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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Depoimentos Atleticanos (final)

Encerrando as postagens de Torcedores Atleticanos pelo mundo, vai agora o texto da amiga Paula Rangel, jornalista querida e estimada pelos mineiros. Residente em São Paulo, onde é correspondente da Rádio Itatiaia, Paulinha é presença constante pelos gramados de todo o mundo. Foi minha companheira em um grupo de Atleticanos que invadiu o Marrocos. A propósito, vamos fazer um encontrão da “Marrocada” na próxima semana.

“Deu pra ti, baixo astral. Vou pra BH e Porto Alegre e tal!

Desde o início do mês, confirmados na grande final, atleticanos em todo o país não deixam mais em paz as agências de viagens, sites de busca de hotéis e passagens, criam grupos de Whatsapp, tudo pra estar nos jogos. Não dá pra relaxar: vai ter ingresso disponível pra tanta gente?

O Eu Acredito é nosso mantra, vamos lotar o primeiro jogo em BH, nossa energia contagiante é uma força. Temos respeito aos gremistas, vocês merecem estar na final, já eliminamos pedras e corpos estranhos. Mineiros e gaúchos prontos para uma disputa que promete ser memorável. Energias canalizadas entre Sul e Sudeste, uma ponte rodo-aérea de fluxo iluminado.

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Fotos: Arquivo pessoal Paula Rangel (que aparece, de camisa branca, segurando a bandeira)

O coração atleticano já provou que resiste a sustos, taquicardias, paradas súbitas, mesmo em  faltas e pênaltis existentes ou não. Principalmente depois dos 40 do segundo tempo, quando a coisa fica tensa, o mundo começa a girar em velocidade diferente pra nós e tudo que a gente quer é o apito final.  Para esses corações fortes,  difícil é aguentar a espera: sonhamos,  torcemos, cortamos cada dia no calendário para o tempo que falta, isso porque não dá pra cortar segundos e minutos do relógio, vá lá.

Eu já até me acostumei a fazer compras de Natal, mesmo em fevereiro, dar longas caminhadas sem rumo, ler e reler livros sobre nosso Galo, que me fazem reviver e chorar; voltar a assistir àquele jogo, aquele filme, ressuscitar um momento. Quem nunca? Num ano de tantas tristezas, perda de meu pai, política que virou onda de ódio, demissões de dezenas de colegas, desilusões pessoais, ainda tomei mais um susto e vivo a alegria de um amigo que lutou pra voltar a viver e está vencendo a batalha, pela força e energia de uma corrente de luz. 2016 pode ir embora logo? Ainda não…

Falta muito pra acabar o ano, uai, nem chegamos aos minutos finais. Assim como meus irmãos alvinegros, logística preparada. Vou pra BH e Porto Alegre de coração, alma e energia – ainda que não possa estar presente. Ah, mas já está tudo organizado pra chegar logo a uma TV, aos bares onde existem redutos atleticanos em Sampa.

Eu vestirei o manto logo que acordar, me ocuparei de dezenas de atividades, trabalhando, esperando o momento maravilhoso da entrada do time no gramado, mão no coração, punho erguido, abraços em amigos e desconhecidos.

Isso é Galo, somos assim. Dividindo preocupações do dia a dia – trabalho, família, amigos, doenças, paixões  – com o amor ao Galo. Explodindo de paixão e intensidade.

É mentira dizer que não faço mais promessas, que não tenho superstições. Numa ou outra coisa boba, acabo fazendo – que bobagem, energia não é assim, mas olha lá, bobeei e já fiz… E vou tentando deixar a paz presente no corpo e na alma.

Exercício diário para uma atleticana que não mora em BH, mesmo que a cidade e a torcida alvinegra morem no coração, no estômago, no cérebro e na alma, e isso é eterno. Aqui a discussão, a zoação e as brincadeiras são com corinthianos, palmeirenses e são-paulinos. Fácil de aguentar, imaginem abrir a janela à noite e gritar: GAAAAAAAAALOOOO! Aquele berro bonito ecoando na cidade que nunca dorme.

Estou pronta, preparada. Cheia de energia, como sempre. Galo, amor da minha vida, bora lá, já te entreguei meu coração.

Apita, juiz!”

One thought to “Depoimentos Atleticanos (final)”

  1. Cara Paula, que depoimento belo, pontuado da alma de torcedora de coração alvi-negro. é assim, um estado deespírito este ato de torcer, de procurar sempre uma lembrança do passado de uma vitória que nos emocionou e sempre uma esperança já para o próximo jogo. como atleticana, racional na vida e irracional na paixão. Entenda isso como um elogio. sabe que isto nos torna melhores como pessoas. e nas diferenças temos viver com um irmão , um pai ou o conjuge do time azul. assim vivemos , sorrimos choramos e aprendemos. parabéns pela sua trajetória profissional e Atleticana.

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