a tanta comemoração dos gols nessa inesquecível e maior goleada de todos os tempos em todo o futebol mundial.

O que me fica das histórias de cada Francisco e de milhões de outras crianças, que como eles têm o Galo definitivamente como o time do coração, é que essa força da Massa Atleticana é algo indescritível. Se nos tempos anteriores conseguimos persistir e trazer essa paixão de pai para filho e daí para netos, nenhum time menor daqui ou de onde for jamais ameaçará a hegemonia Atleticana!

Em tempo: Hoje à noite, a partir das 19h, estarei em Araxá, no Spetus Bar, autografando o “O Menino Rei” para Atleticanos e não-Atleticanos da cidade onde nasci!

 

 

6 thoughts to “Galo de todos os Franciscos e da garotada”

  1. Saudações Atleticanas e Natalinas a todos! Assiste razão ao Paulo quando lembra a contratação do Cárdenas. Mas pior mesmo foi o Clayton. Milhões jogados fora, pois o referido “atleta” nada fez no Galo para sua justificar sua contratação. Quando ele entra em campo, o Atlético joga como se estivesse com um a menos. Inexplicável a contratação do Clayton. Agora repete-se a estória do Danilo do América. Que ele queime a minha língua! Quanto ao comentário do Geraldo, lembro que o Alfredo Bernardino também treinou a URT de Patos de Minas, e divisões de base, e tive o privilégio de jogar no time deles, chamado na época de “mamadeiras”. Saudosas e ótimas lembranças dele. E viva o Galo

  2. Mais um para a barca. Há de haver alguma explicação. Será que é lucrativo para os envolvidos? Zaqueiro encostado na Russia. Não joga a meses. Está praticamente acertado com o Galo. Alguém pode explicar o que está acontecendo?

  3. Hoje retornei no tempo, remetendo-me, depois de ler seu post, aos anos 60, quando conheci Alfredo Bernadino, (ex Vasco e ex ATLÉTICO (1936) treinando o time do União de Morada Nova de Minas, me conduziu a ser torcedor do GALO, com presentes (lápis, cadernos, réguas, camisas e outros souvenirs) alusivos às cores do Atlético. Tinha 11 anos, interiorano, com poucas opções de lazer, gostava das peladinhas e de nadar (época da invasão do Velho Chico pelas águas da represa de 3 Marias) me deliciava com as histórias ou estórias narradas pelo “Seu Alfredo” a respeito do futebol. Daí nasceu a paixão, amor, veneração pelo CLUBE ATLÉTICO MINEIRO, arrastando para tal, meus quatro filhos e cinco netos, até o momento. Não se explica tal sentimento, ou sente ou não compreende. Saudações ATLETICANAS!

    1. Geraldo, lembra deste samba? Tempo bom, não volta mais. Saudade é o tempo que faz. Tempo bom que dá saudade e samba também. Hoje a gente dança sem música.

  4. Tempo bom o nosso, Eduardo, não tínhamos títulos, mas, tínhamos times. A grandeza do Galo também se explica nesse paradoxo. Quantos aos Franciscos santos, vale mencionar o São Francisco das Chagas. História meio nebulosa, mas, factível. O Cárdenas marcou um gol contra o Galo eles foram atrás e o contrataram. O Clayton idem. Agora nós teremos o “craque” Danilo reserva no América, mas, que fez gol no Galo. E assim a barca vai pro brejo. Quando não contratam por DVD. Fazem isso.

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